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Exportações de maior valor para vizinhos crescem

As exportações brasileiras para os países sul-americanos totalizaram um pouco mais de US$ 18 bilhões no primeiro semestre de 2022, alta de 36% sobre o mesmo período do ano passado e de 95% em relação ao primeiro semestre de 2020. Mesmo comparando com 2019, último ano antes da pandemia, as exportações no último semestre para os países vizinhos expandiram-se 47,5%. O levantamento foi feito pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) da Federação das Indústrias de Minas (Fiemg).

Importante destacar que o aumento das exportações se deu em setores de maior valor agregado: destacaram-se as vendas externas de máquinas e equipamentos (alta de 43% sobre 2022), material de transporte (36%), produtos metálicos (35%), têxteis e vestuário (30%), fármacos (19%) e eletroeletrônicos, ótica e precisão (11%).

As commodities representam cerca de 70% das exportações brasileiras para todo o mundo. Essa relação é muito menor nas vendas na América do Sul. Cerca de 25% das vendas são automóveis e peças.

A dependência das commodities deixa o Brasil no banco de passageiros do comércio mundial, já que os preços são determinados pelo oligopólio global que controla os produtos. O Banco Mundial prevê que os preços médios das commodities agrícolas cairão 4,5% em 2023. Em 2022, as cotações deverão acumular alta de 13,4%.

Fonte: Monitor Mercantil

A indústria precisa retomar o protagonismo no PIB brasileiro, afirma presidente da Usiminas

O presidente da Usiminas, Alberto Ono, concedeu entrevista à imprensa regional, por ocasião das celebrações do sexagésimo aniversário do início das operações da empresa em Ipatinga. Além de falar sobre o lançamento do livro “Centro de Memória Usiminas – 60 Anos”, uma das ações em celebração ao aniversário da siderúrgica, o executivo discorreu sobre assuntos variados, como a retomada da importância da participação da indústria na economia brasileira.

A companhia completou seis décadas de operações no dia 26 de outubro e Ono agradeceu a todos que contribuíram com este marco. “A todos que participam direta e indiretamente tanto da criação, da instalação da usina, da sua operação, como funcionários, fornecedores, clientes e comunidade. Nos ajudaram a chegar nesses 60 anos de operação”, celebrou.

No dia 26, Alberto Ono assinou um artigo publicado pelo Diário do Aço sobre o processo de desindustrialização, com uma decrescente participação do setor de transformação na formação do Produto Interno Bruto (PIB), o que classificou como um cenário preocupante, que merece maior atenção de toda a sociedade.

Desafio

Na entrevista à imprensa, quinta-feira (27), o presidente reforçou que essa retomada é um desafio que atualmente tem tido destaque, mas na verdade já vem de algum tempo. Ele recorda que na década de 1980 a indústria de transformação, no geral, tinha participação de 20% no PIB, percentual que agora está abaixo de 10%. Houve um decréscimo na participação da indústria da transformação na economia como um todo.

“Vemos fábricas fechando, montadoras deixando o país. É preocupante, mas o que cabe a nós como setor produtivo é sempre buscar pela competitividade, buscar pelo avanço tecnológico, melhoria das condições de infraestrutura e aí dependemos um pouco do setor público, regulamentação, isso tudo traz a competividade que no fim é o que vai ajudar a gente a voltar ter uma participação maior no PIB do Brasil”, avalia.

Conforme o artigo de Alberto Ono, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que em uma década a indústria fechou cerca de um milhão de vagas de trabalho no país. Segundo o instituto, eram 8,7 milhões de pessoas trabalhando no setor em 2011 e 7,7 milhões em 2020. “A competitividade do setor do aço fora dos muros de suas unidades produtivas, porém, segue atrelada, ainda, às várias urgências como as reformas tributária e administrativa, ao enfrentamento dos problemas logísticos do país e de tantos outros desafios novos e antigos”, reforçou.

Mão de obra

Sobre a contratação de mão de obra para a reforma do alto-forno 3, Ono reitera que tem sido um desafio e que a empresa tem tentado, na medida do possível, buscar um maior contingente de pessoas da região. As inscrições estão abertas e para cadastrar o currículo, os interessados devem enviar o documento para o e-mail [email protected] ou deixá-lo na sala de recrutamento externo da Usiminas Mecânica, na avenida Pero Vaz de Caminha 426, no bairro Bom Retiro, em Ipatinga.

Alberto Ono reconhece que, desde o começo do planejamento da obra já havia o entendimento que seria desafiador arregimentar a mão de obra necessária. “O que falta de contingente vamos trazer de outras regiões do Brasil. Temos trabalhado para que esse contingente de pessoas (8 mil trabalhadores) impacte o mínimo possível na vida das pessoas da região. Para isso estamos conversando com os governos municipais para ter medidas de reduzir impactos no transporte, gente que estará ao redor da usina, que precisará de alimentação, logística. Isso está sendo feito junto com prefeitura, Fiemg e Polícia Militar”, detalha Ono.

