Alta da inflação ao consumidor desacelera nos EUA em novembro

A inflação voltou a perder força nos EUA em novembro, no mais recente sinal de que os aumentos dos preços estão esfriando, apesar da pressão que eles continuam infligindo às famílias americanas.

Os preços ao consumidor aumentaram 7,1% no mês passado, em comparação ao mesmo período de 2021, informou ontem o governo. Isso foi bem menos que o aumento de outubro, de 7,7%, e o pico recente de 9,1% em junho. Foi a quinta queda consecutiva.

Medida mês a mês, a inflação ao consumidor subiu apenas 0,1%. E o chamado núcleo da inflação, que exclui os preços voláteis dos alimentos e da energia e que o Federal Reserve (Fed, o banco central) monitora de perto, desacelerou para 6% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Ao todo, os números mais recentes fornecem a mais forte evidência até agora de que a inflação nos EUA está caindo constantemente desde a aceleração dos preços iniciada há cerca de 18 meses e alcançou este ano o ponto mais alto em quatro décadas. Os preços do gás caíram em relação ao pico do terceiro trimestre. Os custos dos carros usados, cuidados com saúde, passagens aéreas e hotéis também recuaram em novembro.

No entanto, os preços dos alimentos aumentaram 0,5% de outubro para novembro e 12% em comparação com o mesmo período do ano passado.

“A inflação foi terrível em 2022, mas as perspectivas para 2023 são melhores”, diz Bill Adams, economista-chefe do Comerica Bank. “As cadeias de suprimentos estão funcionando melhor e os estoques das empresas estão maiores, acabando com a maior parte da escassez que alimentou a inflação em 2020.”

Um sinal do progresso nos números de novembro foi que os preços dos carros novos não mudaram desde outubro. Em média, o zero-quilômetro ainda está 7,2% mais caro do que há um ano. Mas isso está abaixo do aumento de 13,2% registrado em abril sobre o mesmo período de 2021, que foi o maior registrado desde 1953.

A queda dos preços dos carros novos ilustra como os gargalos na cadeia de suprimentos, que afetaram a maioria dos produtos, estão diminuindo para semicondutores e outras autopeças importantes.

“Há indícios de que o pior da inflação pode ter ficado para trás”, disse Jim Baird, economista da Plante Moran Financial Advisers. “Mas no horizonte existe a possibilidade de uma recessão – o próximo risco que as autoridades monetárias do país terão de evitar para a retomada da economia.”

 

Fonte: Valor