Pelo menos três dos distritos de Guangzhou, no sul da China, foram colocados sob lockdown na semana passada, por causa do aumento de casos de covid-19 em todo o país. Um funcionário da Província de Guangdong disse na segunda-feira 14 que as medidas seriam “reforçadas”, irritando os moradores, já frustrados com os bloqueios excessivos.
Para conter a manifestação, a polícia de Guangzhou usou canhões de água para dispersar o grupo que tentava avançar sobre a barricada.
No distrito de Haizhu, que está sob lockdown desde 5 de novembro, grandes multidões participaram dos protestos.
Em um vídeo, um homem apareceu para intervir em um confronto entre moradores e policiais, com pessoas exigindo que fossem liberados para comprar itens de primeira necessidade. Outro vídeo mostrou moradores em prédios cantando e aplaudindo, em solidariedade aos manifestantes.
As cenas foram amplamente censuradas nas redes sociais do país. No Weibo, a versão chinesa do Twitter, o único vídeo dos protestos mostrava uma autoridade local acalmando os manifestantes, com a legenda elogiando o homem por sua paciência.
O protesto público — um evento extremamente raro na China, onde as autoridades mantêm um controle rígido sobre a dissidência — aparece como mais um sinal da crescente raiva e do desespero do público com as rigorosas políticas de covid zero implantadas pelo Partido Comunista.
Segundo a CNN, 18 mil casos de covid-19 foram confirmados na terça-feira 15, a maior contagem desde abril no país.
FONTE: Revista Oeste