O principal objetivo da obra é a reforma do alto-forno 3, que terá início efetivamente no mês de abril do ano que vem e vai até agosto. “Além dessa reforma, vamos fazer uma melhoria na Aciaria 2, vamos fazer uma série de melhoramentos na parte de movimentação de matérias-primas. Aproveitaremos para fazer outras manutenções e melhorias, porque quando o alto-forno está em operação isso não é possível, porque funciona 24 horas por dia, não para. E aproveitaremos esse momento para isso”, conclui.

 

 

Fonte: Diário do Aço

O plano de Lula para a economia, segundo a “Carta para o Brasil do Amanhã”

Tópicos econômicos estão entre os principais itens da “Carta para o Brasil do Amanhã”, um documento com 13 itens e nove páginas divulgado na quinta-feira (27) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência.

O texto dá um detalhamento um pouco maior às propostas na área econômica do que as diretrizes do plano de governo, que foram encaminhadas em agosto para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Veja, a seguir, os principais pontos na área econômica da carta divulgada pela candidatura petista.

Expansão dos investimentos

Uma das primeiras iniciativas prometidas por Lula é o de definir com os governadores dos 26 estados e do Distrito Federal um planejamento para definir obras prioritárias.

“Vamos buscar financiamento e a cooperação – nacional e internacional – para o investimento público e privado, para dinamizar e expandir o mercado interno de consumo, desenvolver o comércio, serviços, agricultura de alimentos e indústria. Vamos investir em serviços públicos e sociais, em infraestrutura econômica e em recursos naturais estratégicos”, informa o documento.

Indução do crescimento

Também é prevista a estruturação de um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com o objetivo de reativar a construção civil e a engenharia pesada, orientando o investimento para setores que atendam a demandas sociais como habitação, transporte e mobilidade urbana, energia, água e saneamento. “É o caminho para iniciar um novo ciclo de crescimento econômico”, aponta o texto.

A Carta para o Brasil do Amanhã também diz que os bancos públicos, especialmente o BNDES, e empresas indutoras do crescimento e inovação tecnológica, como a Petrobras, terão papel fundamental neste processo.

Para as micro, pequenas e médias empresas, o documento fala na criação do programa Empreende Brasil, com juros a créditos baixos.

Nova legislação trabalhista

Lula também defende a construção de uma nova legislação trabalhista, que assegure direitos mínimos – tanto trabalhistas como previdenciários – e salários dignos, assegurando a competitividade e o investimento das empresas.

Para isso, o candidato propõe um “amplo debate tripartite”, envolvendo governo, empresários e trabalhadores. Os objetivos são o de enfrentar o desemprego e a precarização do mundo do trabalho, diz a carta.

Na esfera trabalhista, a carta também destaca um salário mínimo forte, com crescimento, todo ano, acima da inflação.

Novo Bolsa Família

A Carta para o Brasil de Amanhã também prevê a reformulação dos programas de transferência de renda. A intenção é a de criar um novo Bolsa Família, que garantirá R$ 600 como valor permanente (igual ao do Auxílio Brasil), mais R$ 150 para cada criança de até 6 anos de idade.

Renegociação de dívidas

Outra proposta da carta é a criação de um programa para renegociar as dívidas de milhões de famílias que estão inadimplentes, oferecendo grandes descontos e juros baixos. Não há mais detalhes sobre como será executada a proposta.

Revisão da tabela do IR e reforma tributária

O documento também prevê a revisão da tabela do Imposto de Renda. Atualmente, o tributo é cobrado de quem ganha a partir de R$ 1.903,98 mensais. A ideia é elevar o limite para R$ 5 mil, acompanhado de uma reforma tributária.

A carta afirma que o sistema tributário não deve colocar o investimento, a produção e a exportação industrial em situação desfavorável, nem deve penalizar trabalhadores, consumidores e camadas da mais baixa renda.

Reindustrialização do Brasil

O candidato do PT também pretende construir uma estratégia nacional para avançar em direção à economia do conhecimento. A carta cita que “o Brasil não precisa depender da importação de respiradores, fertilizantes, nem diesel e gasolina. Não precisa depender da importação de microprocessadores, satélites e aeronaves”.

E continua: “Nosso país tem potenciais que devem ser impulsionados nas indústrias de software, defesa, telecomunicações e outros setores de novas tecnologias. Nosso país tem vantagens competitivas que devem ser ativadas, especialmente nos complexos econômico-industriais da saúde, do agronegócio e do petróleo e gás”, cita o texto.

