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Bauma 2022 destaca a inovação da indústria

Mais de 495 mil visitantes de 200 países vieram a Munique, Alemanha para bauma, principal feira de máquinas de construção, máquinas de material de construção, máquinas de mineração, veículos de construção e equipamentos de construção, realizada de 24 a 30 de outubro.

Com quase 65% de participação de expositores internacionais, cerca de 3.200 expositores de 60 países, a bauma foi palco de empresas originárias da Alemanha, Itália, Turquia, Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, Holanda, França, Estados Unidos, Áustria, Espanha e China.

“Esta edição da bauma despertou novamente entusiasmo do público e exporsitoes. Depois que o mundo mudou fundamentalmente após a última edição, estamos muito contentes em saber que a bauma 2022 continua sendo um importante palco para a indústria de equipamentos de construção graças à grande variedade de inovações de nossos expositores, além da realização de bons negócios e muitos visitantes de todo o mundo”, afirma Stefan Rummel, CEO da Messe München responsável pelo evento.

Expectativas – Para Domenic Ruccolo, CSO do Wirtgen Group e vice-presidente sênior de vendas, marketing e suporte ao produto para equipamentos globais de construção da John Deere, a bauma mostrou sua força habitual mesmo nesses tempos instáveis e imprevisíveis.

“Nossa participação na feira líder do setor foi a mais bem-sucedida na história do Wirtgen Group”, revelou o executivo.

Steffen Günther, membro do Conselho de Administração da Liebherr, também expressou sua satisfação em relação ao evento. “A bauma provou ser uma feira muito importante para nós.”

Segundo os co-CEOs da Messe München, Stefan Rummel e Dr. Reinhard Pfeiffer, nestes tempos desafiadores, a bauma enviou um forte sinal ao setor de feiras.

“As indústrias precisam exatamente desses eventos presenciais como a bauma, onde todos podem experimentar produtos diretamente e manter conversas pessoais”.

A próxima bauma será realizada em Munique, de 7 a 13 de abril de 2025.

Fonte: Revista M&T

CNI aponta sinais positivos para indústrias brasileiras de pequeno porte

O terceiro semestre deste ano demonstrou sinais positivos para as indústrias brasileiras de pequeno porte que operam nos setores de extrativismo e construção civil. De acordo com o Panorama da Pequena Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), questões relacionadas à compra de insumos não são os principais problemas citados por pequenos empresários do setor secundário que atuam nos ramos extrativista e de construção civil.

Comparado ao relatório deste período, no ano passado, a preocupação com matérias-primas caiu de 38,3% para 25% entre os empresários do setor extrativista e de 50% para 24% entre os responsáveis por pequenas indústrias na área de construção civil.

Para a analista de Políticas e Indústria da CNI Paula Verlangeiro, no entanto, o problema da falta ou do alto custo da matéria-prima não deixou de existir. “Mas foi menos assinalado no terceiro trimestre pelas pequenas indústrias. A expectativa é que (essa preocupação) recue ainda mais no fim de 2022”, explicou a analista.

Enquanto o pequeno industrial reconhece que a aquisição de insumos não se mostra um problema neste terceiro trimestre, o mesmo não pode dizer quando o assunto aborda os pagamentos de impostos e a busca por empréstimos. Ainda de acordo com Paula Verlangeiro, na indústria extrativa, “a dificuldade mais recorrente é a elevada carga tributária, e na indústria da construção são as taxas de juros elevadas”. A Selic, atualmente, está em 13,75%.

Diversificação nos insumos

Na avaliação do gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a diminuição da preocupação das indústrias de pequeno porte por aquisição de insumos pode ser explicada pelo fato de essas empresas adotarem estratégias para otimizar a aquisição de matérias-primas. “Embora o Panorama da Pequena Indústria não foque no motivo de os empresários evitarem estabelecer a compra de insumos como principal problema, a CNI faz sondagens e percebeu que, neste ano, as empresas buscaram contato com novos fornecedores, tanto aqui (Brasil), como em outros países”, explicou o economista.

Outro motivo apontado por Marcelo Azevedo como benéfico à compra de insumos para as indústrias de extrativismo e construção civil é o fato de a China — um dos principais fornecedores de matérias-primas às indústrias — fazer lockdowns de forma mais “espaçada”. Neste caso, o analista da CNI comentou que a política “covid zero”, implantada pela China, vem afetando menos o fornecimento de insumos do que os extensos lockdowns comuns à China pandêmica.

