Siderúrgica Ternium registra queda de 80% nos ganhos

A siderúrgica Ternium, controlada pelo grupo ítalo-argentino Techint, viu seu lucro líquido do terceiro trimestre cair mais de 80% em relação ao ano anterior, para US$ 220 milhões.

O resultado foi influenciado pelo impacto da desvalorização do peso argentino frente ao dólar, pela queda nos preços do aço e pelos elevados custos operacionais. No entanto, a siderúrgica está confiante em um 2023 melhor.

“Na Argentina, a demanda por aço continua estável. O setor de construção do país, bem como as indústrias de eletrodomésticos, automotiva e de energia, estão operando em bons níveis”, afirmou a empresa em comunicado à imprensa divulgado nesta quinta-feira (3).

As vendas líquidas caíram de US$ 4,59 bilhões para US$ 4,13 bilhões.

A World Steel Association prevê que a demanda por aço sofrerá uma contração de 2,3% este ano devido a fatores como alta inflação, aperto monetário nos EUA e desaceleração econômica da China, mas espera que a demanda aumente ligeiramente em 2023.

“Nossa previsão atual para o crescimento da demanda global por aço foi revisada para baixo em comparação com a anterior. A perspectiva para 2023 depende do impacto do aperto das políticas monetárias e da capacidade dos bancos centrais de ancorar as expectativas de inflação. Particularmente, a perspectiva da UE está sujeita a um maior risco de perda devido à alta inflação e à crise energética, que foram exacerbadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia”, apontou Máximo Vedoya, CEO da Ternium e presidente do comitê econômico da worldsteel em um comunicado de outubro.

Os despachos de aço da Ternium nos primeiros nove meses de 2022 foram de 8,88 Mt, abaixo das 9,24 Mt no mesmo período de 2021. A queda se deve a uma redução de 684.000 t no volume de placas enviadas para terceiros, parcialmente compensada por um aumento de 322.000 t nos embarques de aço acabado.

Na Argentina, a siderúrgica possui as unidades Rosario, Canning, Florencio Varela, Haedo e Ensenada, além da principal, San Nicolás.

Em 2021, a empresa exportou 12 Mt de aço de suas instalações no México, Argentina, Brasil, Colômbia, sul dos Estados Unidos e América Central. A Argentina respondeu por 20%.

Fonte: BN Americas