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ABIMAQ- Cursos

A  Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos abriu vagas para o curso de segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. O curso será ministrado pelo engenheiro civil e de produção, Fabrício Varejão. Acontecerá no dia 17 de setembro e terá inicio a partir das 9 horas no Simmepe, que fica localizado na Rua Viscondessa do livramento, 130, bairro do Derby. As inscrições deverão ser feitas pelo site da ABIMAQ.

Mais informações: (81) 3221-4921 ou acesse o site da ABIMAQ-  www.abimaq.org.br

Indústria naval brasileira cresce 19,5% ano ano

Portos e Navios

Desde 2000, a indústria naval apresenta crescimento de 19,5% ao ano. O dado faz parte do estudo “Ressurgimento da Indústria Naval no Brasil (2000-2013)”, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e apresentado esta semana na Marintec South America – 11ª Navalshore, no Rio de Janeiro. O evento é considerado o principal encontro da indústria naval e offshore da América Latina.

O estudo do Ipea aponta que o ritmo de crescimento verificado e o volume de investimentos na indústria naval – cerca de R$150 bilhões no período de 13 anos – já consolidaram o setor. Dentre os investimentos destacados estão os realizados por três programas coordenados pela Petrobras: o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), o Programa de Renovação e Expansão da Frota de Embarcações de Apoio Marítimo (Prorefam) e o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), da subsidiária Transpetro.

Um histórico da indústria naval brasileira apresentado pelo estudo mostra o rápido crescimento da força de trabalho empregada. Após o apogeu na década de 1970, o setor entrou em declínio nos anos 80, e quase se extinguiu no início do ano 2000, quando chegou a empregar apenas 1.900 pessoas. Segundo o estudo, em março de 2013, a indústria naval empregava 71 mil trabalhadores.

Outro aspecto revelado pelo Ipea é o posicionamento da indústria naval brasileira no cenário mundial. Em três nichos do setor, o Brasil já se destaca globalmente: construção de embarcações de apoio, plataformas offshore e navios sonda.SIMMEPE 21

