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Ciência, tecnologia e inovação são essenciais para a reindustrialização brasileira

A diretora de Inovação da Confederação Nacional da indústria (CNI), Gianna Sagazio, avalia que a ciência, tecnologia e inovação (CT&I) terão papel cada vez mais estratégico para a reindustrialização no país. Ela coordenou nesta segunda-feira (7) a 36ª edição dos Diálogos da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). Para a diretora, o Brasil precisa com urgência de aumentar investimentos na área para se tornar mais competitivo globalmente.

“Entender o que está se desenvolvendo no mundo é essencial para pensarmos o papel do Brasil nessa reestruturação global, não só da produção do conhecimento tecnológico, como da produção de bens de alta tecnologia”, destacou Gianna Sagazio.

O empresário Pedro Wongtschowski, líder da MEI e presidente do Conselho de Administração da Ultrapar, alertou que o país vem reduzindo de forma crescente os recursos para pesquisa e inovação. “No período recente, CT&I não tiveram tratamento prioritário no Brasil. Esta é uma agenda que deve ser incorporada como instrumento essencial do aumento da produtividade e da competitividade”, afirmou o líder da MEI.

“A velocidade de digitalização das empresas brasileiras é muito baixa. Para melhorar a competitividade da nossa indústria, o Brasil precisa de uma política de CT&I ambiciosa e de longo prazo”, acrescentou.

Wongtschowski listou quatro prioridades para a recuperação da indústria nacional: elevar o investimento público e privado em CT&I a níveis praticados pela média dos países da OCDE; melhorar o ambiente regulatório, especialmente no que diz respeito à desburocratização de processos e segurança jurídica para aplicação de instrumentos de apoio ao empreendedorismo e inovação; formar e capacitar pessoas para o novo contexto tecnológico; e aumentar a efetividade do gasto público em CT&I.

Inovação industrial nos Estados Unidos

Presente à reunião virtual, o diretor de projetos especiais do MIT Office of Digital Learning, William Bonvillian, traçou um panorama sobre como a política de CT&I tem se modernizado nos últimos anos. Segundo ele, o país passou a adotar, a partir da pandemia de Covid-19 e do aumento da competição tecnológica com a China, uma forte política de inovação industrial, com atenção para a manufatura, que permite a realização de todas as etapas da inovação, que incluem a pesquisa, o desenvolvimento, a prototipagem da tecnologia, testes, demonstrações, financiamento de produção, entrada no mercado e criação de mercado expandido.

“A política de inovação industrial implica a intervenção governamental em uma ou mais dessas etapas para promover um avanço tecnológico”, pontuou.

A presidente do Conselho de Competitividade dos Estados Unidos e do Fórum Global dos Conselhos de Competitividade, Deborah Wince-Smith, falou sobre como o sistema de CT&I dos EUA tem auxiliado o crescimento da indústria americana ao longo de toda a história do país. Segundo ela, há hoje uma realidade de muita concentração de poder e de investimentos em poucas companhias, que dominam o mercado. “Essa é a realidade atual, que precisa ser equilibrada. Investir em inovação é fator fundamental para a competitividade de qualquer empresa”, enfatizou.

Fonte: CNI

Importações e exportações da China caem pela 1ª vez em 2 anos

Pela primeira vez em mais de dois dois anos, as exportações e importações da China caíram em relação ao ano anterior. Levando em conta o volume registrado em outubro, as vendas de produtos chineses para o mundo caíram 0,3% em comparação com o mesmo mês de 2021, enquanto as compras do gigante asiático tiveram uma queda de 0,7%.

Ambas vieram abaixo das expectativas do mercado.

É a segunda queda consecutiva no volume de importações da China, que, em setembro, havia caído 0,3% na comparação com 2021. Enquanto nas exportações houve uma inversão: elas tiveram alta de 5,7% em relação ao mesmo período, em setembro e, agora, caem.

Sendo a primeira contração anual de importações desde a registrada em agosto de 2020, os dados têm tudo para preocupar o mercado brasileiro. Nos últimos dois anos, a cada R$ 10 que o Brasil por exportações, mais de R$ 3 vieram da China. É o patamar mais alto da história.

Essa dependência brasileira da demanda chinesa será um dos principais desafios de Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato, a partir do ano que vem.

Em outubro, durante o vigésimo Congresso do Partido Comunista, o presidente da China, Xi Jinping, deixou claro que o vai manter o pé no freio em relação ao crescimento econômico. O movimento tem tudo para atingir em cheio a economia brasileira, já que reduz a importação de produtos brasileiros.