Outra proposta defendida por Lula é o início da transição digital, com o objetivo de trazer a indústria brasileira para o século 21. O mecanismo para isso seria uma política industrial que apoia a inovação, estimula a cooperação público-privada, fortalece a ciência e a tecnologia e garante acesso a financiamentos com custos adequados.

“Os segmentos das micro, pequenas e médias empresas, bem como das startups, receberão atenção especial”, aponta o documento.

Agricultura sustentável

A carta faz acenos ao agronegócio. Considerando que o Brasil é um dos mais importantes produtores e exportadores de alimentos do mundo, o documento ressalta que é preciso garantir e ampliar essa vantagem competitiva do país e compatibilizar a produção com a preservação de recursos naturais. “Isso é necessário num mundo que enfrenta a crise climática e exige cada vez mais o consumo de alimentos saudáveis”, diz a carta.

A proposta de Lula prevê os seguintes pontos:

– Investimento forte na Embrapa e no financiamento ao agronegócio, aos pequenos e médios produtores e à agricultura familiar e aos assentamentos;
– Implantar o Plano de Recuperação de Pastagens Degradadas;
– Redução de taxas de juros no Plano Safra, no Pronampe e no Pronaf para produtores comprometidos com critérios ambientais e sociais;
– Estabelecer uma política de preços mínimos para estabilizar os preços dos alimentos e garantir comida na mesa das famílias; e
– Fortalecimento do cooperativismo e a assistência técnica aos pequenos e médios produtores.

Política fiscal

Sem citar uma estratégia fiscal, o documento defende uma política “responsável” para a área, com “regras claras e realistas”, com compromissos plurianuais, que sejam compatíveis com a emergência social que o país vive e com a necessidade de reativar o investimento público e privado “para arrancar o país da estagnação”.

A carta de Lula diz que é possível combinar responsabilidade fiscal, responsabilidade social e desenvolvimento sustentável. Há uma promessa explícita no texto, citando que isto será feito, seguindo as tendências das principais economias do mundo.
Ao novo presidente, a agenda inadiável para o Brasil
O novo governo e o novo Congresso Nacional precisam dar respostas concretas para um país que, embora riquíssimo de recursos de toda ordem, tem um legado social inaceitável

*Por Fersen Lambranho

As eleições de 2022 encerram um processo que começou em 2013, quando a esquerda brasileira perdeu o monopólio das ruas – num ciclo que provavelmente se iniciou no movimento das “Diretas Já” em 1984.

As pautas dos últimos oito anos já não discutiam a democracia, mas questionavam a forma de governança do país. Neste último pleito, o que esteve em debate foi o tipo de governo que desejamos, e até que ponto o conceito de democracia deve avançar para garantir a igualdade de oportunidades para todos, como bem estabelece a Constituição de 1988. A maior lição desta quase década é que, fora da política, não temos salvação.

No momento que este texto está sendo publicado, temos 50% de pessoas felizes e 50% de pessoas frustradas. No entanto, isso é irrelevante porque somos um povo só, que quer o melhor para seu país. Se você vestiu verde e amarelo porque queria expressar o seu patriotismo, se você vestiu vermelho porque acreditava que existem batalhas fundamentais a serem vencidas para que sejamos uma nação justa/democrática, se você vestiu branco (talvez preto) porque não se sentia representado por nenhum dos candidatos, nada disso importa, pois somos um único povo e todos desejamos um futuro melhor para o país que tanto amamos.

Eu tinha “lado”. Cerca de 90% dos brasileiros tinham “lado” consolidado, como nunca aconteceu em eleições passadas. Segundo levantamento do Datafolha de 20 de outubro, 79% dos brasileiros apoiam a democracia como o melhor regime político. Por isso que, de propósito, escrevi esse texto antes de saber quem venceu as eleições.

O presidente que tomará posse, que não é um novato, terá um mandato para gerir o Brasil em benefício de todos os brasileiros, sem exceção. Deveríamos acabar com o termo “apoiadores do presidente”, porque somos todos cidadãos com os mesmos direitos e deveres. O presidente é um servidor público, com obrigações constitucionais, e todos os brasileiros têm o direito de, sem medo, cobrá-lo por isso.

A partir de 1º de janeiro de 2023, temos um encontro marcado com o futuro, e um compromisso de derrubar os muros invisíveis que nos separam. O novo governo e o novo Congresso Nacional precisam dar respostas concretas para um país que, embora riquíssimo de recursos de toda ordem, tem um legado social inaceitável.

Muito se fala da economia em uma campanha política, mas dificilmente se avança em outros temas. No geral, nos últimos 60 anos, em raros momentos não tivemos um economista competente no Ministério da Fazenda ou no Banco Central. A pauta, porém, é muito mais extensa e vai além da gestão da economia que, ao final das contas, é um meio e não o fim.