Reduzir preço do aço não é solução, diz associação

Diario de Pernambuco
Apesar da situação difícil vivida pelo setor siderúrgico no Brasil, não existe previsão de queda nos preços do aço praticados pelas usinas nacionais, na avaliação do presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro. Segundo o executivo, as usinas não mexeram nos preços, porque isso não seria suficiente para aumentar a demanda. “Vejo pouca elasticidade em relação a preço. Não vai ser baixando preço que se vai vender mais aço”, afirmou Loureiro, em entrevista coletiva.
Segundo ele, a última vez que o preço do aço caiu foi no ano passado, mas na ocasião o ajuste foi motivado pela maior concorrência das importações, o que não é o caso atualmente. “As usinas não vão abaixar preço, se não tiverem necessidade de conter a importação”, declarou.
Atualmente, o prêmio da importação da bobina a quente é de 10% a 12%, mas considerando o hedge necessário para o importador se proteger da oscilação do dólar, este prêmio cai para 4% a 6%, de acordo com Loureiro. “Um prêmio deste tipo só motiva a importação se o mercado consumidor estiver forte. O material leva cinco meses para chegar ao Brasil, e hoje ninguém sabe como estará o mercado em janeiro”, explicou.
O aumento da importação vista em julho (+14,5% ante julho de 2013) foi concentrado nos portos de Pecém (PE) e Manaus (AM), que compraram mais laminados a frio.
Loureiro afirmou que pode ocorrer um pequeno rali de preços do aço no mercado externo, o que também ajudará a impedir uma queda de preços no mercado doméstico. Segundo ele, a alta é esperada devido à crise vivida na Ucrânia e na Rússia, que são fortes exportadores de aço. “Com esta crise, a China consegue exportar mais e não precisa baixar preço. Aí pode ocorrer um pequeno rali de preço no mercado externo”, explicou.
Distribuição
Em julho, a participação das vendas dos associados do Inda no mercado interno atingiu 43%, ante 41% em junho. No entanto, o presidente da entidade destacou que esta não é uma boa notícia para o setor de distribuição, pois sua participação só aumenta quando a margem do setor está muito baixa.
“Significa que estamos perdendo dinheiro, não é uma boa notícia” afirmou. Ele explicou que os clientes compram mais da distribuição quando seus pedidos são menores e quando sabem que as usinas estão ociosas.
O estoque da distribuição atualmente equivale a 3 meses de consumo, mas o ideal é ficar em 2,5 meses, segundo o porta-voz do Inda.
Dilma
Loureiro afirmou que a entidade percebe uma “resistência grande” do empresariado em relação ao governo Dilma Rousseff. Ele destacou, no entanto, que o Inda não tem posição política.
Entre os pontos mais críticos para o setor de distribuição de aço e seus clientes, Loureiro citou a pressão sobre o preço do etanol provocada pela contenção dos preços da gasolina e o fato de o governo tentar segurar a inflação por meio do controle do câmbio em um nível “que não é real”, segundo o executivo. “São dois assuntos que afetam muito o nosso setor”, afirmou.
Segundo o executivo, qualquer candidato que trabalhe em prol da solução destes dois temas seria bem-vindo. “Se a Dilma mudar isso, tudo bem”, citou. Loureiro destacou que a morte de Eduardo Campos, candidato do PSB, foi considerada uma perda muito grande pelo Inda, pois era “uma pessoa nova, com outra visão”.
Segundo o porta-voz do Inda, as eleições presidenciais estão levando os empresários da indústria a segurarem seus pedidos, pois não há previsibilidade de mercado. “Está muito nublado. Ninguém coloca pedidos muito para frente porque não tem como prever se a situação vai melhorar”, afirmou.
De acordo com ele, até o momento, “nada indica” que ocorrerá uma melhora. A carteira de pedidos das usinas está fraca para setembro, de acordo com Loureiro. Além das incertezas, parte da fraca demanda se explica pelo fato de que os clientes estão fazendo pedidos com menos antecedência, pois sabem que as usinas estão ociosas.
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Navio vai ao mar na quarta

A diretoria do estaleiro Vard Promar desistiu de realizar uma solenidade oficial de lançamento ao mar do primeiro navio construído pela empresa em Pernambuco. Em função da tragédia que vitimou o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República Eduardo Campos, na última quarta-feira, o estaleiro decidiu realizar um evento interno e técnico na próxima quarta-feira.
O presidente do Vard Promar, Miro Arantes, adianta que a data da cerimônia de batismo da embarcação e da inauguração oficial do empreendimento está sendo discutida com a Transpetro. A sugestão será o dia 10 de setembro, mas ainda não está batido o martelo. “A cerimônia da quarta-feira será técnica, sem nenhuma festividade em função da tragédia ocorrida”, reforça o empresário.
Enquanto não recebe um nome, o primeiro navio do Vard Promar construído no Complexo de Suape é chamado de EP 3. A embarcação é o terceiro dos oito gaseiros (responsáveis pelo transporte de gás de cozinha) encomendados pela Transpetro ao estaleiro. Os dois primeiros foram construídos na planta do grupo em Niterói, no Rio, como estratégia para evitar atrasos no cronograma de encomendas. O pacote, que deverá ser entregue até 2017, está orçado em US$ 536 milhões. Após a cerimônia de batismo, o navio deverá seguir para a prova de mar (teste de navegação) em dezembro e integrar a frota da Transpetro no início de 2015.
Além dos gaseiros, o Vard Promar tem mais duas embarcações em carteira. São navios PLSVs afretados pela Petrobras ao consórcio formado pelas empresas Technip e DOF Subsea, com valor projetado em US$ 520 milhões.
A meta do estaleiro para os próximos anos é garantir o ritmo na entrega das encomendas e avançar no volume de processamento de aço. A previsão para este ano é processar 8 mil toneladas (equivalente ao corte de chapas para a construção de dois navios e meio), ampliando para 9 mil toneladas (quatro navios) em 2015 e projetando um volume de 12 mil toneladas num intervalo de 5 anos.
Outra estratégia do Vard Promar é acelerar a qualificação e contratação de mão de obra, à medida em que a execução da carteira avança. Hoje já são mais de mil funcionários e a previsão é alcançar 1.800 até o final do ano.
SETOR
A indústria naval está apostando na expansão do pré-sal para garantir encomendas pelo menos até 2020. Pelas contas da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), o setor de petróleo e gás ancorado na produção do pré-sal deverá promover um faturamento anual de US$ 17 bilhões para o setor. Os principais segmentos beneficiados serão a fabricação de navios, a fabricação de embarcações de apoio à produção e a construção de plataformas de perfuração e produção. Hoje, a carteira de encomendas dos estaleiros brasileiros inclui 373 embarcações. Só o pacote de plataformas é de 90 unidades até 2025, com valor calculado em US$ 120 bilhões.
Apesar do otimismo com a carteira, os empresários do setor defendem a necessidade de melhorar a competitividade do setor no cenário internacional. O assunto foi discutido durante a Marintec South America – 11ª Navalshore, que se encerrou ontem no Centro de Convenções do Rio de Janeiro.
Apesar de ter a quarta maior carteira de encomenda de petroleiros do mundo, o Brasil tem se mostrado menos competitivo do ponto de vista de preço, prazo de entrega e produtividade da mão de obra. Um exemplo clássico foi a construção do navio João Cândido, no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que demorou quase quatro anos para ficar pronto e teve custos mais de 50% acima do valor inicial.