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O líder comunista garantiu que vai manter sua política de Covid zero, que tem gerado a oscilação no funcionamento de comércios, portos e serviços em cidades inteiras, sendo apontada como uma das grandes responsáveis pela queda da atividade econômica.

“Colocamos a vida das pessoas acima de tudo”, disse, sem dar nenhum sinal de afrouxamento na testagem em massa obrigatória, na vigilância constante, nas quarentenas forçadas e na decretação de lockdowns regionais.

Buscar formas de reduzir o impacto disso nas contas brasileiras é essencial para quem ocupar a presidência nos próximos anos, tendo em vista que a exportação de matérias primas segue como o carro chefe da nossa economia.

O programa de governo do petista eleito no último dia 30 não faz uma menção sequer à China, bem como de seu adversário, derrotado, o atual presidente Jair Messias Bolsonaro.

Apesar de Bolsonaro ter alfinetado o principal parceiro comercial do Brasil, chegando a insinuar que a Covid-19 seria parte de uma guerra biológica, desde que ele assumiu o cargo, a participação da China no rol de importadores de produtos brasileiros aumentou mais de 15%.

Nos últimos 20 anos, as posições dos EUA e do gigante asiático no mapa de destino das nossas exportações praticamente se inverteram. Em 2021, os americanos responderam por 11,2% das exportações do Brasil.

A cada 10 toneladas de minério exportadas no ano passado, 6,5 foram para a China. A cada 100 barris de petróleo, 47 seguiram o mesmo destino.

Esse tipo de relação define inclusive o rumo da Bolsa de Valores, definido em grande parte pelas ações da Petrobras e da Vale, exportadoras de petróleo e minério de ferro, que têm a China como seu principal mercado.

A Vale é a empresa com maior representação no Ibovespa, sendo suas ações (VALE3) responsáveis por 14,8% do índice. Os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) respondem por outros 12,4%.

Fonte: Monitor do Mercado

De solução para os portos a “juro camarada”, o que a indústria quer dos novos governos

Chegou a vez de o Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, ouvir a indústria sobre suas expectativas para os novos governos federal e estadual. Confira trechos abaixo e a íntegra das entrevistas no final da coluna.

Presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry: 
“A indústria vinha bem, nosso interesse é de que siga assim, que tenha pedidos em carteira. Queremos que o governo dê apoio para que seja competitiva com a indústria mundial. Tem que reduzir o Custo Brasil, resolver a questão tributária, porque o gasto das empresas é enorme. Outra coisa é a melhoria na estrutura de transporte no país, resolver o problema dos portos, que são muito demorados. Esperamos que continue o apoio ao sistema S para seguir proporcionando a formação de alunos.” 

Presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), Claudio Bier:
“Já estamos conversando sobre o Fundopem da Irrigação para o Estado. Vai duplicar a produção, especialmente de milho, com pequeno incentivo de ICMS para agricultores pagarem parte do juro. Dificilmente, o governo federal terá algum mecanismo para baixar o custo do equipamento. O que pode fazer é apoiar programas que já existiam, como o Moderfrota, com juro mais camarada. O valor para o programa rapidamente esgota. Neste ano, em três meses, não tinha mais nada. Se Lula conseguir aumentar prazo e baixar juro, já ajuda bastante.”

– Ouça aqui o Presidente da FIERGS, Gilberto Petry
– Ouça aqui o Presidente do Simers, Claudio Bier

Fonte: GaúchaZH

Caixa, Banco do Brasil, BNDES, Banco do Nordeste e Basa vão focar em endividados, MEIs, ações sociais e indústria

Tirar do papel o Desenrola Brasil — programa para permitir o retorno ao crédito de milhões de brasileiros endividados — focar em microempreendedores individuais (MEIs), apoiar programas sociais (como construção de cisternas e cooperativas de catadores), financiar até 3,5 milhões de casas para pessoas de baixa renda e até incentivar a troca de máquinas e equipamentos para reaquecer a indústria estão entre as prioridades que os bancos públicos terão no próximo governo.

Embora não tenham sido indicados até o momento os nomes dos titulares de Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal, BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia, a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia que as instituições terão função relevante a partir de 2023.

“Os bancos públicos, como aconteceu nos mandatos entre 2003 e 2010, terão papel importante no desenvolvimento econômico e social. Uma missão extraordinária, e o setor privado será chamado (a participar). É crédito para regularizar a situação dos endividados”, disse o senador eleito e um dos coordenadores da campanha de Lula, Wellington Dias.

