Juros elevados ocupam 1º lugar no ranking de principais problemas na construção

Ao realizar a Sondagem Nacional da Construção, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) constatou que a elevada taxa de juros se tornou o maior problema do setor durante o terceiro trimestre de 2022. A apuração revelou que já fazem cinco semestres que a adversidade vem crescendo gradativamente no percentual de indicações, de acordo com as 369 empresas participantes da pesquisa. Do total, 131 delas são pequenas, 154 médias e 84 grandes.

Segundo o estudo, o obstáculo foi sinalizado por 30% das empresas participantes — um aumento de 0,2% na comparação com o segundo trimestre de 2022. A taxa toma o lugar anteriormente ocupado pela falta ou alto custo de matéria prima, que passou para a terceira posição ao ser apontado por 27,1% dos empresários — indicando queda de 20,6% em comparação ao trimestre anterior e o menor patamar registrado desde o segundo semestre de 2020.

Assim, a segunda posição do ranking de principais problemas foi descrita pela elevada carga tributária, de acordo com 27,6% dos participantes. O resultado indica aumento de 3,9% na comparação com o semestre anterior.

Outro problema que registrou crescimento na quantidade de citações desde o terceiro trimestre de 2021 foi a falta ou alto custo de trabalhadores qualificados. Ao atingir 23,4% das assinalações, o obstáculo apresenta o maior percentual da série histórica, indicando que a falta ou o alto custo de trabalhador qualificado está pressionando o segmento da construção de modo significativo.

CONFIANÇA

Outros índices apurados pela Sondagem Nacional da Construção foram relacionados às expectativas e confiança dos atuantes do segmento.

Segundo os participantes da pesquisa, em outubro, o Índice de Confiança do Empresário (Icei) da indústria da construção apresentou queda de 2,6 pontos, passando para 60,1 pontos. A menor confiança reflete uma maior moderação das expectativas dos empresários com relação aos próximos seis meses.

Ainda assim, o resultado permanece otimista, considerando que, em uma escala de 0 a 100, os resultados são descritos como promissores quando acima de 50 pontos.

O Índice de Expectativas (IE), por sua vez, ficou em 61,3 pontos em outubro, apresentando recuo de 3,4 pontos em relação a setembro. Já o Índice de Condições Atuais recuou 1 ponto, passando para 57,6 pontos.

INTENÇÃO DE INVESTIR

Em outubro, o Índice de Intenção de Investimento da indústria da construção também recuou 0,5 ponto, passando de 46,8 pontos para 46,3 pontos. O resultado apresentado no período segue abaixo dos 50 pontos, indicando menor propensão a investir.

Apesar da queda, o índice permanece em um patamar elevado na comparação com a média histórica, de 36,3 pontos.

DESEMPENHO

O Índice do Nível de Atividade registrou 53,4 pontos em setembro de 2022, resultado acima da linha divisória dos 50 pontos, indicando aumento de atividade em relação ao mês anterior. Apesar disso, na comparação de setembro com agosto, houve queda de 1,6 ponto, o que significa atividade em expansão, porém um pouco mais moderada e menos disseminada.

UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE

Em setembro, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) manteve-se em 68% pelo terceiro mês consecutivo. Esse foi o maior valor registrado para o mês de setembro desde 2013. Ao longo do ano, a UCO registrou valores maiores ou iguais a 65% em todos os meses, indicando que a atividade do setor segue aquecida.

Fonte: AECWeb