Cade abre espaço para Usiminas se manifestar contra operação entre ArcelorMittal e CSP

A Superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu espaço para Usiminas se manifestar sobre a operação entre a ArcelorMittal e a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).

A Usiminas alegou que esse negócio envolve preocupações concorrenciais ao unir no mesmo grupo a principal fornecedora independente de placas de aço ao carbono do mercado nacional e uma das maiores produtoras de aço mundial.

A companhia afirma em sua petição que a operação resultará no aumento dos custos dos concorrentes no mercado de aços planos ao carbono, em virtude do incentivo da CSP para deixar de fornecer placas de aço para o mercado nacional. Na avaliação dessa empresa, esse cenário implicará em efeitos negativos nas indústrias de bens de capital, automotiva e de construção civil, segmentos a jusante dependentes dos produtos siderúrgicos.

A Usiminas alegou ainda que a CSP é uma fornecedora nacional importante de placas de aço ao carbono tanto para produtoras de aços planos ao carbono não verticalizadas quanto para as indústrias siderúrgicas com essas atividades que adquirem esse insumo por diversos fatores. Isso envolve a tarefa de atender um pico de demanda de produção de laminados, manter a produção durante manutenções das plantas ou compensar uma redução circunstancial na produção das placas de aço ao carbono.

No pedido, a Usiminas ainda salientou que essa operação permitirá à empresa resultante um forte acesso a informações concorrencialmente sensíveis de seus concorrentes atuantes no mercado de aços planos ao carbono.

Assim, o Cade autorizou a entrada da empresa neste caso no qual será avaliada a eventual aprovação desse negócio. Com essa medida tanto a companhia preocupada com essa operação poderá se manifestar quanto as suas defensoras também terão oportunidades de justificar esse negócio.

Essa medida do Cade entrou em vigor nesta terça-feira em despacho dado em Brasília.

Em julho, o grupo ArcelorMittal anunciou a aquisição da CSP por R$ 11,4 bilhões. O acordo foi assinado com a Vale e suas sócias sul-coreanas na siderúrgica, Dongkuk e Posco.

Fonte: Valor Econômico