Além de garantir uma atuação às vezes mais célere que a máquina estatal, os bancos públicos poderão auxiliar os planos de Lula em um cenário de escassez de recursos públicos. O maior exemplo será o Desenrola Brasil, programa que prevê a renegociação de dívidas garantidas por um fundo com recursos estimados entre R$ 7 bilhões e R$ 18 bilhões — a depender da faixa de renda que será contemplada.

Segundo Wellington Dias, essas instituições terão um papel importante nesse processo.

Endividados

O Brasil tem 68,4 milhões de endividados, ou seja, cerca de 32% da população adulta, segundo dados da Serasa Experian. Permitir que esse público volte para o sistema é uma forma de ajudar a recuperar a economia, pois impulsiona a compra de bens e serviços.

A ideia é lançar um programa focado nas famílias mais pobres — o foco pode ser quem ganha até três salários mínimos — e incluir, além de contas de água, luz e outros serviços, redes de varejo e bancos.

Esta foi uma das principais promessas de campanha de Lula, que repetiu modelo defendido por Ciro Gomes (PDT) em 2018 e também nesta eleição.

O governo Lula dará, ainda, atenção especial aos MEIs. Segundo integrantes da equipe de transição, os microempreendedores individuais serão beneficiados com linhas especiais para expandir ou abrir novos negócios.

Em habitação, o novo governo quer retomar a faixa 1 do Minha Casa Minha Vida — o nome do programa voltará, aposentando o bolsonarista Casa Verde e Amarela — , com renda abaixo de R$ 1.800. São famílias que não têm condições de assumir um financiamento tradicional.

Hoje esse público não é atendido pelo governo, sob o argumento de falta de verba orçamentária.

A ideia é que a Caixa volte a atender essas famílias. A proposta em análise é contratar 3,5 milhões de unidades habitacionais de 2023 a 2026, considerando todas as faixas de renda. Os subsídios sairiam de FGTS, loterias e Tesouro Nacional.

“No primeiro ano, a meta seria de 500 mil unidades habitacionais e, ao longo dos anos seguintes, 3 milhões de unidades”, disse Rita Serrano, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa.

O Banco do Brasil deve reforçar seu lado social — a Fundação Banco do Brasil (FBB) — em projetos como a construção de cisternas para famílias no semiárido. São estudadas medidas de apoio a catadores de resíduos sólidos.

Ainda não há detalhes, mas estes bancos, agregados por Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e Finep (financiadora de projetos e pesquisas) poderão até mesmo contribuir no financiamento de projetos de infraestrutura, como energia e transportes.

Risco

O risco, segundo os analistas, é criar um gigantismo destes bancos, ou desvio de suas funções. O BB pulou de 18,8 milhões de clientes em 2003 para 54,4 milhões em 2010 — e estava com 78,3 milhões ao final de 2021.

A Caixa viu sua carteira de crédito, em valores atualizados, passar de R$ 74,6 bilhões em 2003 — primeiro ano do primeiro mandato de Lula — para R$ 350,4 bilhões em 2010 quando ele deixou o Planalto, embora hoje esteja em R$ 903 bilhões.

O BNDES, por sua vez, encolheu desde que Lula deixou o poder. Em 2010, seus desembolsos somavam R$ 335,7 bilhões, em valores corrigidos. No ano passado, foram R$ 66,9 bilhões.

Em nota, o BNDES informou que “desde 2020, o BNDES não tem mais como métrica de desempenho o desembolso, mas sim o impacto na vida das pessoas, como os 35 milhões de brasileiros abrangidos pelos projetos na carteira de saneamento, as mais de 135 mil pequenas e médias empresas apoiadas pelo Programa Emergencial de Acesso ao Crédito durante a pandemia”.

“O BNDES terá o papel de banco para o desenvolvimento econômico, mas será ampliada a participação de crédito para MEI (microempreendedor individual) e pequenos empresários”, completou o senador Wellington Dias.

Fonte: O Sul

Falta ou alto custo de matéria-prima afeta menos indústrias de pequeno porte

As micros e pequenas indústrias brasileiras tiveram mais facilidade para adquirir insumos, produzir, contratar e utilizar a capacidade instalada das empresas no terceiro trimestre de 2022. Segundo levantamento trimestral Panorama da Pequena Indústria (PPI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a falta ou alto custo de matéria-prima deixou de ser o principal problema para as indústrias de pequeno porte do setor extrativo e da construção. Na indústria da transformação, o entrave ainda lidera o ranking dos principais problemas, mas em menor intensidade. A mudança impactou positivamente o desempenho e as condições financeiras das empresas.

