Prévia de Materiais Básicos: O que esperar do 3T22?

De modo geral, o segmento de Materiais Básicos deve apresentar números mistos no 3T22. Os resultados deste trimestre devem ser fracos para Mineração & Siderurgia (“M&S”) sob nossa cobertura. Ainda esperamos discussões sobre o setor chinês de infraestrutura e propriedades imobiliárias impactando a demanda por minério de ferro e aço, e temores de recessão econômica na Europa e nos EUA. Os principais destaques foram: (i) desaceleração da demanda de aço e minério de ferro e (ii) menores preços de minério de ferro, aço, alumínio e ouro. Fornecemos mais detalhes dos resultados das empresas a seguir.

Minério de Ferro e Aço: O 3T22 deve apresentar resultados mais fracos quando comparado ao trimestre anterior devido aos menores preços das commodities (minério de ferro com queda de 24% no trimestre e vergalhões com queda de 19% no trimestre), com as melhorias sazonais na produção compensadas pela inflação de custos. Ainda esperamos discussões sobre o setor chines de infraestrutura e imobiliário, impactando a demanda por minério de ferro e aço, e temores de recessão econômica na Europa e nos EUA. Das empresas de M&S sob nossa cobertura, o Ebitda deve cair dois dígitos trimestralmente.

Alumínio e ouro: Apesar dos altos preços de energia e baixos estoques de alumínio, os bloqueios chineses e as preocupações com a recessão econômica derrubaram os preços do alumínio durante o 3T22 (-19% no trimestre). Para a CBA, esperamos resultados mais fracos devido aos menores preços do alumínio e maiores custos caixa. Para os produtores de ouro, as preocupações com a recessão e os bancos centrais comprometidos em reduzir a inflação resultaram em preços mais baixos do ouro neste trimestre (-8% no trimestre). No entanto, a melhora de produção para Aura (base QoQ) deve impactar positivamente os resultados da empresa.

Para os próximos trimestres, os investidores estão preocupados com: (i) medo de recessão na Europa e EUA, (ii) preocupações com bloqueios na China impactando a demanda por metais e P&P, (iii) desaceleração econômica global no 4T22 e 2023.

Metais & Mineração
Vale

Esperamos preços realizados significativamente mais baixos (US$ 97/t, -16% QoQ) parcialmente compensados ​​por volumes sazonalmente maiores (69,0 mi t) no 3T22, conforme divulgado no relatório de produção e vendas da Vale, e também um aumento nas vendas de pelotas (8,5 mi t) A/A. Com relação aos custos, projetamos uma pequena queda no C1/te no frete. Estimamos um EBITDA de US$ 4,2 bilhões para o segmento de minério de ferro (-19% QoQ). Com relação aos Metais Básicos, estimamos um EBITDA ligeiramente superior no trimestre (US$ 636 milhões), principalmente devido aos maiores volumes de vendas de níquel e cobre, compensados ​​por menores preços de venda de níquel e cobre.

Gerdau 

Estimamos resultados mais fracos no 3T (-24% de queda de Ebitda no 3T22 vs 2T22). Em nossa opinião, volumes domésticos ligeiramente menores e maiores pressões de custos devem contrair as margens. No Brasil, esperamos: (i) margens menores (19%), (ii) maiores embarques no mercado interno e menores volumes de exportação, (iii) receita estável por tonelada, (iii) maiores custos devido ao maior custo inflação (principalmente nos preços do carvão e da sucata). Na unidade dos EUA, projetamos: (i) menores volumes, (ii) leve queda nas margens vs 2T22 e (iii) preços estáveis. Com relação a unidade de Aços Especiais, esperamos menores volumes e maiores custos.

CSN Mineração

Esperamos que a CMIN apresente melhores volumes no 3T principalmente devido à sazonalidade e aumento do Ebitda. Projetamos um EBITDA de R$ 972 milhões (+7% QoQ; +7% A/A), com maiores embarques QoQ (9,1 mi t) e menores preços realizados de minério de ferro (-19% QoQ). Do lado dos custos, esperamos menores custos devido à diluição dos custos fixos e menores despesas com frete neste trimestre. Acreditamos que o mercado deve estar atento na teleconferência à dinâmica de preços e descontos de qualidade do minério de ferro. Mantemos nossa classificação de Compra no nome.

Aura Mineração

Esperamos que a Aura Minerals registre outro resultado fraco devido à queda de preço no trimestre, apesar dos volumes mais altos, conforme relatado no último relatório de produção (58k GEO, +6% QoQ). A Administração reforçou a expectativa de aumento de produção nos próximos dois trimestres e reiterou o guidance de produção para o ano (260-290 kGEO) conforme destacado no relatório de produção. Outra indicação positiva foi a redução dos custos do EPP e do Projeto Almas a caminho de serem entregues no prazo e dentro do orçamento. Acreditamos que o mercado deve prestar atenção durante a teleconferência sobre a estratégia de crescimento da mina ao longo do 4T.

Usiminas

Projetamos resultados mais fracos para a Usiminas. No segmento de Siderurgia, esperamos volumes um pouco menores (mas em linha com o guidance) devido aos menores volumes domésticos e de exportação, compensados ​​pelo maior CPV/t Caixa (+16% QoQ). Destacamos a margem EBITDA global abaixo de 9% impactada por maiores custos, menores preços de aço e menores embarques. Na mineração, volumes menores (2,2 mi t, -8% QoQ) e preços menores (-20% QoQ) devem afetar o segmento, em nossa opinião.

CBA

Em nossa visão, a CBA deve apresentar resultados mais fracos devido aos menores preços do alumínio, prêmios menores e custos caixa maiores neste trimestre. Para a divisão Alumínio, projetamos R$ 320 milhões de Ebitda, com expectativa de maiores volumes (+14% QoQ) compensados ​​por menores preços (-22% QoQ). Para os segmentos Energia e Níquel, esperamos Ebitda negativo de R$ 2 milhões e R$ 12 milhões, respectivamente. Além disso, projetamos margens caindo de 28% no 2T22 para 16% no 3T22.

Fonte: Expert XP