OCDE vê estabilização no crescimento brasileiro

Indicadores da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontam agora tendência de estabilização do crescimento no Brasil, comparado a persistente desaceleração na maioria das economias desenvolvidas.

Os Indicadores Compostos Avançados da OCDE (CLI, na sigla em inglês) são projetados para antecipar as flutuações na atividade econômica nos próximos seis a nove meses. Levam em conta volume de encomendas, autorização de construção, confiança na economia, taxas de juros no longo prazo, registros de novos carros e vários outros.

Em seu levantamento de novembro, publicado nesta quarta-feira, 9, esses indicadores continuam a apontar crescimento lento na área da OCDE e na maioria das principais economias, impactadas pela alta inflação, pelo aumento das taxas de juros e pelo declínio dos preços das ações.

Antecipa perda de força no crescimento nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Canadá. É a mesma situação na área do euro como um todo, incluindo a Alemanha, França e Itália, as maiores economias europeias.

O Japão é o único das maiores nações industrializadas com tendência de crescimento estável, de acordo com a organização.

Por sua vez, a OCDE vê “sinais mistos” entre as principais economias emergentes. Os indicadores para a China (setor industrial), impulsionados pela produção de veículos a motor e aço bruto, mostram neste mês “sinais preliminares de estabilização”, embora permanecendo abaixo da tendência.

“Sinais semelhantes também estão surgindo no Brasil, onde o CLI é puxado para cima pelo preço das ações”, diz a OCDE. O mecanismo da OCDE deu assim uma virada, agora vendo “sinais de estabilização do crescimento no Brasil”, enquanto desde junho vinha apontando “crescimento perdendo impulso” na maior economia da América Latina.

Um economista ligado ao governo brasileiro diz que até agora ninguém atualizou de fato as projeções para o Brasil para 2023, porque não estão claros os rumos da política econômica do presidente eleito Lula. “Isso tem influência grande sobre como se comportam os agentes privados, e o que se faz no momento é a chamada previsão do retrovisor, esperando para ver o que vai acontecer”, diz a fonte.

Fonte: Valor Econômico