“O problema da falta ou alto custo de matéria-prima não deixou de existir, mas foi menos assinalado no terceiro trimestre pelas pequenas indústrias. A expectativa é que recue ainda mais no fim de 2022”, explica a analista de Políticas e Indústria da CNI, Paula Verlangeiro. “Atualmente, na indústria extrativa a dificuldade mais recorrente é a elevada carga tributária e na indústria da construção são as taxas de juros elevadas.”

O levantantamento mostra também que no terceiro trimestre o Índice de Desempenho médio registrou 49,0 pontos, mantendo-se bem acima da média histórica para o trimestre (45,3 pontos). Quando comparada com o mesmo período de 2021, a média aumentou 1,6 ponto. Além disso, a pesquisa aponta que o Índice de Situação Financeira registrou 43,7 pontos e, com isso, apresentou o melhor resultado desde 2013.

“A melhora da situação financeira está relacionada ao aumento dos indicadores de satisfação com o lucro operacional, de satisfação com a situação financeira e de facilidade de acesso ao crédito no período analisado”, detalha Verlangeiro.

Indústrias de pequeno porte mantêm otimismo acima da média e têm perspectivas positivas

No terceiro trimestre de 2022, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI)para as indústrias de pequeno porte foi de 58,7 pontos em outubro de 2022. Ao analisar os últimos doze meses, o resultado para a confiança oscilou, mas sempre acima da média histórica (53,0 pontos).

O Índice de Perspectivas das empresas industriais de pequeno porte também segue acima da média histórica, registrando 50,8 pontos em outubro.

Quando comparamos os dois indicadores com o mês anterior (setembro), houve queda dos índices, mas, por estarem acima da linha de 50,0 pontos, a conclusão ainda é que os empresários de pequeno porte seguem otimistas e com perspectivas positivas.

Sobre o Panorama da Pequena Indústria

O Panorama da Pequena Indústria elenca quatro indicadores: desempenho, situação financeira, perspectivas e índice de confiança. Todos os índices variam de 0 a 100 pontos. Quanto maior ele for, melhor é a performance do setor.

A composição dos índices leva em consideração itens como volume de produção, número de empregados, utilização da capacidade instalada, satisfação com o lucro operacional e situação financeira, facilidade de acesso ao crédito, expectativa de evolução da demanda e intenção de investimento e de contratações.

Além disso, a pesquisa também traz o ranking dos principais problemas enfrentados pelas MPEs em cada trimestre.

A pesquisa é divulgada trimestralmente com base na análise dos dados da pequena indústria levantados na Sondagem Industrial, na Sondagem Indústria da Construção e no ICEI. Todos os meses, as pesquisas ouvem cerca de 900 empresários de empresas de pequeno porte.

Fonte: CNI

Castertech adquire unidade de fundição em Mogi Guaçu

A Castertech Fundição e Tecnologia, uma das Empresas Randon, anuncia nesta sexta-feira, 04 de novembro, a aquisição de uma unidade fabril na cidade de Mogi Guaçu (SP). O investimento é de R$ 40 milhões, por meio de arremate em leilão das instalações industriais da Fundição Balancins. Com a nova aquisição, a Castertech mantém a trajetória de expansão de capacidade produtiva intensificada nos últimos anos, ampliando, inicialmente, em 23 mil toneladas o total de peças fundidas. Atualmente, a empresa tem capacidade para produzir 80 mil toneladas anuais, considerando as unidades instaladas em operação em Caxias do Sul (RS), Schroeder (SC) e Indaiatuba (SP).

A nova unidade no interior paulista deverá entrar em operação no decorrer do segundo semestre de 2023. Além de possibilitar o aumento da capacidade de produção, o novo parque fabril ficará dedicado para o desenvolvimento de novas tecnologias de ligas fundidas por meio de nanopartículas.

“Fortalecemos nossa estratégia de crescimento sustentável com mais esse movimento, incorporando um parque fabril que amplia ainda mais nossa capacidade instalada, com o investimento em novas tecnologias de produtos, nos possibilitando expandir a comercialização também para o mercado de exportação”, destaca o diretor-superintendente da vertical de negócios Autopeças das Empresas Randon, Ricardo Escoboza.