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Justiça revoga falência da Wind Power em Pernambuco

A Wind Power Energia (WPE) – fabricante de aerogeradores e subsidiária da argentina Impsa – teve sua falência revogada pela Justiça de Pernambuco. A falência tinha sido decretada no último dia 31, a pedido do Grupo Libra Terminais, que cobrava uma dívida de R$ 10,6 milhões à WPE. A revogação da falência foi proferida pela juíza Hélia Viegas, da 3ª Vara Cível da Comarca do Cabo de Santo Agostinho, na última terça-feira (12).

“Dois dias após a decretação da falência (pelo juiz Rafael de Menezes), as duas empresas entraram num acordo de pagamento da dívida. A Wind Power pagou a metade e parcelou o restante do valor. No processo também não constavam documentos que comprovassem a situação de insolvência da empresa, a exemplo de débitos fiscais e trabalhistas. O acordo foi homologado pela e o processo extinto”, explica a juíza.

Outros credores da Wind Power podem solicitar pedido de falência da empresa, caso a companhia descumpra a execução de pagamentos judiciais. No Tribunal de Justiça de Pernambuco constam 68 processos contra a companhia, mas todos com pedidos de execução e não de falência.

Em nota encaminhada à imprensa, a Wind Power informou que “A WPE segue sua operação normalmente e lamenta os contratempos causados entre seus fornecedores, colaboradores e a comunidade em que atua. Atualmente, a empresa é responsável pela geração de 1.500 empregos diretos e 5.000 indiretos, que trabalham para o desenvolvimento e execução de seus projetos de energias renováveis em mais de 20 países. A WPE trabalha cada vez mais em prol do crescimento da infraestrutura do país e do setor energético brasileiro. Nos últimos cinco anos, a WPE investiu em torno de R$ 4 bilhões no Brasil, em pesquisa e desenvolvimento de turbinas hidro e geradores eólicos, fábricas, novos fornecedores, e em projetos de geração eólica”, diz o texto, encaminhado por meio de sua assessoria de comunicação.

HISTÓRICO

A Wind Power foi inaugurada em Suape em maio de 2008. A cerimônia contou com a presença da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, do então governador de Pernambuco, Eduardo Campos e do staff internacional da companhia. Na solenidade, a companhia anunciou a construção de uma segunda planta em Suape, responsável pela fabricação de geradores para usinas hidrelétricas.

O projeto da empresa surpreendeu pelo tempo recorde de construção da fábrica (8 meses) e a estratégia de verticalização, que previa a implantação de usinagem, unidade de torres e de pás eólicas. A empresa abriu caminho para a implantação de um polo de energia eólica, com a chegada de outras indústrias da cadeia produtiva, como a Gestamp (torres) e a LM Wind Power (pás).