Transformação

Enquanto os setores de extrativismo e construção civil celebram a aquisição de matérias-primas, a indústria de transformação cita essa demanda como a principal queixa entre os empresários. De acordo com a pesquisa da CNI, 40,5% dos representantes deste setor citam esse ponto como o principal problema.

O índice de preocupação, porém, diminuiu em comparação com o levantamento do segundo semestre, que apontou que 51,8% dos empresários da indústria de transformação citaram a aquisição de insumos como o principal problema na área.

A elevada carga tributária também preocupa esse setor, ficando em segundo lugar no ranking do Panorama da Pequena Indústria.

O fato de o desempenho das pequenas indústrias no trimestre superar o do ano anterior faz com que os empresários deste setor se mostrem otimistas. Os dados mostram que, enquanto no ano passado o desempenho no terceiro semestre foi de 47,4 pontos, o Panorama da Pequena Indústria neste período em 2022 mostra que as pequenas indústrias avançaram para 49 pontos.

No entanto, o otimismo do setor não faz com que os empresários mantenham a confiança na área. Segundo o relatório da CNI, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para as indústrias de pequeno porte foi de 58,7 pontos em outubro de 2022, queda de 3,2 pontos, na comparação com setembro de 2022. Apesar da queda, o ICEI para o setor permaneceu acima da linha divisória de 50 pontos, que separa confiança de falta de confiança e acima da média histórica de 53,0 pontos. Logo, segundo a Confederação Nacional das Indústrias, é possível constar que o pequeno empresário industrial se mostra otimista.

Baseado em quatro perspectivas, o Panorama da Pequena Indústria analisa fatores como desempenho, situação financeira, perspectivas e índice de confiança. Todos os índices variam de 0 a 100 pontos. Quanto maior for esse dado, segundo a CNI, melhor é a performance do setor.

Os índices consideram volume de produção, número de empregados, utilização da capacidade instalada, satisfação com o lucro operacional e situação financeira, facilidade de acesso ao crédito, expectativa de evolução da demanda e intenção de investimento e de contratações.

Além disso, a pesquisa também traz o ranking dos principais problemas enfrentados pelas MPEs em cada trimestre.

A pesquisa é divulgada trimestralmente com base na análise dos dados da pequena indústria levantados na Sondagem Industrial, na Sondagem Indústria da Construção e no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Todos os meses, as pesquisas ouvem cerca de 900 empresários de empresas de pequeno porte.

 

Fonte: Correio Braziliense

Indústria brasileira apresenta propostas para negociações na Conferência do Clima

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) preparou propostas para o governo brasileiro apresentar na Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP27), que ocorre de 6 a 18 de novembro, em Sharm El Sheikh, no Egito. O documento reúne as principais ações que o setor industrial considera necessárias para a continuidade do desenvolvimento da agenda climática e as medidas mais relevantes para o país no processo de negociação.

As recomendações priorizam três temas: estabelecimento e operacionalização do mercado global de carbono, mobilização de recursos para assegurar o financiamento climático e avanço da agenda de adaptação à mudança do clima. Elas se encontram no documento Visão da Indústria para a COP27, construído em diálogo e colaboração com o Grupo de Trabalho (GT) sobre o Artigo 6 e validado pela Rede Clima da Indústria Brasileira, composta por mais de 70 instituições, dentre federações de indústrias, associações setoriais e empresas.

– Confira a íntegra do documento “Visão da Indústria para a COP27”

“A expectativa mundial é que a COP27 seja marcada por negociações visando à implementação dos compromissos assumidos na COP26, em Glasgow. É também esperado um aumento nas ambições das metas dos países, já que os compromissos apresentados até a COP26 se mostravam insuficientes para limitar o aquecimento global a 1,5° C”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

“Para o Brasil, é urgente a definição de uma estratégia nacional para o melhor aproveitamento do novo mecanismo do mercado global de carbono. E tão crucial quanto as negociações que ocorrerão em Sharm El Sheikh, será a capacidade do país de se organizar internamente para definir um plano de implementação das metas brasileiras e a definição de um arranjo institucional que viabilize esse novo mecanismo. Também precisamos avançar nas negociações sobre o financiamento climático, buscando a implementação dos compromissos já assumidos, e retomar o desenvolvimento do Plano Nacional de Adaptação”, destaca.