Especializada em soluções de sistemas de rodagem e componentes fundidos usinados, a Castertech Fundição e Tecnologia tem uma trajetória de acelerado crescimento. Em operação desde 2009, com sede em Caxias do Sul, a companhia surgiu, inicialmente, para atender as necessidades internas das Empresas Randon. Hoje, a empresa fornece soluções tecnológicas em sistemas de rodagem e componentes fundidos e usinados para veículos comerciais, implementos e máquinas agrícolas.

Fonte: Fusões & Aquisições

Inflação e altos custos atingem Equinox e Ternium em meio a preços mais baixos dos metais

O aumento dos custos e da inflação durante o primeiro semestre do ano, devido principalmente ao conflito entre Rússia e Ucrânia, continuou afetando os resultados financeiros de algumas das maiores mineradoras e metalúrgicas do México no terceiro trimestre, em meio à queda nos preços de metais como ouro, prata, cobre e aço.

Durante as chamadas de resultados trimestrais na quinta-feira, executivos da Equinox Gold e Terniumdisseram que as pressões de custo continuaram no quarto trimestre.

A canadense Equinox registrou no terceiro trimestre ganhos de operações de minas de US$ 7,4 milhões, abaixo dos US$ 45,7 milhões do ano anterior. “Os lucros das operações de minas foram menores no terceiro trimestre de 2022 em comparação com o terceiro trimestre de 2021 devido ao menor preço do ouro por onça, custos operacionais mais altos, restrições de oferta e pressões inflacionárias, principalmente devido ao aumento dos preços do petróleo e outros consumíveis”, disse a empresa em seu relatório de receitas.

“Em comparação com o terceiro trimestre de 2021, o declínio no preço médio do ouro […] combinado com custos mais altos, comprimiu nossas margens”, afirmou o CFO Peter Hardie durante a teleconferência.

“Do lado dos custos, exemplos das pressões inflacionárias que aumentam nossos custos de consumíveis em comparação com o terceiro trimestre do ano passado, incluídos nos EUA, o combustível aumentou 60%; o cianeto 40%, a cal 27%. No México, o cianeto aumentou 36%; energia e cal entre 15% e 20%”, acrescentou.

“Agora esperamos que a produção de ouro para o ano seja de aproximadamente 540 mil onças. Estamos vendo a inflação começar a diminuir, principalmente no Brasil, mas também vemos pressões inflacionárias de custos persistindo até o quarto trimestre deste ano”, explicou o CEO Greg Smith.

A Equinox, que também tem o projeto de ouro Aurizona, no Maranhão, planeja investir US$ 318 milhões para expandir sua mina Los Filos, no México, construindo uma planta de carbono em lixiviação (CIL).

TERNIUM

A Ternium, maior produtora de aços planos da América Latina, reportou Ebitda ajustado no terceiro trimestre de US$ 679 milhões, abaixo dos US$ 1,88 bilhão do ano anterior, com embarques de aço de 3 milhões de toneladas e margem Ebitda ajustada de 16%, abaixo dos 41% anteriores.

“A queda sequencial no Ebitda ajustado no terceiro trimestre foi resultado principalmente de preços de combustível mais baixos e custos de vendas mais altos”, afirmou o CFO Pablo Brizzio durante a teleconferência de resultados da empresa.

“Como antecipamos na teleconferência do último trimestre, a margem Ebitda no quarto trimestre continuará caindo, atingindo um nível abaixo do intervalo típico da empresa antes de reverter essa tendência no primeiro trimestre de 2023”, acrescentou.

Brizzio disse ainda que as finanças da Ternium terão “um descompasso temporário entre preços e custos” no quarto trimestre.

“No quarto trimestre, os preços do aço sob contratos trimestrais no México serão redefinidos em níveis mais baixos do que no terceiro trimestre, mas o custo por tonelada não acompanhará essa queda. Assim, seguirá refletindo o fluxo gradual por meio dos estoques de matérias-primas de custo relativamente alto da empresa, adquiridos durante o primeiro semestre do ano, quando a invasão russa da Ucrânia interrompeu os mercados de aço”, explicou.

O CFO estimou também que as matérias-primas compradas mais recentemente a preços mais baixos se refletirão em seu custo por tonelada a partir do primeiro trimestre de 2023.

A Ternium, controlada pelo grupo ítalo-argentino Techint, possui unidades operacionais no México, Brasil, Argentina, Colômbia, sul dos EUA e América Central.