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Excedente global causa impacto nas exportações

 

 

Levantamento da World Steel Association mostra que, em 2015, sete anos após o início da crise financeira global, o consumo aparente de aço nos grandes mercados ainda não terá voltado aos patamares pré-recessão.

Os EUA consumirão 95,2% dos níveis verificados ainda em 2007. No caso do Japão, o consumo será de 79,9%, e na União Europeia, de 74,5%. O paradoxo desse quadro é que a recuperação lenta na utilização não inibe a existência de um cenário de superoferta, com siderúrgicas chinesas e europeias mantendo seus parques a todo vapor.

Um ambiente que, na visão do presidente-executivo do Instituto Aço Brasil (IAB), Marco Polo de Mello Lopes, causa um impacto na “variável da exportação” e também provoca corrosão na competitividade das siderúrgicas brasileiras, já afetadas por uma demanda interna contraída, pela invasão de importados e por “fatores sistêmicos” como a alta carga tributária.

“Não consigo competir na exportação nem com os importados, outra grande preocupação do setor”, diz Marco Polo de Mello Lopes. Confira a seguir os principais trechos da entrevista que ele concedeu ao Valor.

Valor: A produção mundial de aço bruto cresceu 3,5% no ano passado e 2,5% de janeiro a junho este ano, na comparação com igual período do ano passado. A previsão é de um excedente de 600 milhões de toneladas ao final de 2014, o que representa pouco mais de um terço da produção global. Há perspectiva de demanda para o excedente?

Marco Polo de Mello Lopes: Não, e esse é um dos grandes problemas no momento. A variável do mercado internacional sempre foi uma alternativa importante para o Brasil. Quando o mercado interno não demandava o suficiente, usávamos a exportação. Nesse momento temos um mercado interno que não cresce o esperado e que, ao mesmo tempo, vem sendo bombardeado por importações. E agora não temos a variável da exportação por conta desse excedente monumental de 600 milhões de toneladas. O crescimento da demanda mundial não é representativo. Em 2015, as grandes economias ainda não terão retornado ao nível de consumo do período pré-crise, o que ratifica que o excedente não terá solução de curto prazo.

Valor: Outro levantamento da WSA mostra que um caminho viável para a retomada da competitividade da indústria global é enxugar 300 milhões de toneladas anuais. É esperado algum ajuste no mercado para equilibrar a oferta?

Lopes: A grande novidade é que o Brasil e outros países latinos e do Nafta fizeram um trabalho junto à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para que a questão do excedente de capacidade passasse a ser uma prioridade efetiva. Nossa visão é que somente a OCDE, que é um fórum governamental, pode considerar o maior dos males no mercado, que é esse grande excedente. Que tipo de benefício se pode dar para poder enxugar o mercado? O que é permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC)? Para botar mais sabor na discussão, temos um grande problema que são as state-owned enterprises, as siderúrgicas estatais, que operam com resultados baixos e não desaparecem porque são subsidiadas pelos governos. A grande concentração está na China. O Comitê (do Aço) da OCDE identificou, em 2011, que das 1,2 bilhão de toneladas de aço produzidas pelas 127 maiores empresas do mundo, 468 milhões, ou 38%, são de estatais, sendo 411 milhões, ou 34%, de estatais chinesas. O problema é de excedente da capacidade, mas certamente a questão das estatais é fundamental para sua solução.

Valor: Um dos temas discutidos no Congresso do ano passado é que o cenário de superoferta e baixo consumo impactam os preços internacionais. De que maneira esses fatores já afetam os embarques das siderúrgicas brasileiras?

Lopes: Se olharmos os dados mais recentes, de janeiro a junho, temos queda em todos os grandes indicadores. A produção de aço bruto caiu 1,5%, na comparação com igual período do ano passado, as vendas internas recuaram 5,3% e as exportações, 11,5%. Isso significa dizer que, hoje, nossa participação que já chegou a ser muito significativa em termos de balança, com 17% do saldo, caiu muito, por conta da deterioração das relações do mercado internacional. São práticas predatórias e preços deprimidos, um cenário muito difícil de participar.