Definições para implementação do mercado global de carbono

Durante a COP27, as negociações buscarão definir regras e procedimentos que possibilitem a operacionalização do mercado global de carbono, mecanismo previsto no Artigo 6 do Acordo de Paris. A CNI recomenda ao governo brasileiro a definição de um plano de implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) elaborado com a participação de todos os setores produtivos, e o estabelecimento de um arranjo institucional robusto para a implementação do Artigo 6, por meio de um colegiado que coordene os diferentes órgãos do governo federal envolvidos.

– Brasil pode ser líder global em economia verde

A indústria também faz recomendações específicas em relação ao Artigo 6.4, que permitirá ao setor privado investir em projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e gerar créditos que podem ser comercializados no futuro mercado de carbono global ou abater metas de redução de emissões estabelecidas por meio das NDC. Há especial preocupação para que o tema seja regulamentado por meio de lei, para conferir segurança jurídica e legitimidade a todo o processo, além das definições dos critérios para realização de ajustes correspondentes.

Além disso, a indústria defende a transição justa e com segurança dos projetos e metodologias que vigoravam no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), instrumento vigente desde o Protocolo de Quioto e que será substituído pelo novo mecanismo, o MDS – Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável.

A CNI também propõe a definição de uma estratégia nacional de uso e implantação de atividades no âmbito do Artigo 6.2, que permite que países troquem entre si as reduções de emissões ou remoções. Assim, os resultados da mitigação das emissões que ocorram em um país podem ser transferidos para outro, que poderá contabilizar esses resultados na sua meta nacional.

Nova meta coletiva de financiamento e agenda efetiva de adaptação

Em relação ao financiamento climático, a indústria pleiteia maior esforço da presidência da COP para garantir o compromisso financeiro dos países desenvolvidos para apoiar países em desenvolvimento nas ações relacionadas ao clima. Na COP26, essa meta não foi alcançada, e as Partes decidiram que, antes de 2025, a Conferência estabelecerá uma nova meta coletiva de um piso de US$ 100 bilhões levando em consideração as necessidades e prioridades desses países mais vulneráveis.

Já na agenda de adaptação, a CNI recomenda que seja tratada com equidade com a agenda de mitigação. No Egito, o país deve acompanhar o aprofundamento das discussões sobre a meta global de adaptação, respeitando as realidades de cada país. E, em âmbito nacional, a Confederação defende o desenvolvimento do Plano Nacional de Adaptação para subsidiar esse processo e definir as melhores estratégias de enfrentamento para o país, além das necessidades de financiamento climático.

“É importante que o Brasil participe ativamente das discussões para garantir que o grupo de trabalho designado para aprofundar a meta global de adaptação estabeleça medidas transparentes e concretas para aumentar e disponibilizar o financiamento para ações de mitigação e adaptação”, destaca o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.

– Propostas sugeridas pela CNI ao governo brasileiro

Artigo 6 (Mercado de Carbono)

Definição de um plano de implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) elaborado de forma transparente e com a participação de todos os setores;
Definição de arranjo institucional robusto, com uma estrutura de colegiado que possa exercer coordenação entre os diferentes ministérios e os setores mais envolvidos na implementação da NDC brasileira;
Definição uma estratégia nacional de uso e implantação de atividades no âmbito do Artigo 6.2, que inclui a demonstração de contabilidade que promova a realização de ajuste correspondente, entre outras questões;
Adoção de um sistema de cap and trade por meio do estabelecimento de metas e regras de mercado para os setores regulados de acordo com uma estrutura clara de governança e transparência qual deve contar com a participação do setor industrial;
Implementação de um registro nacional de emissões que atenda aos requisitos de integração com a estrutura de registro internacional;

Financiamento climático

Maior esforço por parte do Brasil para garantir medidas transparentes e concretas para aumentar o financiamento em mitigação e adaptação;
Maior engajamento do Brasil com países desenvolvidos e com a presidência da COP para garantir o compromisso financeiro de países desenvolvidos, por meio da contínua mobilização das lideranças políticas;

Adaptação à mudança climática

Esforços adicionais, por parte do Brasil, para garantir que a comunicação referente às necessidades de adaptação seja condizente com a realidade nacional;
Maior engajamento do país com a presidência da COP para garantir medidas concretas para aumentar o financiamento para adaptação para os países em desenvolvimento, como prometido na COP26.

