Inadimplência entre as micro e pequenas indústrias atinge o menor patamar de 2023

O nível de inadimplência entre as micro e pequenas indústrias (MPIs) foi de 29% nos meses de agosto e setembro, 6% abaixo do bimestre anterior (35%). De acordo com dados da 9ª edição da Pesquisa Nacional sobre o panorama das micro e pequenas indústrias brasileiras, encomendada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi) e realizada pelo Datafolha, esse é o menor patamar do indicador no ano.

A queda foi puxada pelo segmento de microindústrias, que registrou uma retração de 33% para 25% no período. Já as pequenas empresas industriais tiveram aumento de 1% no nível de inadimplência, passando para 50% em agosto e setembro deste ano.

Para o presidente do Simpi, Joseph Couri, esse recuo na inadimplência entre as MPIs é um sinal positivo para a categoria. “Refletindo a resiliência das micro e pequenas indústrias, apesar dos grandes desafios”, completa.

Entre as regiões do Brasil, os destaques positivos foram o Nordeste, Centro-Oeste e Norte, com 25% de inadimplência entre as micro e pequenas indústrias. Por outro lado, o Sul registrou o patamar mais elevado do índice, com variação positiva de 35%. Já o Sudeste ficou com 27%.

O levantamento também revelou redução nos investimentos das micro e pequenas indústrias, passando de 17% para 13%, o menor índice da série. A compra de máquinas e equipamentos foi o grande destaque nesse quesito, com queda de 11% para 7% no período.

“É crucial que as micro e pequenas empresas invistam com sabedoria neste período, focando em eficiência, inovação, competitividade e qualidade para garantir sua sustentabilidade e desenvolvimento contínuo”, observa Couri.

Inflação e contratações

A pesquisa SIMPI/Datafolha também apontou para aumento no pessimismo em relação à inflação, com 44% das MPIs aguardando um cenário mais desfavorável para a inflação no País. Isso representou aumento de 10% em relação ao bimestre anterior (34%).

No grupo das microindústrias foi identificada preocupação crescente, passando de 35% para 44%. Já entre as pequenas indústrias, o pessimismo aumentou de 27% para 43%.

Apesar dessas preocupações, o índice de Contratação e Demissão das MPIs permaneceu estável, atingindo 100 pontos, mantendo os empregos atuais. Porém, 21% das empresas afirmaram ter vagas de emprego abertas que não conseguem preencher. Dentre os principais obstáculos na contratação de novos funcionários, a qualificação da mão de obra disponível foi citada por 56% dos entrevistados.

Quanto ao grau de planejamento que a empresa adota hoje para os negócios, 45% das micro e pequenas indústrias afirmaram que adotam estratégias de curto prazo. Outros 34% optam pelo médio prazo e 17% pelo longo prazo.

Couri explica que esses números refletem os desafios da sobrevivência em um ambiente econômico volátil. “É muito importante encontrarmos um equilíbrio entre a sobrevivência e os desafios, e uma visão estratégica a longo prazo para garantir o crescimento sustentável das empresas”, conclui.

Fonte: Diário do Comércio