Valor: Nesse cenário, quais fatores domésticos afetam a competitividade das usinas?

Lopes: A queda de participação das siderúrgicas e da indústria de transformação no Produto Interno Bruto é o que conceituamos de perda de competitividade em razão de fatores sistêmicos. No caso do aço, sob a ótica da modernização somos competitivos, com US$ 20 bilhões em investimentos entre 2008 e 2013. Nosso problema não é de obsolescência. Se eu investi e tenho um parque moderno, o que me pega são os fatores sistêmicos, como a cumulatividade dos impostos, alta carga tributária, custo da energia elétrica, o gás natural mais caro do mundo, o câmbio e o custo da mão de obra. São fatores que agravam a questão do excedente monumental no mercado mundial. O governo sinalizou com redução das tarifas de energia em 20%, mas o benefício chegou em uma faixa de 7% a 8%. Quem está no mercado livre não teve redução. Medimos o que seria o custo de produção da bobina a quente e comparamos o Brasil com Rússia, EUA, Turquia, China e Alemanha. Temos o custo inicial mais baixo. Agregada a carga tributária e fatores sistêmicos, despencamos para último. Sob a ótica de modernização dentro dos muros das fábricas, somos competitivos. Com os fatores sistêmicos, não consigo competir na exportação e nem com os importados, outra grande preocupação do setor.

Valor: O instituto calcula que, mantido o ritmo recente de importações, 53,2% do consumo aparente de aço do país terá como origem material de fora em 2022. Atualmente, esse índice é de 32%, considerando as importações diretas e também as indiretas. O setor há tempos defende medidas emergenciais de defesa comercial. Como estão essas reivindicações junto ao governo?

Lopes: Esses números são bombásticos. Este ano, as importações são de 8,6 milhões de toneladas. Em 2013, foram 9,3 milhões de toneladas importadas, entre importações diretas e indiretas, um volume que supera a capacidade de produção da maior usina em operação no país. Preocupa muito. Mantidas as condições normais de temperatura e pressão, pode fechar a porta e entregar a chave. O setor defende a necessidade absoluta de crescimento no mercado interno de forma sustentada, e de investimento maciço em infraestrutura. Se o governo não corrige as chamadas assimetrias competitivas, que são o custo da energia e gás, e não compensa com a desoneração do setor produtivo, sobra a questão da defesa comercial. Nós precisamos de uma defesa que assegure que não entre no país o material siderúrgico sem comprovação de conformidade, como exige a legislação brasileira. Uma defesa eficiente que evite fraudes, como a importação de fio-máquina e chapas chineses com adição de boro, que permite mudança na classificação do produto. E precisamos trabalhar na variável do conteúdo nacional.

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Balanço aponta ano difícil para a indústria brasileira do aço

O Instituto Aço Brasil prevê queda na produção, vendas e consumo de aço no País em 2014. Fatores sistêmicos que impactam negativamente a competitividade – como a alta carga tributária e cumulatividade dos impostos, custo da energia elétrica e câmbio valorizado – vêm afetando não somente a indústria brasileira do aço como também seus principais setores consumidores. No cenário mundial, há ainda um excedente de capacidade da ordem de 600 milhões de toneladas. Em consequência,as exportações devem continuar abaixo da média histórica, as importações em níveis extremamente elevados fazendo com que a utilização da capacidade instalada de produção de aço no país permaneça abaixo de 70%.
A produção de aço bruto em 2014 está estimada em cerca de 33,3 milhões de toneladas, queda de 2,5% se comparada à de 2013. As vendas internas devem totalizar 21,7 milhões de toneladas, queda de 4,9% em relação ao ano passado. A previsão está baseada no desempenho dos setores consumidores de aço, que apresentaram queda entre janeiro e junho de 2014, segundo dados do IBGE. O consumo aparente de aço deve ser de 25,3 milhões de toneladas, queda de 4,1% na comparação com 2013, com base na queda das vendas já observadas entre janeiro e julho de 2014.
As exportações devem atingir 8,4 milhões de toneladas, alta de 3,9% em relação ao ano anterior, por conta do religamento do alto forno nº3 da ArcelorMittal Tubarão em julho passado. Já as importações devem atingir o patamar de 3,8 milhões de toneladas, o que significa dizer um aumento de 1,8% em comparação a 2013.
A perspectiva é a de que, enquanto perdurarem as assimetrias competitivas do país e o elevado excedente de oferta de aço no mundo, o aço brasileiro continuará tendo dificuldades tanto no mercado interno quanto no internacional. Como não se antevê a curto prazo revisão de tributos ou melhor equilíbrio cambial frente a outras moedas, o setor entende ser necessário medidas urgentes de defesa comercial, entre as quais se inclui a efetiva implementação das normas de conteúdo local.
Todas essas questões estarão sendo debatidas com o governo, especialistas internacionais e a cadeia consumidora no 25º Congresso Brasileiro do Aço, que inicia hoje no Complexo WTC, em São Paulo.simmepe 12