Fonte: CNI

Indústria desacelera em setembro com queda no emprego e faturamento. Qual expectativa da indústria para o governo Lula?

Os Indicadores Industriais, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostram um quadro de desaceleração em setembro. O faturamento, o emprego e a utilização da capacidade instalada recuaram. As horas trabalhadas na produção caíram um pouco mais forte, mas a queda não reverte a alta de agosto. Já a massa salarial e o rendimento cresceram pelo quarto mês consecutivo e tiveram avanço em sete dos nove meses do ano.

“Apesar da desaceleração registrada nesse mês, existem elementos que podem afetar positivamente a indústria de transformação, entre eles a recomposição contínua da renda da população, que permite a sustentação do consumo dos bens industriais, e a reorganização da cadeia de suprimentos, que alivia a pressão sobre os custos de produção”, explica a economista da CNI, Larissa Nocko.


Veja como os 6 indicadores da indústria se comportaram em setembro

1. Faturamento registra queda

O faturamento real da indústria de transformação apresentou recuo de 0,2% em relação ao resultado de agosto. Apesar do recuo, o faturamento exibe trajetória de alta desde novembro de 2021, o que faz com que o faturamento se encontre 7,9% acima do patamar de setembro de 2021

2. Emprego industrial recua pelo segundo mês consecutivo

O emprego industrial registrou recuo de 0,4% na comparação com agosto. É o segundo mês consecutivo de queda, o que sugere a perda do ritmo de crescimento do emprego depois de sucessivas altas apresentadas desde o segundo semestre de 2020. Na comparação com setembro de 2021, a alta é de 0,6%.

3. Massa salarial cresce pelo quarto mês consecutivo

A massa salarial real da indústria de transformação cresceu 0,3% na comparação com agosto. O índice registrou o quarto mês consecutivo de crescimento e acumula alta de 5,5% na comparação entre maio e setembro. Na comparação com setembro de 2021, o crescimento é de 6,4%.

4. Rendimento registra alta pelo quarto mês consecutivo

O rendimento médio real dos trabalhadores da indústria mostrou avanço de 0,7% entre setembro e agosto. É o quarto mês consecutivo de crescimento. Apesar da queda no mês, na comparação com setembro de 2021, o rendimento apresenta avanço de 5,8%.

5. Horas trabalhadas na produção caem em setembro

As horas trabalhadas na produção recuaram 1,1% em setembro de 2022, na comparação com agosto. Apesar da queda, o índice mostra tendência de crescimento desde 2021, de modo que as horas trabalhadas permanecem próximas do ponto mais alto de 2022, inferiores apenas ao registrado em agosto. Na comparação com setembro de 2021, há crescimento de 3,3%.

6. Utilização da capacidade instalada segue em tendência de queda

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) recuou 0,1 ponto percentual em setembro de 2022, na comparação com agosto, para 80,2%. O indicador está acima dos 80% desde março de 2021, percentual superior ao praticado antes da pandemia.

Confira a pesquisa na íntegra

– Indicadores Industriais Setembro 2022.pdf (1,5 MB)

Expectativa da indústria para o governo Lula

Nesta edição, o podcast Economia em 60 segundos aborda a importância de revigorar a indústria nacional e acelerar o crescimento da economia.
– Clique aqui para ouvir.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entregou à campanha do presidente eleito 21 documentos apontando caminhos do que a indústria defende para um país forte, dinâmico e inovador. A avaliação é que falta uma política industrial para o Brasil.

O que é o Custo Brasil? 

O Custo Brasil se resume obstáculos para quem quer investir e produzir, enfrentando um conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas, trabalhistas e econômicas que atrapalham o crescimento do país e influenciam negativamente o ambiente de negócios. São entraves que encarecem os preços dos produtos nacionais e custos de logística, comprometem investimentos e contribuem para uma excessiva carga tributária.

Propostas da Indústria para um país mais forte

O plano consiste em um conjunto harmônico de objetivos estratégicos de longo prazo, com propostas para subsidiar as ações dos primeiros 100 dias do próximo governo eleito, diante dos desafios do desenvolvimento industrial. A iniciativa leva em consideração as políticas industriais e os desempenhos das principais economias do mundo, que estão cada vez mais ativas ao estimular investimentos e assegurar competitividade global de seus produtos e suas tecnologias.