Nosso maior ativo são os mais 200 milhões de cérebros que precisam de educação básica de qualidade, de modo que possamos estancar um desperdício histórico. Afinal, a educação é a ferramenta de formação do capital humano que abre as portas para a igualdade de oportunidades.

Iniciativas não menos importantes são o aperfeiçoamento do nosso SUS, para aumentarmos mais ainda sua potência, e um sistema de segurança pública que dê ao Estado condições de tirar o Brasil da lista de um dos países mais violentos do planeta. As pessoas precisam se sentir acolhidas, independente do gênero, cor, religião e geografia.

Nosso potencial como economia verde, seja na Amazônia ou nos demais biomas, é nosso segundo maior ativo e pode nos dar um protagonismo global como nunca tivemos. Nossa matriz energética, uma das mais verdes do mundo, pode ainda ser melhor e exportável, qualquer que seja o caminho que a tecnologia tome no futuro.

Nossa vasta população nos permite ter escala para desenvolvermos uma indústria pujante, desde que percamos o vício de não nos abrir para o mundo. Esse mesmo potencial humano nos leva a acreditar que o incentivo radical ao empreendedorismo constitui a maior ferramenta de governo para promoção da inclusão social e do crescimento sustentável.

Nossa posição geopolítica nos obriga a buscarmos um posicionamento altivo/independente sem nos intimidarmos. Precisamos nos conectar ao mundo e suas cadeias produtivas, da forma mais digital possível. Nossa diplomacia precisa olhar o mundo como um campo de interesses econômicos e tornar-se proativa, como fazem países como os Estados Unidos e o Reino Unido, por exemplo.

A começar pelo próprio Estado e governo, temos de pular etapas nessa conexão com o planeta, digitalizando processos e controles, de forma a baratearmos custos e potencializarmos os recursos, sabendo que o mundo já está “figital” (físico-digital) e que não há tempo a perder.

Precisamos ter em mente o sentido de humanidade que nos une e que uma nação se faz de cérebros. Que temos que, em conjunto, acreditar que somos capazes de inovar e que, para tal, necessitamos de “método”. Que o Estado deve atuar como indutor e facilitador de um processo estruturado para alcançarmos os nossos “moonshots”, copiando as experiências bem-sucedidas de outros países. O Brasil precisa atrair talentos e conhecimento para garantir um caldo de cultura que nos ajude no processo de inovação contínua. O Brasil, por conta do seu clima, custos e tamanho, é o país ideal para atrair os “nômades digitais”, que estão construindo uma nova economia.

Esse conjunto de temas está na “Agenda Inadiável”, disponível no e-book do www.derrubandomuros.org tanto para o governo que agora assume, como para a oposição, sempre tão necessária. A “Agenda Inadiável” do Derrubando Muros é uma plataforma aberta para quem quiser cooperar, e ainda carece de outros capítulos, porque esse é um trabalho sem fim.

Essa “Agenda Inadiável” é do Brasil, porque os governos passam, mas o povo estará aí para, em 2026, votar de forma livre e democrática. Espero que, em 2026, a agenda seja menos inadiável e os debates mais focados em propostas para resolvermos o nosso mais importante indicador de desempenho como país, que é o nível grave de pobreza. No fim do dia, em que pesem todas as nossas virtudes, essa pobreza é o que nos define e ainda restringe o pleno exercício da nossa democracia.

*Fersen Lambranho, presidente dos conselhos de administração da GP Investimentos e da G2D Investments

– Com agências de notícias (Gazeta do Povo e Valor)

Fonte: Infomet

Chefes de Estado enviam saudações a Lula, presidente eleito do Brasil

Chefes de Estado enviaram saudações ao presidente eleito Lula (PT) neste domingo, 30. Com 99,31% das urnas apuradas, o petista conquistou 50,86% dos votos contra o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) que obteve 49,14%.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, compartilhou uma postagem do presidente eleito no Twitter, escrevendo: “Lula. Alegria”. Alberto Fernández, presidente da Argentina, também usou o Twitter para parabenizar o petista. “Depois de tantas injustiças que você viveu, o povo do Brasil o elegeu e a democracia triunfou. Sonhos da América Latina”, redigiu o argentino.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, não esperou o resultado oficial da eleição. Às 19h25 quando 95% das urnas tinham sido apuradas, ele disse: “Viva Lula”. Por fim, o presidente da França, Emmanuel Macron, também parabenizou o petista.

“Parabéns, querido Lula, por sua eleição que abre uma nova página na história do Brasil. Juntos, uniremos forças para enfrentar os muitos desafios comuns e renovar o vínculo de amizade entre nossos dois países”, redigiu.