Siderúrgicas olham para o mercado externo

As siderúrgicas brasileiras voltaram a ter um horizonte mais difícil evidenciado pela diminuição da atividade econômica brasileira. Setores como automotivo e construção perderam ritmo, provocando queda de demanda por aço. Para tentar driblar esse cenário, as usinas estão mudando a estratégia de se concentrarem no mercado doméstico – onde as margens são maiores – e passam a destinar mais produtos ao mercado externo.
Além da menor demanda interna, analistas que acompanham o setor chamam a atenção para ajustes de preços do aço durante o segundo semestre do ano. “As siderúrgicas ainda estão relutantes em anunciarem corte de preços, mas os riscos estão aumentando”, segundo relatório do BTG Pactual, enviado ao mercado. A percepção, destacam os analistas Leonardo Correa, Luiz Fornari e Antonio Heluany, que assinam o documento, é de um segundo semestre ainda mais fraco diante dos atuais indicadores da economia brasileira.
Uma fonte do setor consultada pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, disse que a tendência é de que o terceiro trimestre se mostre um pouco mais fraco do que o segundo em termos de tonelagem, mas que ainda não está desenhada uma necessidade de ajustes de preços por conta da importação, visto que os preços do aço no mercado externo estão estáveis. No entanto, exatamente devido à maior competição entre as usinas pelo mercado interno mais enxuto, a fonte destaca que se um desconto ocorrer será por uma decisão estratégia da empresa para conseguir abocanhar uma fatia maior do mercado. “Se houve queda de preços será mais por um disputado pelo mercado interno”, destacou.
A Usiminas aumentou a sua fatia direcionada ao mercado externo no intervalo de abril a junho deste ano, passando de 11,8% no primeiro trimestre para 15,1%. Para o terceiro trimestre, a expectativa passada pela companhia é de que as vendas podem ficar em mesmo patamar em relação ao período anterior, mas com um aumento das exportações e diminuição no mercado doméstico. No caso da Gerdau, levando-se em conta os números da operação Brasil, que exclui aços especiais, a participação das exportações nas vendas totais também cresceu.
Já a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) observou suas vendas no segundo trimestre caírem 24,6% no mercado doméstico na relação anual, por conta de “menor ritmo da atividade econômica, impactado pelo menor número de dias úteis no trimestre”. Já na comparação com o trimestre imediatamente anterior o recuo foi de 9,3%, para 918 mil toneladas.
O diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, disse, em teleconferência na semana passada, que é difícil prever como ficará a demanda de aço no segundo semestre deste ano, mas disse que o mercado passa por um período de ajuste de estoques. Um dado que corrobora para o atual panorama dos negócios no Brasil é que a companhia encerrou o trimestre passado operando com cerca de 70% de sua capacidade de produção de aço. “São números abaixo do que se esperava e estão abaixo do resto do mundo, o que é reflexo da demanda”, disse Johannpeter. Por conta da demanda mais fraca, a companhia tem adotado férias coletivas em suas unidades no Brasil, dependendo do segmento e do mercado.
O cenário de aperto de margens é algo bem conhecido das siderúrgicas, que demoraram para começar a apresentar recuperação de rentabilidade após a crise financeira de 2008. Agora, depois de pouco tempo em que conseguiram respirar com mais tranquilidade, o sinal amarelo voltou a acender, trazendo até mesmo maior cautela para o desembolso de recursos. A Gerdau, por exemplo, reduziu em R$ 500 milhões o seu programa de investimentos para este ano. “De fato essa redução do desembolso deve-se, em parte, ao cenário, com pouca visibilidade. É prudente trabalhar com foco no balanço e reduzir o ritmo”, disse em teleconferência o diretor de Relações com Investidores da Gerdau, André Pires.
O sentimento é o mesmo do lado da Usiminas, que assim como a Gerdau, apresentou um resultado referente ao segundo trimestre do ano pior do que o esperado por analistas. “O que está acontecendo nesse momento é que a maioria dos clientes está voltando das paradas, avaliando seus negócios. Nós, então, estamos aguardando as decisões de compra de nossos clientes, o que impacta nas vendas da metade do terceiro trimestre”, disse o diretor comercial da siderúrgica mineira, Sérgio Leite. Ele citou a expectativa da Anfavea de um segundo semestre melhor do que o primeiro nas vendas do setor automotivo. “Os demais setores estão sendo influenciados negativamente pela desaceleração da economia brasileira”, completou.
A mais otimista na divulgação de resultados do segundo trimestre foi a CSN, que afirmou que aguarda um segundo semestre com o mercado mais aquecido, com o fim do ano podendo ser positivo. “Algumas cadeias (da indústria) estão em fase de recuperação de estoques”, destacou hoje o diretor executivo comercial da siderúrgica, Luis Fernando Martinez. O executivo ainda espera que a redução dos compulsórios dos bancos deverá ampliar a oferta de crédito, o que pode influenciar o aumento da demanda de aço nos próximos meses.