– CNI apresenta plano de retomada da indústria aos candidados

Políticas públicas são decisivas para a avanço da indústria

Como já mostramos no Economia em 60 segundos, o setor industrial chegou a ser responsável por 48% do PIB brasileiro na década de 1980. A expansão do setor foi resultado da adoção de políticas públicas que incentivaram investimentos do governo e da iniciativa privada em setores estratégicos como energia, transportes, comunicação, siderurgia, mineração e petróleo. Essas políticas foram decisivas para o crescimento e a consolidação do parque industrial brasileiro que, atualmente, está entre os mais modernos e diversificados do mundo.

Conheça todas as propostas da indústria para o presidente eleito

Confira abaixo a minissérie especial Desafio : Brasil, da Agência de Notícias da Indústria, que em seis capítulos, apresenta as propostas do setor para resolver gargalos históricos do país.

Fonte: CNI

PT quer mudar diretrizes das Forças Armadas, admite Genoino

O Partido dos Trabalhadores quer mudar as diretrizes das Forças Armadas, segundo o ex-deputado federal José Genoino (PT), condenado e preso no escândalo do Mensalão. Em novembro de 2021, durante entrevista ao canal Opera Mundi, o petista admitiu que a proposta sofreria resistência do Exército e do Congresso, mas propôs um “discurso forte” para “impedir reações”.

Entre as medidas sugeridas por Genoino, estão a eliminação do artigo 142 da Constituição, que trata do papel das Forças Armadas na ordem constitucional; a reforma dos currículos militares; a reorganização do Exército, que ficaria sob comando político; uma mudança na promoção dos oficiais; a integração militar dos países latino-americanos, para fazer frente aos Estados Unidos; a quarentena àqueles oficiais que venham a ocupar cargos públicos; e a diminuição de militares em funções políticas.

httpsss://youtu.be/uhHcLFAeQHY

Indagado se essas propostas não provocariam uma crise militar no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-deputado não titubeou: “O governo tem de quebrar várias tutelas”, afirmou. “Essa é uma delas. A segunda é do Ministério Público Federal, a terceira é da independência do Banco Central e a quarta é do teto de gastos. Há mais questões, mas ficaremos nessas quatro.”

Genoino considera que essas propostas não seriam bem-recebidas pela caserna e pelos parlamentares, mas defendeu a imposição de uma nova política de Defesa. “Queremos defender um novo modelo de profissionalização, valorizar o conhecimento tecnológico-científico”, observou. “O que vocês estão fazendo é mediocridade.” Ele admitiu que haverá reações de deputados, senadores e militares, mas defendeu um “discurso forte” para dissuadi-los. “Dependendo da nossa capacidade de articulação e de mobilização política, podemos neutralizá-los”, ressaltou. “Só vejo esse caminho.”

Guarda Nacional

Segundo o ex-chanceler e ex-ministro da Defesa Celso Amorim, o PT tem o objetivo de criar uma Guarda Nacional e “despolitizar” as Forças Armadas. A iniciativa é similar à adotada pelo ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, que tirou do Exército o dever de atuar em crises relacionadas à segurança pública.

“Não quero general de esquerda, mas legalista e consciente de seu dever”, afirmou Amorim, em setembro, durante entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Na época, o ex-chanceler disse que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) está no “passado”. “O momento é de normalização”, observou. “Vivemos o momento da CNV, que foi necessário. Esse momento está superado. Não vamos mexer mais nisso.”

A resolução do Encontro Nacional de Direitos Humanos do PT de 2021 afirma que “a atual cúpula das Forças Armadas é cúmplice da conduta do governo Bolsonaro”. O texto diz que “não há como separar as Forças Armadas da catástrofe” que é a atual gestão do país. Em 2016, o partido lamentou não ter modificado os currículos das academias militares nem promovido “oficiais com compromisso democrático e nacionalista”.

De acordo com o general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva, a proposta sugerida pelo PT visa a colocar as Forças Armadas sob a tutela dos petistas. “A instituição de uma Guarda Nacional pelo governo do PT significa, na verdade, a criação de uma força armada politizada”, ressaltou. “A História já ensinou no que as Forças Armadas politizadas podem se transformar, vide as SS da Alemanha nazista.”

“Essa Guarda Nacional vai absorver recursos materiais e humanos que seriam normalmente destinados às Forças Armadas”, ponderou Rocha Paiva. “As SS combatentes na Alemanha nazista tinham um poder bélico equiparado ao do Exército alemão e eram uma força política subordinada ao Partido Nazista. O Brasil não deve admitir essa proposta.”

