Valor do aço importado da China não compensa custos e preocupa, diz Usiminas

Valor do aço importado da China não compensa custos e preocupa, diz Usiminas

A Usiminas voltou a relatar preocupação com o avanço das importações de aço no Brasil, principalmente da China, o que tem afetado as vendas do produto pelas siderúrgicas que produzem no mercado doméstico.

As vendas de aço da Usiminas no mercado interno no terceiro trimestrede 2023 somaram 931 mil toneladas, com incremento de 1% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. Já as exportações caíram 18%, para 90 mil toneladas. O volume total caiu 2%, para 1,02 milhão de toneladas. A receita líquida da unidade de siderurgia foi de R$ 5,75 bilhões, em queda de 22,8% em relação ao terceiro trimestre de 2022.

O diretor presidente da Usiminas, Marcelo Chara, observou que as importações de aço da China neste ano estão equivalendo a 23% do consumo de aço no país, quando a média histórica é de 12%. “É preocupante porque percebemos que esses produtos claramente têm valores de venda que não compensam o custo de produção. Temos claramente a presença de concorrência desleal”, afirmou.

O executivo acrescentou que nos Estados Unidos e no México já foram adotadas tarifas de importação de 25% e na Europa foram adotadas salvaguardas sobre a importação do aço chinês.

Chara disse que se o Brasil não adotar medidas para proteger a indústria local da concorrência que considera desleal, o aço que não entra mais na América do Norte e na Europa será despejado no mercado brasileiro, com impacto na indústria local e na geração de empregos. “Nós tínhamos um plano de contratar 600 pessoas neste ano e que não foi realizado por causa do aumento das importações”, disse o executivo.

O diretor vice-presidente de finanças e relações com investidores, Thiago Rodrigues, disse esperar um quarto trimestre “difícil” em termos de rentabilidade. O executivo afirmou que os custos devem apresentar estabilidade, mas o cenário global ainda é de consumo mais fraco.

“O quarto trimestre tende a ser difícil, mas dentro do esperado, com uma visão mais positiva para 2024”, afirmou Rodrigues.

Em relação à China, o executivo observou que houve queda na produção de aço na China em setembro e melhora no consumo no mercado interno chinês, com projetos de infraestrutura e de energias renováveis. Com isso, é possível que haja alguma redução nas vendas internacionais de aço da China nos próximos meses.

 

Fonte: Valor

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