Exportações de sucata ferrosa recuam, no Brasil o mercado retrai

As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, voltaram a cair em novembro em função da crise persistente na Europa, provocada pela guerra da Ucrânia, com paralisação de usinas e de portos e redução das compras pelos países asiáticos.

É o sétimo mês consecutivo de retração das vendas externas no comparativo anual e o segundo de queda mensal. Em novembro, as exportações totalizaram apenas 19.031 toneladas, queda de 65,2% em relação ao mesmo mês de 2021 (54.704 toneladas) e de 13% ante outubro de 2022 (21.882 toneladas).

De janeiro a novembro deste ano, as exportações atingiram 347.751 toneladas, recuo de 23,6% se comparadas ao mesmo período do ano passado, quando somaram 455.185 toneladas, conforme os dados divulgados pelo Ministério da Economia, Secex.

Segundo Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,6 mil recicladores que reinserem insumos na cadeia produtiva, “a crise de energia na Europa, provocada pela guerra na Ucrânia, continua impactando os países e refletindo negativamente nas exportações e preços da sucata também do Brasil.”

As vendas e negócios no Brasil também têm mostrado pouco fôlego nos últimos meses. “Do que vejo, não só as usinas, mas as fundições estão comprando pouco, e o reciclador de sucata não tem para quem vender”, disse uma fonte de uma usina.

Conforme essa fonte, o consumo atual da usina representa atualmente apenas 70% a 75% da média histórica. “Estamos comprando o que a usina consome, nem mais, nem menos”. O mercado hoje estaria, no levantamento da agência americana, favorável apenas para quem compra e deve continuar no mesmo caminho até março.

Segundo Alvarenga, os níveis de volumes excedentes de sucatas ferrosas, fato que acontece há décadas no Brasil, vêm aumentando com a forte retração na demanda.

Fonte: IPESI