Fonte: Revista Oeste

Qual foi o crescimento das economias do Brasil e de outros países nos últimos anos

As projeções para o crescimento da economia brasileira em 2022 têm melhorado. De abril para cá, as expectativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) passaram de 0,8% para 2,8%, segundo relatório publicado neste mês. O número atual é ligeiramente superior à estimativa oficial do governo federal para o avanço do PIB, hoje em 2,7%. Algo parecido ocorreu com as apostas de economistas no Brasil: segundo a mediana das previsões do mais recente relatório Focus do Banco Central, a expansão estimada para 2022 é de 2,76%. No começo do ano, esperava-se algo próximo de 0,3%, apenas.

De acordo com o FMI, o Brasil crescerá mais que a média das economias avançadas, para as quais a previsão é de uma expansão média de 2,4% neste ano. Porém, outras comparações são desfavoráveis ao país. Se confirmadas as projeções, nossa economia vai avançar menos que a média da América Latina e Caribe (de 3,5%, segundo o FMI), abaixo das economias emergentes (3,7%) e também abaixo da média mundial (3,2%).

O ritmo de crescimento inferior à média global não é fenômeno recente. A última vez que o Brasil avançou acima dela foi em 2010.

Nos últimos quatro anos, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o país cresceu a uma média de 1,1% ao ano, metade da expansão do PIB mundial (2,2% ao ano). Os dados consideram os resultados efetivos de 2019, 2020 e 2021, mais as projeções do FMI para 2022.

Com isso, o Brasil fica na 117.ª posição do ranking mundial de crescimento nesses quatro anos, considerando os 192 países para os quais o Fundo tem dados completos do período.

Entre as 20 maiores economias globais, o Brasil fica na 11.ª posição, à frente das principais economias europeias, mas atrás de emergentes como Turquia, Índia e Indonésia, e de gigantes como China e Estados Unidos.

A tabela abaixo mostra o crescimento médio anual dessas 20 economias entre 2019 e 2022, considerando os resultados efetivos do PIB de 2019, 2020 e 2021 e as projeções mais recentes do FMI para 2022:


 

 

O desempenho do Brasil foi ainda pior nos quatro anos anteriores (2015-18), sob Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), quando nossa economia andou para trás (com retração de 1% ao ano, em média) em meio a um movimento de expansão mundial (3,5% ao ano). Com isso, o Brasil ficou 185.ª posição no ranking do crescimento, dentre 195 países com dados completos. Foi o segundo pior desempenho entre os países da América Latina e Caribe, à frente apenas da Venezuela.

O Brasil também cresceu menos que a média no primeiro mandato de Dilma (2011-14): 2,3% ao ano, contra 3,7% do mundo.

Uma das poucas exceções no passado recente foi o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2007-2010), quando o país cresceu 4,6% anuais, contra 3,5% anuais do mundo. Nos quatro primeiros anos do petista, o PIB brasileiro avançou abaixo do PIB global – as taxas foram de 3,5% e 5%, respectivamente.

O Brasil também perdeu para o índice mundial nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). No governo do tucano, o país cresceu mais que a média do mundo apenas em 1995 e 2002.

O Brasil vem patinando desde a década de 1980. Em um intervalo de 43 anos (que inclui o ano de 1980 e também os dados projetados para 2022), o crescimento anual do PIB brasileiro foi inferior ao mundial em 31 ocasiões, e superior apenas em 12.

Nessas pouco mais de quatro décadas, o Brasil cresceu a uma média de 2,25% ao ano, próxima à de México e Canadá, ante uma expansão média de 3,35% do PIB mundial, o que o coloca na 95.ª posição do ranking de crescimento, em uma lista de 135 países para os quais há dados completos desse período.

Quatro das cinco economias com maior expansão no PIB desde 1980 estão na Ásia. O destaque entre as grandes potências é a China, com um crescimento de 9,05% ao ano, em média. A maior expansão foi da Guiné Equatorial (11,80% ao ano), país da África Central governado por uma ditadura e beneficiado pela extração de petróleo. Só duas economias encolheram no acumulado desses 43 anos: a Líbia (-1,72% ao ano) e a Venezuela (-1,55%).

Os gráficos abaixo mostram o crescimento do PIB do Brasil e de grupos selecionados (mundo, América Latina e Caribe, países emergentes e desenvolvidos), ano a ano, de 1980 a 2022. Os dados até 2021 são os resultados efetivos do PIB, e os de 2022 representam as projeções mais recentes do FMI, de outubro (a reportagem prossegue após os gráficos).