Em fevereiro, a empresa anunciou um novo programa de investimentos de US$ 1 bilhão para seu centro industrial de Pesquería, no México, visando expandir seu portfólio de produtos de valor agregado e atender à crescente demanda por aço para os setores de eletrodomésticos e construção.

SOUTHERN COPPER

Na sexta-feira (28), Raúl Jacob, CFO da Southern Copper, disse durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre que os custos e despesas operacionais totais aumentaram US$ 197 milhões, ou 16,8%, em relação ao terceiro trimestre de 2021. “Os principais incrementos de custo foram no consumo de estoque, diesel e combustível, diferença de tradução, materiais de reparo, energia, explosivos e outros fatores”, detalhou.

A Southern Copper, com sede no Arizona, opera minas no Peru e no México.

No início do mês passado, Jacob disse à Bloomberg que “a tempestade perfeita” – sofrida no segundo trimestre pelo aumento dos custos, preços mais baixos das commodities e queda da produção – começou a regredir.

 

Fonte: BN Americas

Usiminas realiza apresentação para o Edital Mobiliza 2023

A Usiminas realizou na última quinta-feira (3), no Centro Cultural Usiminas, a apresentação para o Edital Mobiliza 2023. O objetivo do evento foi informar sobre a nova ferramenta e gestão para cadastro de novos participantes no programa Mobiliza. Cerca de 80 prefeitos e técnicos das prefeituras dos municípios do Vale do Aço participaram do encontro. No próximo ano, o cadastro das prefeituras para participar do programa deverá ser realizado exclusivamente no sistema da Usiminas que já está disponível no site caminhosdovale.usiminas.com. As informações dos gestores públicos e seus representantes, deverão ser preenchidas, juntamente com a documentação e todo processo de aprovação on-line para elaboração do contrato das prefeituras com a Usiminas para receberem a doação do agregado siderúrgico.

Durante o encontro, o diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da Usiminas, André Chaves, falou sobre os propósitos de sustentabilidade da companhia e a importância da preservação do Meio Ambiente e do desenvolvimento da Economia Circular.

“Agradecemos aos parceiros que somam esforços à Usiminas para a transformação das vidas, que é o mais importante. Nesse ano que a companhia completa 60 anos, a nossa proposta é olhar para frente com esse programa, com sua continuidade ainda mais forte, especialmente com melhorias na governança e na transparência”, ressaltou André Chaves.

Os representantes do Consórcio Intermunicipal Multifinalitário do Vale do Aço (CIMVA) e do Instituto Interagir, parceiros técnicos dos programas, também participaram do evento. O programa atua no tripé de sustentabilidade: ambiental (utilização adequada dos recursos renováveis, gestão eficiente dos resíduos), econômico (melhoria de infraestrutura) e social (proximidade com a comunidade e contribuição com seu desenvolvimento).

Na oportunidade, foi apresentado, também, o projeto da reforma do Alto-Forno 3 em 2023, com foco principal na abertura de oportunidades de trabalho, com mais de 8 mil vagas previstas no pico da obra. O investimento será oportunidade para capacitação das pessoas dos diversos municípios da região, com um legado de desenvolvimento.

Dados Mobiliza:

– Mais de 3,5 milhões de toneladas de agregado siderúrgico doadas;
– Mais de 4.600 quilômetros de estradas rurais recuperadas;
– Mais de 1,3 milhões de pessoas beneficiadas;
– 60 municípios beneficiados;
– 5.265 nascentes cadastradas;
– 1.484 nascentes protegidas.

Fonte: Portal da Cidade Ipatinga

Vale comemora 80 anos ampliando parceria com a China

A China International Import Expo (CIIE) cria uma plataforma internacional para negócios e intercâmbios tecnológicos e culturais, disse Dauter Oliveira, diretor de marketing do setor de ferro para a região Ásia-Pacífico da mineradora brasileira Vale, em entrevista à Xinhua.

Apesar das incertezas decorrentes da desaceleração da economia mundial, Oliveira expressou sua confiança na China para manter seu crescimento econômico e destacou o papel fundamental do país asiático para a empresa e suas expectativas para a feira às vésperas de sua quinta edição, que será realizada de 5 a 10 de novembro em Xangai. As ações ordinárias da mineradora (Vale3) fecharam nesta sexta-feira em R$ 72,25, com valorização de 7.59%, a segunda maior do dia entre as que integram o Ibovespa.