 

Com automação, CSN projeta otimizar em até 20% o monitoramento de máquinas móveis

Otimizar processos e proporcionar inteligência de dados para geração de economia de recursos e tomadas de decisões assertivas. Com essa premissa em mente, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) apostou na tecnologia da GaussFleet, plataforma SaaS de gestão de máquinas móveis para siderúrgicas. Como resultado, a Companhia conseguiu projetar uma otimização de até 20% na medição de disponibilidade e taxa de utilização de suas máquinas para logística rodoviária interna.

O projeto foi liderado por Felipe Spiri e Bernardo Hamaoui, da CSN Inova (plataforma de inovação da CSN, em conjunto com as gerências operacionais responsáveis pela gestão de equipamentos rodoviários e ferroviários na Usina Presidente Vargas) e por Paulo Vitor, colaborador então responsável pelo Centro de Controle Operacional.

A área já tinha um histórico de tentativas de aplicações inovadoras, mas que barravam por dificuldades diversas. Com o apoio da CSN Inova, conseguiram diagnosticar bem o desafio e implementar um piloto que contou com aplicação das soluções de telemetria avançada, IOT e Geoprocessing da GaussFleet em 40 máquinas, de um total de 500, na cidade de Volta Redonda (RJ), além do software de gestão das máquinas.

“Para começar esse projeto, fizemos internamente um diagnóstico das principais dores e indicadores do nosso processo no momento. Após fecharmos essa análise, voltamos o olhar para o mercado, em busca de uma startup que pudesse nos ajudar na automação da gestão das nossas máquinas. O desafio foi grande, pois quase nenhuma apresentava uma solução plug n’ play ou que tivesse as customizações necessárias. Depois de pesquisarmos várias soluções diferentes, chegamos na GaussFleet, notamos uma ótima aplicação da solução às nossas dores e começamos o projeto”, comenta Bernardo.

Ao todo foram quatro meses de piloto, com atuação cirúrgica da GaussFleet e acompanhamento da CSN INOVA. Por meio da plataforma de gestão de frotas fora de estrada da startup, foi possível analisar alguns indicadores, como a medição de combustível, para entender se há desperdício, não só do ponto de vista do custo, mas também de emissão de CO2. Com a aplicação da ferramenta o processo de gestão de produtividade dos ativos teve projeção de otimização em cerca de 20% e o fechamento da medição cairá de 30 dias para aproximadamente três, eliminando também o uso excessivo de papel, que chegava a cerca de 40 mil/ano.

“Na indústria é necessário um maior acompanhamento, entender de fato o que deve ser feito e quais são os processos que se encaixam em cada projeto, principalmente na logística rodoviária. Estamos muito animados com o resultado desse piloto e a sinergia com a equipe da CSN e da CSN INOVA foi incrível, pois todos entendem as dores do setor e como aplicar tecnologia e inteligência de dados para gerarmos insights realmente ricos em todo esse ecossistema. Outro fator relevante identificado no piloto é o suporte que conseguimos dar ao compliance, evitando o risco de erros humanos na aferição de dados”, afirma Vinicius Callegari, Co-fundador da GaussFleet.

A expectativa é que o projeto passe a ser ampliado para toda a usina, com implementação de ferramentas de telemetria que possam otimizar diversos pontos da cadeia produtiva em Volta Redonda (RJ). Após esse período, há a possibilidade da aplicação das soluções da GaussFleet para outras unidades da Companhia. Além disso, a medição de disponibilidade é de aprimoramento de entre 10% e 20% em todas as máquinas, com relação a medição analógica.

“No decorrer de dez anos de experiência em logística interna (inbound) em siderúrgicas liderando times de controle e otimização, já utilizamos diversas soluções de mercado no que diz respeito à rastreamento e monitoramento de equipamentos, e sempre encontramos dificuldades em realizar a gestão de forma centralizada e digital, ou seja, sempre tivemos que manter vários processos de gestão sendo realizados em diferentes lugares e dependentes de papel e do bom senso do time de campo. Por meio do piloto realizado com a GaussFleet, vimos na prática que é possível a centralização e digitalização total dos processos, elevando assim o nível da gestão, bem como abrindo portas para a tão desejada otimização do parque de equipamentos e a melhoria do atendimento aos usuários”, finaliza Paulo Vitor, colaborador então responsável pelo Centro de Controle Operacional da CSN.