Quais as explicações para o baixo crescimento crônico do Brasil

Samuel Pessôa, pesquisador sênior do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), aponta que o problema de baixo crescimento no longo prazo da economia brasileira é extremamente complexo. “Em jogo, há questões como a falta de reformas, problemas com a qualidade da educação brasileira e fatores institucionais”, diz.

O gerente executivo de economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Sérgio Telles, aponta que, para assegurar um crescimento de longo prazo sustentável, é preciso investir em três frentes:

– aumentar o estoque de capital, por meio de mais investimento;
– aumentar a produtividade da economia, por meio de melhor aproveitamento da mão de obra e do capital investido; e
– expandir o mercado de trabalho.

“O Brasil cresce pouco porque a produtividade não avança”, diz Telles. Os últimos dados disponíveis para a indústria, do segundo trimestre de 2022, mostram que a produção está 6,8% abaixo da média de 2019 e nos mesmos níveis do quarto trimestre de 2015, aponta a CNI.

Problemas estruturais também afetam uma expansão da economia brasileira com maior vigor e de forma mais sustentável, destaca a economista Alessandra Ribeiro, sócia da consultoria Tendências. É o caso da baixa taxa de investimento, que não é suficiente para dar tração ao crescimento. No segundo trimestre deste ano, o investimento produtivo correspondia a 18,7% do PIB, segundo o IBGE. Países da América do Sul como o Chile têm taxas maiores: 21,5%.

Outro problema levantado pelo gerente da CNI, é que o país não está sabendo aproveitar o período do bônus demográfico, em que há mais gente em idade de trabalhar. “É uma época que está passando e o Brasil não ampliou a produtividade e não melhorou seu estoque de capital, por meio de investimento.”

O cenário tornou-se mais complexo nos últimos anos e foi agravado pela recessão que o Brasil enfrentou em 2015 e 2016 e pela pandemia, diz Ribeiro: “A crise demorou, a reconstrução tomou ritmo a partir de 2017 e crescemos um pouco nos anos seguintes até a pandemia.”

Falta de avanço nas reformas dificulta expansão mais forte do PIB

Outro entrave, segundo os especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo é a falta de avanço nas reformas, o que afeta indiretamente a produtividade. É o caso da reforma tributária. Nosso atual sistema de tributos provoca distorções que acabam influenciando as escolhas empresariais. “Essa reforma facilitaria uma melhor alocação dos fatores de produção”, cita Ribeiro.

Um dos exemplos mais claros dos impactos dessa situação, de acordo com Telles, é a indústria da construção civil, que estruturou seu modelo com base na carga tributária: “Aqui no Brasil quase tudo é feito no canteiro de obras. Lá fora é uma atividade mais industrializada, ocorrendo apenas a montagem final no local, com peças pré-prontas para serem usadas na obra.”

Um ponto a favor das maiores economias é que, no geral, elas cobram apenas um tributo sobre a atividade, o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA). “Por aqui, há vários, como o ISS, que incide sobre a atividade; o ICMS, sobre os fornecedores. Isto acaba gerando uma cumulatividade e resíduos tributários”, diz o economista.

Um estudo feito pela CNI em parceria com a LCA Consultores mostra que esse resíduo corresponde a 7,4% do preço líquido de venda, o que acaba afetando na competitividade interna e externa.

Outro problema, citado por Pessôa, é a complexidade do sistema tributário brasileiro, que favorece o litígio. Um termômetro dessa situação é o tamanho dos departamentos tributários nas empresas de médio e grande porte. Outro são as despesas com advogados. “É um dinheiro que, em parte, poderia ser direcionado para inovação, pesquisa e desenvolvimento”, diz o economista.

Reformas já realizadas começam a produzir efeito

Os especialistas apontam que não dá para considerar as reformas como sendo uma “bala de prata” para resolver o problema de baixo crescimento. Mas são unanimes ao afirmar que algumas das reformas já implementadas – como a trabalhista, a previdenciária e as microeconômicas – já começam a se refletir na economia brasileira. “As reformas estão maturando aos poucos. É coisa que leva tempo”, ressalta o pesquisador do Ibre/FGV.

Uma das que já está produzindo resultados, na avaliação deles, é a trabalhista, que saiu do papel em 2017. Um dos reflexos é a redução no contencioso trabalhista. Outro impacto relevante e que foi visível durante a pandemia, segundo o gerente da CNI, foi a flexibilização dos contratos trabalhistas.

A reforma da Previdência também está surtindo efeitos, apontam Pessôa e Ribeiro. Eles avalia que o conjunto de medidas contribuiu, ao lado da melhoria da arrecadação, para a sucessão de desempenhos positivos no resultado primário do setor público consolidado, acumulado em 12 meses, desde novembro do ano passado. “O cenário fiscal seria pior se não houvesse a reforma da Previdência”, diz a sócia da Tendências.