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CSN vendeu 20,4% menos aço no 2º trimestre de 2014

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As vendas de aço da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) no segundo trimestre do ano somaram 1,263 milhão de toneladas, queda de 20,4% em relação ao observado um ano antes. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o recuo registrado foi de 9%.

Ainda de acordo com a companhia, as vendas de aço ao mercado interno caíram 24,6% em relação ao mesmo período de 2013, para 918 mil toneladas. Já na comparação com o trimestre imediatamente anterior o recuo foi de 9,3%. No documento que acompanha o demonstrativo financeiro, a companhia explica que a venda menor foi ocasionada pelo ‘menor ritmo da atividade econômica, impactado pelo menor número de dias úteis no trimestre’.

A receita líquida média por tonelada no segmento siderúrgica foi de R$ 2,214 mil, em linha com o primeiro trimestre do ano. A siderúrgica de Volta Redonda (RJ) informou ainda que, do total das vendas no período, 73% foram destinadas ao mercado interno, 25% às subsidiárias no exterior e 2% ao mercado externo. No segundo trimestre de 2013 essa divisão estava em 77%, 20% e 3%, respectivamente.

CPV

O custo dos produtos vendidos (CPV) da CSN no segundo trimestre do ano totalizou R$ 2,747 bilhões, 9% menos do que o visto um ano antes. Ante o primeiro trimestre do ano o recuo também foi de 9%. Levando-se em conta apenas a divisão de siderurgia, o CPV somou R$ 2,083 bilhões no segundo trimestre do ano, queda de 13% em relação aos três primeiros meses do ano, por causa de menores custos produtivos e menor volume comercializado, explicou a empresa.

Minério de ferro

A venda de minério de ferro pela CSN atingiu no segundo trimestre do ano 7,232 milhões de toneladas, aumento de 19,9% em relação ao registrado um ano antes, considerando 100% dos números da Namisa, na qual a CSN detém uma fatia de 60%. Na comparação com os três primeiros meses do ano, houve um incremento de 13,3%.

Do total negociado, a CSN informou que a Namisa foi responsável pela venda de 2,4 milhões de toneladas. No documento que acompanha o demonstrativo financeiro a CSN detalha que praticamente todo o volume de minério de ferro vendido no trimestre foi destinado ao mercado externo. Adicionalmente, lembrou, 1,5 milhão de toneladas foram direcionadas ao consumo próprio.