Fonte: TI Inside

Vale assina acordos para desenvolver complexos industriais no Oriente Médio

A Vale assinou três acordos com autoridades locais e clientes para estudar o desenvolvimento de complexos industriais (“Mega Hubs”) na Arábia Saudita, nos Emirados Árabes e no Sultanato de Omã, que devem produzir produtos de baixo carbono para a indústria siderúrgica.

Segundo comunicado ao mercado financeiro, a expectativa é de que os hubs abasteçam “diferentes mercados em todo o mundo”.

As partes visam a cooperação no desenvolvimento de complexos para produzir hot briquetted iron (“HBI”) – que emite aproximadamente 60% menos CO2 – e produtos de aço para suprir os mercados locais e transoceânico.

Com os acordos, a Vale deve construir e operar plantas de concentração e briquetagem de minério de ferro nos hubs, enquanto os parceiros locais devem promover a construção da infraestrutura logística necessária.

Os investidores e/ou clientes, por sua vez, devem construir e operar as plantas de redução direta, além de serem compradores de HBI para os mercados de exportação e doméstico.

Segundo a Vale, a iniciativa contribui para alcançar o compromisso de reduzir 15% das emissões líquidas de Escopo 3 até 2025. A empresa também busca reduzir emissões absolutas de Escopo 1 e 2 em 33% até 2030 e alcançar neutralidade até 2050, em linha com o Acordo de Paris.

Fonte: CNN

Escassez de cobre pode atrasar eletrificação mundial

Os planos mundiais de eletrificar as economias e de reduzir as emissões de carbono poderão sofrer desaceleração em vista da escassez de cobre, alertou Richard Adkerson, diretor da Freeport-McMoRan, a maior produtora mundial de capital aberto do metal.

Adkerson, que é o CEO e presidente do conselho de administração do grupo de mineração, disse que a disparada da demanda global por cobre para a produção acelerada de carros elétricos, energia elétrica e linhas de energia renovável levarão ao déficit de oferta do metal.

“Haverá uma escassez muito significativa de cobre”, disse ele. “Será muito difícil atender às aspirações formuladas.”

O cobre é essencial para “esverdear” a economia devido à sua capacidade de condução de energia elétrica. Um carro elétrico pode usar volume três vezes maior de cobre do que um automóvel de motor a combustão interna, enquanto projetos de energia renováveis tendem a precisar de um volume cinco vezes maior do metal do que usinas de geração de energia tradicionais a gás, a carvão e nucleares.

Em relatório divulgado na semana passada, a consultoria Wood Mackenzie disse que é preciso que projetos que ainda não foram sancionados desovem 9,7 milhões de toneladas de oferta anual nos próximos dez anos. Atualmente, a magnitude do mercado é de 25 milhões de toneladas ao ano.

“Até agora, nunca se superou uma escassez dessa magnitude”, escreveram os autores, ao prever que serão necessários US$ 23 bilhões em investimentos anuais em novos projetos, 66% mais do que a média dos últimos 30 anos.

Maximo Pacheco, presidente do conselho de administração da Codelco, a maior produtora mundial de cobre, disse ao “Financial Times” que prevê um déficit de 6 milhões a 7 milhões de toneladas de cobre nos próximos dez anos.

A Codelco tem enfrentado dificuldades para manter a produção de suas minas. Pacheco diz que a empresa não conseguirá retomar os níveis de produção do ano passado por quatro anos ainda. “É um tremendo esforço repor os recursos”, disse ele.

Os executivos de mineração dizem que o desafio da ponta da oferta é agravado pela desaceleração da economia global, que pressionou os preços do cobre para patamares mais baixos e levou estrategistas da commodity a prever um superávit do mercado para o ano que vem.

“Essa turbulência econômica atual só agrava o problema”, disse Adkerson. “As empresas relutam em investir no mundo de hoje.”

Os estoques de cobre visíveis, que constituem uma pequena parcela do estoque mantido, mas que têm grande influência sobre as decisões dos gerentes de compras, estão em baixa recorde, criando um risco de variações voláteis de preços.

As tensões geopolíticas também estão sacudindo a oferta de metais, inclusive de cobre. Executivos do setor dizem que a diminuição da oferta russa levou a uma corrida mais imediata na Europa, onde os compradores estão dispostos a pagar enormes ágios ou a assinar contratos de mais longo prazo para garantir material.