Reformas microeconômicas também estão favorecendo investimentos, destaca Telles, da CNI. É o caso dos marcos legais do saneamento e do gás natural, que devem resultar em obras nos próximos anos.

Mas é preciso mais, afirma Ribeiro. Apesar da Lei de Liberdade Econômica, de 2019, é preciso avançar em reformas que melhorem o ambiente de negócios.

“O Brasil está mal posicionado”, diz ela. No Índice de Liberdade Econômica, da Heritage Foundation, o Brasil ocupa a 133.ª posição. E entre os países da América Latina e do Caribe é o sétimo pior, à frente apenas de Venezuela, Cuba, Bolívia, Suriname, Haiti e Argentina.

Educação afeta a produtividade e inibe crescimento

Um problema que também influi no baixo crescimento brasileiro é a questão educacional, que se reflete nas dificuldades para ampliar a produtividade. Uma pesquisa feita pela FGV mostra que, entre 1995 e 2021, o único setor que teve ganhos consistentes de produtividade foi a agropecuária.

Pessôa aponta que o Brasil tem problemas históricos com a baixa qualidade do ensino. É um atraso que remonta ao século 19 e que ganhou contornos piores com a urbanização a partir de meados do século passado. “O brasileiro migrou do campo para a cidade sem que houvesse uma maior preocupação com a educação de base”, diz.

Outro fator que, em sua avaliação, complicou a questão educacional foi o foco dado durante muito tempo ao ensino superior. O pesquisador diz que a partir da redemocratização, em 1985, o cenário na educação fundamental melhorou. “Não é um problema de investimentos, mas sim de qualidade. Aprende-se pouco.”

A situação foi agravada pela pandemia, que favoreceu a evasão escolar, complementa a sócia da Tendências.

Privilégios também afetam o PIB

A entidade empresarial também reclama que empresas e setores que não são mais produtivos acabam sendo privilegiados. Um termômetro disso, segundo Telles, é a questão tributária. “A indústria, que é o setor mais produtivo, acaba sendo penalizada.”

Outro problema levantado pelo gerente da CNI está relacionado à questão tributária: a guerra fiscal entre as unidades da federação. “Empresas são instaladas em lugares menos eficientes por causa dos incentivos fiscais”, ressalta.

Segundo o professor Fernando de Holanda Barbosa, da Escola Brasileira de Economia e Finanças da FGV (EPGE/FGV), o estado brasileiro está quebrado porque concede muitos privilégios. E, por isso, o Brasil apresenta baixas taxas de crescimento, insuficientes para reduzir as desigualdades sociais.

A importância da questão fiscal

Telles avalia que, com o teto de gastos, o controle fiscal melhorou nos últimos anos. Um dos trunfos obtidos foi a redução do custo de financiamento do Estado. O resultado primário – arrecadação menos despesas totais do governo, excluído o pagamento de juros da dívida – foi de 1,97% do PIB nos 12 meses encerrados em agosto. Ele chegou a ser de -3,04% do PIB nos 12 meses encerrados em setembro de 2016, antes da entrada em vigor do teto de gastos.

Outra contribuição dada pelo teto de gastos foi o aumento na credibilidade em direção a um caminho sustentável para as contas públicas, e a queda na curva futura de juros. “Isto é investimento na veia. Viabiliza novos empreendimentos”, ressalta Ribeiro.

Porém, os riscos fiscais aumentaram recentemente. Boa parte do resultado positivo dos últimos meses pode ser atribuída à recuperação econômica além do esperado, que resultaram em recordes de arrecadação.

“O teto de gastos contribuiu para reduzir as taxas de juro. Mas a quebra do teto [no segundo semestre de 2021, com a mudança de regra promovida pelo governo], contribuiu para uma piora na percepção do risco de investir na economia brasileira”, diz Pessôa, da FGV.

É grande a incerteza sobre o que será feito de 2023 em diante. Tanto Bolsonaro quanto Lula, que disputam o segundo turno das eleições presidenciais, indicaram que pretendem substituir o teto de gastos por algum outro dispositivo.

Fonte: Gazeta do Povo

Preços dos alimentos disparam na Argentina e na Venezuela

Um relatório elaborado pelo Banco Mundial mostra que os preços dos alimentos dispararam na Argentina e na Venezuela. Os dois países ficaram entre as dez nações com a maior inflação nominal para esses produtos ao redor do planeta, conforme os dados do documento. A publicação discorre sobre segurança alimentar no globo.

Na lista elaborada pelo Banco Mundial sobre inflação nos preços dos alimentos, a Venezuela aparece como país com o terceiro maior aumento (109%). No mesmo ranking, a Argentina está na sétima posição (80%). O levantamento leva em conta os valores praticados entre o meses de junho a outubro de 2022, considerando mês com o resultado mais recente.