‘Os preços do minério de ferro no mercado transoceânico foram impactados negativamente pela expansão da oferta, impulsionada principalmente pelos exportadores australianos. Com relação à demanda da China, a maior restrição ao crédito, o menor ritmo dos investimentos e o alto nível dos estoques de minério de ferro nos portos também contribuíram para a queda de preços’, destacou a companhia.

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Confiança na indústria marca lançamento da Fimmepe

Confiança foi a palavra chave no lançamento da 20ª edição da Fimmepe – Mecânica Nordeste, Feira da Indústria Mecânica, Metalúrgica e de Material Elétrico, que aconteceu nesta segunda-feira (04), no JCPM Trade Center, em Recife, com a presença de dezenas de empresários, autoridades e profissionais ligados ao setor industrial. Realizada pelo Simmepe (Sindicato das Indústrias Mecânicas, Metalúrgicas e de Material Elétrico de Pernambuco), com organização e promoção da empresa multinacional Reed Exhibitions Alcantara Machado, a feira mostra todas as novidades e tendências do mercado, ajudando os empresários a incrementarem as vendas. A Fimmepe será realizada de 21 a 24 de outubro, no Centro de Convenções de Pernambuco.

“Tenho certeza do sucesso desta feira. A indústria metal mecânica tem sido o suporte para o crescimento de Pernambuco, por isso esse evento é importante também para o governo do estado”, disse Silvio Leimig, diretor Suape Global e representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco.

Já o presidente do Simmepe, Alexandre Valença, lembrou que o evento acontece no ano em que o sindicato comemora 80 anos de existência. “Além de incentivar novos negócios, a Fimmepe é um dos melhores vetores para o sindicato se aproximar da base aliada e coincide com os 20 anos do sindicato. A cada ano, a feira traz novas tecnologias e conhecimentos”.

Coube ao vice-presidente da Reed Exhibitions, Paulo Octávio Pereira de Almeida, mostrar números que embasam a confiança dos organizadores no sucesso da Fimmepe. Segundo ele, estima-se que a edição de 2013 movimentou cerca de R$ 150 milhões em negócios. Pesquisa realizada durante o evento constatou que 85% dos participantes ficaram satisfeitos com a feira e 91% tinham interesse em visitar a próxima edição. Além disso, 78% do público recomendou a visita à feira.

Paulo Octávio também destacou alguns dos diferenciais para esta edição, como parcerias com universidades, rodadas de negócios, e workshop para os expositores. “Quando se tem parcerias com marcas fortes, o trabalho fica bem mais fácil. Entre outras coisas, as feiras são importantes porque representam fielmente as cadeias em que os expositores atuam”, acrescentou.

A Fimmepe será realizada em uma área de 13 mil metros quadrados e a expectativa dos organizadores é que cerca de 150 empresas nacionais e internacionais – produtoras de máquinas, equipamentos e componentes para o setor industrial – participem do evento. O público visitante, formado por industriais, compradores, comerciantes e profissionais do setor, deve chegar a 11 mil pessoas. Entre os segmentos que estarão presentes na feira estão: automação e controle de processos, componentes industriais, autopeças, engenharia industrial, informática, máquinas e equipamentos, manutenção e peças de reposição, material eletroeletrônico, navipeças, óleo e gás, robótica, entidades financeiras, serviços e consultorias.

Para ampliar e dinamizar a feira, o Sindicato das Indústrias Mecânicas, Metalúrgicas e de Material Elétrico de Pernambuco firmou uma parceria com a Reed Exhibitions Alcantara Machado, que com sua expertise tem dado uma importante contribuição para o crescimento deste evento. A empresa realiza atualmente 60 feiras de negócios no Brasil de 34 diferentes segmentos da indústria. Hoje, 500 eventos da Reed estão presentes em 41 países, distribuídos pelas Américas, Europa, Oriente Médio e Ásia e organizados por 34 escritórios próprios que empregam mais de três mil funcionários.

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