As produtoras de cobre ponderam que um grande número de fatores, desde processos demorados de concessão governamental e de projetos em que a extração é mais difícil até a falta de projetos em fase de começo de construção, dificultam a tarefa de atender à demanda de longo prazo.

Jonathan Price, CEO da Teck Resources, que está desenvolvendo um dos maiores projetos mundiais de cobre no Chile, disse na recente Cúpula de Mineração do FT que “simplesmente não fecha a equação” entre a alta da demanda e os obstáculos à entrada de nova oferta.

No entanto, uma reação na ponta da oferta, por meio do aumento da produção a partir de sucata de cobre, poderia atenuar parte da pressão, e, segundo Adkerson, avanços tecnológicos imprevistos podem também destravar a oferta.

“Quando simplesmente nos aferramos à tecnologia de hoje e examinamos os desafios, as aspirações superam a realidade”, observou Adkerson.

Fonte: Financial Times

Minério de ferro amplia ganhos com apostas de reabertura na China e apoio político

Os preços do minério de ferro subiram nesta quinta-feira, impulsionados pela contínua especulação de que a China, maior produtora de aço, aliviaria suas rígidas regras contra a Covid-19, juntamente com a esperança de que as medidas de estímulo chinesas compensem o impacto de uma retração econômica global na demanda.

O ingrediente siderúrgico se recuperou após forte queda em outubro, com ganhos em grande parte impulsionados por rumores de que a China se afastaria de sua rígida política de zero Covid até o próximo ano. As autoridades negaram conhecimento de tal plano.

Na quarta-feira, o minério ampliou ganhos quando os reguladores chineses garantiram aos investidores que o desenvolvimento econômico continua sendo uma prioridade e que o banco central seria capaz de manter taxas de juros positivas pelo maior tempo possível.

O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas em alta de 1,1%, a 634,50 iuanes (86,85 dólares) a tonelada, a caminho de seu terceiro dia consecutivo de ganhos.

Na Bolsa de Cingapura, minério de ferro de referência de dezembro subiu 1,4% a 81,65 dólares a tonelada.

A mineradora BHP Group espera que a China seja uma fonte de estabilidade para a demanda por commodities nos próximos 12 meses, à medida que suas medidas de estímulo entram em vigor progressivamente, enquanto as perspectivas econômicas globais permanecem “muito incertas e frágeis”.

Outros analistas, no entanto, fornecem uma visão contrastante da demanda de aço na China.

“Como os lucros das siderúrgicas continuaram a encolher, os planos de redução e manutenção da produção de alto-forno aumentaram esta semana”, disseram analistas da Huatai Futures em nota.

Com o enfraquecimento da demanda global por aço, “a sustentabilidade da recuperação do preço do minério de ferro é questionável”, de acordo com a agência de relatórios de preços Metals Market Index.

Fonte: Reuters

Regulador de mineração do Brasil realizará audiência pública sobre novas áreas de exploração

A Agência Nacional de Mineração do Brasil (ANM) está planejando para o dia 3 de novembro uma consulta pública sobre o edital da 7ª Rodada de Disponibilidade de áreas de exploração mineral.

Os objetivos são “dar publicidade à minuta de Edital, que possui critérios objetivos de desempate mediante leilão com proposta fechada; propiciar aos agentes econômicos e aos demais interessados a possibilidade de encaminhamento de opiniões e sugestões e apontar os possíveis impactos desses artigos nas suas operações; identificar, da forma mais ampla possível, todos os aspectos relevantes da matéria; e conferir transparência e legitimidade às ações da ANM”, segundo nota à imprensa.

A consulta pode ser acompanhada entre as 14h30 e as 17h através deste link.

As rodadas fazem parte dos esforços do governo para diversificar a produção mineral e atrair investimentos. A indústria de mineração do Brasil é altamente dependente do minério de ferro, que representa dois terços da receita do setor, seguido por ouro e cobre.

As lideranças empresariais pedem ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que tomará posse em janeiro, que dê continuidade às rodadas.

“O Brasil tem uma janela de oportunidades para expandir e diversificar a mineração diante da transição energética, que demandará vários produtos minerais”, disse à BNamericas Marcos Gonçalves, presidente da Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (Adimb).

Lula não anunciou nenhum plano para o setor, mas os stakeholders não esperam grandes mudanças.

 

Fonte: BN Americas