“Acreditamos que os fundamentos econômicos de longo prazo da China permanecem fortes e inalterados. A China é o único país do mundo que possui todas as categorias industriais listadas na Classificação Industrial da ONU e é o maior produtor de mais de 220 tipos de produtos industriais. China desfruta de cadeias industriais e de fornecimento completas e estáveis”, explicou.

“Como principal expositor do setor de mineração, temos a honra de participar da CIIE pelo quinto ano consecutivo. A China é o mercado mais importante para a Vale, é nosso maior mercado no mundo desde 2006 e é o destino mais de 50% da nossa produção de ferro a cada ano”, disse ele. Este ano, aliás, “é o aniversário de 80 anos da Vale e estamos orgulhosos da nossa associação com a China, que já dura quase 50 anos, mais da metade da história da nossa empresa”, comentou.

“Desde que enviamos nosso primeiro carregamento de minério de ferro para a China em 1973, já enviamos mais de 2,8 bilhões de toneladas de produtos de ferro de alta qualidade para a China. Também fornecemos à China produtos de metal commodity de alta qualidade, como níquel e cobre ,” ele adicionou. Ele destacou que a Vale “mantém um compromisso de longo prazo com o mercado chinês e sempre coloca a China no centro da nossa estratégia de negócios”.

Sobre a participação da empresa brasileira na CIIE, Oliveira disse que “sob o lema ‘Fazer esforços contínuos para contribuir para o desenvolvimento de alta qualidade da China’, mostraremos na edição deste ano como apoiamos a transformação verde do aço indústria China e como aprofundamos de forma abrangente nossa parceria estratégica com a China.

Segundo Oliveira, a Vale vai expor com orgulho seus produtos de alta qualidade, com alto teor de ferro e poucas impurezas, “permitindo maior produtividade, menos escória e menores emissões durante o processo de fabricação do ferro”, além de novas tecnologias e novos produtos que “ pode ajudar as siderúrgicas a reduzir suas emissões”.

No estande da Vale na CIIE deste ano, “haverá uma área de estar verde onde os visitantes poderão ouvir os sons de animais que vivem na floresta amazônica, incluindo algumas espécies vulneráveis e ameaçadas de extinção. Esses sons foram registrados na investigação chamada ‘Sons da Amazônia’, liderado pelo Instituto Tecnológico da Vale”. “Esperamos que esta área verde sirva para conscientizar os visitantes sobre a importância da biodiversidade e conservação florestal entre os visitantes”, acrescentou.

A CIIE “é muito mais do que um local para as empresas exporem os seus produtos e serviços. Criou uma plataforma internacional de intercâmbio empresarial, tecnológico e cultural entre vários países, que não só promove o comércio internacional e contribui para a economia mundial, como também promove a compreensão mútua e a colaboração entre vários países”, disse ele.

Oliveira também valorizou o compromisso da Vale com o meio ambiente e o combate às mudanças climáticas. “Ao longo das últimas décadas, aprendemos que nosso papel vai muito além da mineração. É por isso que buscamos melhorar vidas e transformar o futuro. Diante das graves ameaças representadas pelas mudanças climáticas, estamos determinados a dar nossa contribuição para o combate às mudanças climáticas. Já estabelecemos metas ousadas para liderar a transição para a mineração sustentável”, disse.

“A Vale é parceira de longo prazo da China e compartilha o mesmo compromisso com a China no combate às mudanças climáticas. Vemos um futuro muito brilhante em cooperação com a China em sua busca pelo desenvolvimento verde. Já temos cooperado estreitamente com a China no cumprimento de nossas compromisso com nossas metas de mudança climática”, concluiu.

Fonte: Monitor Mercantil

Setor mineral brasileiro pretende investir US$ 40 bilhões entre 2022 e 2026

Projeção do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) dá conta de que, entre 2022 e 2026, o setor tem programado investimentos de US$ 40 bilhões no Brasil, sendo cerca de US$ 4 bilhões, ou 10% do total, em investimentos socioambientais. Estes investimentos deverão ser feitos mesmo com o setor não estar repetindo, em 2022, o bom desempenho de anos passados.

De fato, segundo outra projeção do Ibram, o faturamento do setor mineral brasileiro alcançou R$ 75,8 bilhões no terceiro trimestre deste ano, uma queda de 30% sobre o mesmo trimestre de 2021. Mesmo assim, a produção do país passou de 355 milhões para 365 milhões de t nas comparações trimestrais, um razoável incremento de 3%.

