A indústria brasileira está cada dia mais digital e o avanço do uso de tecnologias tem se tornado realidade para Micros, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) de todo país. Para possibilitar a aplicação da Indústria 4.0 em processos produtivos, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) lançou, em setembro, uma chamada de R$ 10 milhões para fomentar a inovação na indústria. Quinze propostas foram selecionadas e receberão apoio tecnológico e financeiro para tirar uma boa ideia do papel e inovar de olho no avanço da produtividade.
Em menos de 5 minutos após abertura da chamada na Plataforma de Inovação da Indústria, o recurso disponível foi alcançado com propostas enviadas de Santa Catarina, São Paulo, Pernambuco, Goiás, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais e Paraná.
Ao total, foram 26 propostas submetidas, sendo 18 por startups, micros e pequenas empresas, quatro por médias empresas e outras quatro por grandes corporações. Os temas abordados foram tecnologia da informação, automação, construção civil, eletrônica, metalmecânica, biossegurança e ambiental.
Cada projeto selecionado pode contar com até R$ 800 mil, englobando tanto o desenvolvimento como a implementação da tecnologia nas empresas-clientes. A iniciativa visa trazer soluções inovadoras e que tragam resultados de melhoria de processos e aumento de produtividade para as empresas de micro, pequeno e médio porte. As empresas terão o prazo de 12 meses para desenvolver e validar os projetos selecionados.
Para o diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI, Jefferson Gomes, a chamada oferece às empresas a oportunidade de aprimorarem seus processos industriais e se tornarem mais inovadoras.
“A indústria 4.0 representa uma nova etapa na organização e controle de uma cadeia de valor industrial inteligente, e integrada num ecossistema de inovação e colaboração”, destaca Gomes.
Para o secretário de inovação e micro e pequena empresa do Ministério da Economia, Bruno Portela, o Brasil Mais Smart Factory irá permitir que as empresas trilhem uma jornada de desenvolvimento tecnológico, tornando as micro, pequenas e médias empresas brasileiras mais bem preparadas para enfrentar os enormes desafios que um mundo cada vez mais competitivo e conectado impõe.
O Programa Brasil Mais é fruto de um esforço cooperativo de várias instituições. Liderado pelo Ministério da Economia, o Programa é operacionalizado desde 2020 pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e SENAI. Agora, com o lançamento do Brasil Mais Smart Factory, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também soma esforços a essa iniciativa.
Conheça as propostas aprovadas
1. Sistema de monitoramento da produção para micro e pequenas empresas
Criação de software de MES (Manufacturing Execution Systems), com grau de inovação radical e de alta escalabilidade, derivado do PC-Factory (sistema MES desenvolvido pela PPI-Multitask) que tenha baixo custo e seja de simples implementação.
Empresa: PPI-Multitask Sistemas e Automação S.A
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Metalmecânica (SP)
2. Injetora 4.0 de cera a vácuo
Desenvolvimento de tecnologia embarcada para tornar o equipamento de injeção de cera a vácuo, com conectividade 5G através de tecnologias IoT para automação 4.0 para o segmento de joias e semijoias, garantindo aumento de produtividade nas linhas produtivas.
Empresa: Medeiros & Valdez Com LTDA
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Automação (GO)
3. Sistema de gerenciamento de energia WEG Energy Management SaaS
Desenvolvimento e implementação de novas funcionalidades ao produto WEG WEM SaaS visando a inclusão de diferenciais tecnológicos aderentes ao conceito de indústria 4.0, bem como aceleração na adoção da digitalização de sistemas de gestão de energia voltada para o aumento da competitividade e sustentabilidade com o uso racional de recursos energéticos e utilidades.
Empresa: WEG Equipamento Elétricos S/A – Automação
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Metalmecânica (SP)
4. Plataforma para unir tecnologias de geoprocessamento integrado a mapas/máquinas
Ativos como embalagens, moldes, racks e empilhadeiras poderão gerar dados para identificar melhorias de Lean em tempo real, melhores rotas, melhorias no uso das embalagens, otimização do uso da embalagem para evitar investimentos, melhoria de bem-estar do empilhador e melhorar o uso dos ativos controlados.
Empresa: Datawake Digital LTDA
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Metalmecânica (SP)
5. Unidade Móvel de Calibração
Melhoria da solução existente por meio da inserção de tecnologias como coleta de dados, armazenamento em nuvem e software capaz de administrar as informações coletadas em campo, e desenvolvimento do calibrador IoT.
Empresa: Precisão Serviços Técnicos Especializados LTDA
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Automotivo e Metalmecânica (PE)
6. ESCUDO Lite Senfio – Controle e monitoramento de microrganismos, em plantas industriais de alimentos e bebidas, com biossegurança digital
Aperfeiçoar e validar solução existente para complementar o gerenciamento e controle de microrganismos na indústria alimentícia, com utilização de aplicativo web disponível nas plataformas iOS e Android para monitorar variáveis envolvidas no processo.
