Exportação de sucata ferrosa teve queda em outubro

As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, caíram em outubro diante da crise de energia na Europa, provocada pela guerra da Ucrânia, com paralisação de usinas e portos. No mês passado, as vendas externas totalizaram 21.882 toneladas, retração de 59,6% em relação ao mesmo mês de 2021 (54.234 toneladas) e de 43,6% ante setembro de 2022 (38.859 toneladas).

De janeiro a outubro deste ano, as exportações atingiram 328.719 toneladas, recuo de 18% se comparadas ao mesmo período do ano passado, quando somaram 400.480 toneladas, conforme os dados divulgados pelo Ministério da Economia, Secex.

Segundo Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), “a crise de energia na Europa, provocada pela guerra na Ucrânia, tem impactado negativamente nas exportações e preços da sucata, com reflexos também no Brasil”.

Desde o início do mês de setembro constata-se queda de preços do insumo e as perspectivas para os próximos meses não são otimistas. Fontes ouvidas justificam esse momento ruim do mercado em função da baixa demanda das usinas e fundições pela sucata, e as expectativas variadas acerca da força do setor siderúrgico no Brasil.

Já dados da Associação Latino Americana de Aço (Alacero) apontam que, em comparação com o mesmo período do ano anterior, o acumulado das exportações de aço na América Latina entre janeiro e julho de 2022 registrou alta de 50,5%, totalizando 6.757,2 mil toneladas. Apesar de atingirem patamares elevados, as exportações apresentaram redução de 7,8% em agosto, comparado com o mês anterior. Já as importações sofreram redução de 12,7% no acumulado de 7 meses de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021, totalizando 14.627,6 mil toneladas. Em julho, o número foi 2,2% menor do que em junho.

A produção permanece relativamente estável, impulsionada pelo volume expressivo de exportações. O acumulado dos primeiros 8 meses do ano registrou sensível redução de 3,3% na produção de aço bruto, em comparação com o mesmo período do ano anterior, registrando 41.882,4 mil toneladas. O aço laminado apresentou redução de 2.8% no mesmo intervalo de tempo, com 36.805,8 mil toneladas.

Quanto à comparação mensal de produção de aço bruto, o mês de agosto de 2022 (5.196,3 mil t) registrou uma queda de 0,02% em comparação a julho, além de uma redução de 3,9% na produção de fornos elétricos (2.552,5 mil t). Por outro lado, as atividades em altos fornos (2.643,8 mil t) aumentaram 4,0%. Já o material laminado apresentou redução de 1,7% no mesmo período (4.618,6 mil toneladas em agosto). Destacam-se, nesta categoria, os tubos sem costura, que cresceram 7,5% no mês (144,9 mil t), enquanto os planos aumentaram 0,2% (2.193,3 mil t) e os longos caíram 4,0% (2.280,4 mil t).

O consumo de aço laminado apresentou redução de 10,2% até agosto de 2022, em comparação com o total de 2021, ano em que cresceu 26%. Ainda assim, os números mantiveram-se 5% acima dos níveis pré-pandemia, totalizando 40.348,6 mil t. Destaques para as variações acumuladas: Chile (-50,2%), Peru (-16,8%) Brasil (-2,7%); Argentina (-1,5%); Colômbia (+13,7%); e México (+1,8).  A queda de consumo de 10,2% é explicada pela diminuição do déficit comercial em 35,9% no acumulado.

Fonte: Monitor Mercantil