A queda no faturamento é explicada tanto por fatores externos como climáticos. Houve significativa redução da produção e da demanda de aço na China, o que influenciou negativamente o desempenho do minério de ferro, carro chefe da mineração brasileira, em termos de produção e exportação.

A contribuir está havendo ainda o problema das restrições à produção industrial na China em razão da Covid-19. Fenômenos climáticos recorrentes neste ano, como tufões e chuvas intensas, também estão influenciando o mercado e a produção de aço no país asiático, principal consumidor do nosso minério de ferro.

O conflito na Ucrânia também está prejudicando as exportações, devido à crise de energia que reduziu significativamente a produção de aço na Europa.

“Mas é preciso notar que a mineração é um setor historicamente cíclico, sazonal, que sofre influências de diversas fontes”, diz o diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann. “Por isso, essa queda não nos preocupa. A mineração continua mantendo posição fundamental na economia brasileira, tendo respondido por R$ 26,1 bilhões de arrecadação de tributos e encargos no terceiro trimestre”.

Para Jungmann, no entanto, se este cenário hoje um pouco mais sombrio não afeta os investimentos previstos, estes poderiam ser muito maiores, se o Brasil contasse com instrumentos de financiamento da atividade mineral, como mantém para outros setores igualmente competitivos, como o agronegócio.

Na opinião do presidente do Ibram, isto é algo em que o Brasil deveria parar para pensar, especialmente devido à comprovada capacidade da mineração de gerar empregos. Só nos primeiro oito meses de 2022, o setor gerou mais de 5,6 mil vagas, totalizando 203,8 mil vagas diretas. De janeiro de 2021 a agosto de 2022, o total de vagas criadas alcançou 18.313.

FERRO

O minério de ferro continuou dando as cartas no setor no terceiro trimestre, respondendo por 64% do faturamento total. No entanto, o desempenho do faturamento desse minério apresentou queda de 43%, sendo R$ 48,2 bilhões no trimestre e R$ 85,1 bilhões no mesmo período de 2021.

Foi o mau desempenho do minério de ferro, que responde por cerca de 70% das exportações minerais brasileiras, obviamente, o principal responsável pela queda geral do faturamento do setor.

Mas outros produtos também apontaram para baixo. O faturamento relacionado ao ouro, por exemplo, caiu 4% entre julho e setembro de 2022, para R$ 6,2 bilhões. O ouro representou 8% do faturamento da mineração no trimestre.

Já o faturamento do cobre caiu 13%, para R$ 4 bilhões no terceiro trimestre. O cobre respondeu por 5% do faturamento total no período.

De outro lado, o faturamento do calcário dolomítico, da bauxita e do granito tiveram altas expressivas no trimestre, de 35%, 51%, e 46%, respectivamente, sobre o mesmo trimestre de 2021. Os valores foram, também respectivamente, de R$ 3,2 bilhões; R$ 1,8 bilhão; R$ 1,5 bilhão.

Entre os estados mineradores, Minas Gerais teve faturamento de R$ 29,7 bilhões, decréscimo de 38%, enquanto o Pará caiu 37%, curiosamente também para R$ 29,7 bilhões. No trimestre, os dois estados responderam com 39% cada um na produção mineral total brasileira.

Já Goiás registrou crescimento no faturamento de 30%, para R$ 2,9 bilhões, e respondeu por 4% da produção mineral brasileira no trimestre, enquanto a Bahia faturou R$ 2,5 bilhões, 3% a menos sobre o mesmo trimestre de 2021. O estado respondeu por 3% da produção mineral brasileira no terceiro trimestre.

São Paulo e Mato Grosso obtiveram faturamento de R$ 2,2 bilhões (+20%) e R$ 2,1 bilhões (+25%) na comparação com o mesmo trimestre do último ano. São Paulo tem sua produção focada principalmente em agregados para a construção civil e granito, sendo ainda importante produtor de água mineral e fosfato.

Já o Mato Grosso produz ouro e calcário dolomítico, este muito usado na correção de solos. Os dois estados responderam, cada um, por 3% da produção mineral brasileira.

Em relação às importações, o Brasil gastou US$ 4,8 bilhões para comprar cerca de 9,7 milhões de t no terceiro trimestre de 2022, uma queda de 20,5% sobre o mesmo período de 2021.

As importações que mais cresceram em termos de gastos foram a de carvão mineral (65,1%), potássio (133%), enxofre (112,1%) e rocha fosfática (80,7%). Mas, em toneladas, houve declínio nas compras desses minérios, à exceção do enxofre.

Fonte: IPESI