Empresa: Senfio Soluções Tecnologias
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Meio Ambiente (PE)
7. Novo produto para o monitoramento de máquinas do setor metal mecânico
Desenvolvimento de um produto destinado ao monitoramento de equipamentos relacionados ao setor metal mecânico, que compreende centros de usinagem, tornos, fresadoras e equipamentos similares.
Empresa: Ubivis
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Informação e Comunicação (PR)
8. Sistema de Inspeção IOT para Vazamento de água
Desenvolvimento de tecnologia de sistema digital de controle distribuído (SDCD) para realizar a automação da etapa de inspeção de vazamento por estanqueidade de torneiras produzidas a partir do processo de fabricação fundição com macho de areia, aplicada em plantas industriais do segmento industrial de água mineral, especificamente envasadoras de garrafões de 20 litros.
Empresa: Conecto Tecnologia LTDA
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Automotivo e Metalmecânica (PE)
9. Yorkee HW – Controladora Multifuncional
Adoção de técnicas de Inteligência Artificial (IA) no firmware e uma integração nativa com a Plataforma Yorkee+ a partir de ganhos de desempenho, produtividade, na identificação e monitoramento de fábricas que tenham em seus processos produtivos a análise e identificação de pessoas/objetos por biometria.
Empresa: Neokoros Brasil LTDA
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Automação (GO)
10. Apontamento On-Line – NewOI
Transformação da inserção manual de dados de ordem de produção em inserção digitalizada com sistema de apontamento on-line via terminais e painéis de controle, alimentando uma plataforma, de onde os dados poderão ser monitorados e desenvolvimento de dispositivos IOTs.
Empresa: I.C.R Informática Ltda.
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Metalmecânica (SP)
11. CARE – Inteligência em Energia
Integração de plataforma de monitoramento IoT, armazenamento de dados em nuvem, planejamento, banco de boas práticas e suporte técnico especializado à uma plataforma de gerenciamento energético absoluta, de identidade e funcionalidades exclusivas do programa de eficiência energética denominado CARE.
Empresa: POTENTI – SOLUCOES EM ELETRO ENERGIA LTDA
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Logística em Produção (SC)
12. Plataforma Industrial Smart Factory
Sistema com tecnologia escalável e aplicável que permite dar visibilidade em tempo real sobre diferentes tipos de perda de processo produtivo com abordagem Lean Manufacturing Digital, que permite planejar e controlar a produção, visualizar dados de forma remota e eliminar em 100% o uso de papéis no chão-de-fábrica.
Empresa: Smart Factory Soluções em Automação Industrial, Software e Dados LTDA.
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Metalmecânica (SP)
13. GLUK – Controle de Produtividade
Software de baixo custo para melhoria e integração de indicadores de produtividade e eficiência operacional das indústrias, sem necessidade de medição manual.
Empresa: AJG Ludwing Desenvolvimento de Software LTDA
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Logística em Produção (SC)
14. Análise de produção e OEE
Desenvolvimento e implementação de sistema de monitoramento e historiação das variáveis de processos, apresentando dados estatísticos e de desempenho, com acesso remoto e sistema SaS hospedado em nuvem.
Empresa: Dashzoom LTDA
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Logística em Produção (SC)
15. Sistema rodízio inteligente
Para aplicação em carrinhos logísticos, monitoramento da movimentação dos produtos e matéria-prima entre os processos industriais. Os benefícios do projeto: obtenção e tratamento de informações de tempo versus distância para melhora de lead time de produção logístico e aumento de produtividade industrial.
Empresa: Schioppa rodas e rodízios
Coordenador: Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Metalmecânica (SP)
Smart Factory: soluções inovadoras e resultados de melhoria de processos
O conceito de Smart factory refere-se à aplicação das mais recentes técnicas de automação, digitalização, gestão de dados e conectividade que impactem na eficiência operacional das empresas. Para impulsionar o setor industrial, serão selecionados cerca de 60 projetos para desenvolvimento e inovação (PD&I) de empresas que atuam no setor de soluções para máquinas, equipamentos, sistemas, entre outras áreas.
A iniciativa ancorada pelo SENAI visa trazer soluções inovadoras e que gerem resultados de melhoria de processos para as empresas de micro, pequeno e médio porte. Para o diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o objetivo é ganhar produtividade, limitando a necessidade de supervisão humana contínua.
“A fábrica inteligente deve ser capaz de adaptar sua produção a uma demanda em constante mudança, para responder às necessidades rápidas e corrigir desvios de processos para evitar paralisações técnicas”, explica.
Fonte: CNI