O Zimbábue aparece com o maior aumento (340%), seguido do Líbano (198%). Logo depois dos venezuelanos, figuram o Sri Lanka (95%) e a Turquia (92%). Abaixo dos argentinos, figuram a Moldávia (38%), Ruanda (35%) e Gana (34%).

No caso do Brasil, o Banco Mundial lista o registro mais recente, em outubro: 13,4%. Desse modo, a inflação dos preços dos alimentos no país foi oito vezes menor que a da Venezuela e seis vezes menos em relação à da Argentina. O relatório alerta, contudo, para o fato de que os valores cobrados por esses itens continuam aumentando no mundo todo.

 

Fonte: Revista Oeste

Governo federal registra o maior superávit nas contas publicas em 12 anos

O Governo Federal fechou setembro com o superávit de R$ 11 bilhões nas contas públicas. É o maior valor para o mês desde 2010, quando o resultado ficou em quase R$ 26 bilhões.

Tesouro Nacional divulgou os dados nesta quinta-feira, 17. É a segunda vez seguida que o Governo Federal registra superávit no mês de setembro. Por 8 anos, entre 2013 e 2020, o mês foi marcado por déficits nas contas públicas. A interrupção do ciclo negativo ocorreu apenas em 2021, com o saldo positivo de 590 milhões.

No acumulado do ano, há o superávit  primário de R$ 33,8 bilhões. É a primeira vez desde 2013 que o resultado de janeiro a setembro fica positivo.

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Ao longo de 2022, o Tesouro Nacional já arrecadou R$ 1,7 trilhão. O montante é 25,8% maior que o valor acumulado entre janeiro e setembro de 2021.

No mês de setembro, a receita do Tesouro Nacional atingiu R$ 177,8 bilhões. Essa é a maior arrecadação para o mês em toda a série histórica, iniciada em 1997. Por outro lado, a despesa bateu R$ 135,5 bilhões — a menor para setembro em 10 anos.

Pela primeira vez no ano, produção mundial de aço registra alta

Após oito meses consecutivos de queda em 2022,  a produção de aço bruto no mundo registrou uma alta de 3,7% no mês de setembro de 2022 em comparação ao mesmo período de 2021, segundo dados da World Steel Association. Foram produzidos 151,7 milhões de toneladas (mt) de aço durante o mês.
O resultado positivo foi puxado pela Ásia que registrou um aumento de 10,6 % com uma produção de 113 mt.

As demais regiões do mundo registraram quedas sendo que as maiores ocorreram na região da Rússia e Ucrânia com queda de -21,9% com produção de 6,7 mt e Europa (países do continente que não fazem parte do bloco da União Europeia) com queda de -18,6% e produção de 3,4 mt.

Entre os países que são os maiores produtores de aço do mundo, a China, número 1 no ranking, registrou uma alta na produção de 17,6% com 87 mt . A Índia, segundo maior produtor de aço no mundo, registrou alta de 1,8% e produção de 9,9 mt. E o Iran, décimo no ranking, registrou alta de 26,7% com 2,7mt.  Já a maiores quedas foram registradas pela Turquia com queda de 19,4%, Alemanha com  -15,4% e produção de 2,8 mt e Coreia do Sul também com queda de -15,4% e produção de 4,6 mt. O Brasil, nono no ranking, registrou queda de – 11,7% e produção de 2,7mt.

Fonte: ABM Notícias

Minério cai para nível mais baixo desde 2020 com demanda fraca

O minério de ferro afundou para o nível mais baixo em mais de dois anos com a piora das perspectivas de demanda global por aço.

Os futuros da matéria-prima siderúrgica em Singapura caíram até 6.2% para US$ 81,20 a tonelada quinta-feira, o menor preço desde maio de 2020, e ficaram em menos da metade do pico de março.

Além do consumo fraco na China por conta da crise imobiliária e das restrições rígidas contra Covid, a demanda mundial também sofre com o aperto monetário e a crise energética na Europa.

“Uma perspectiva econômica sombria e os desafios no mercado imobiliário da China não são um bom presságio para commodities”, disse o Australia & New Zealand Banking Group em nota.

As esperanças de que o recém-concluído congresso do Partido Comunista traria uma flexibilização da política do presidente Xi Jinping para conter a dívida imobiliária se dissiparam. Os estoques de aço do país estão novamente em expansão.

Na Europa, a crise força a imposição de limites de produção às fábricas durante o inverno que se aproxima para garantir energia para o aquecimento dos lares.

Os investidores também estão atentos a sinais de aumento de oferta. O Fortescue Metals Group da Austrália registrou exportações recordes em seu primeiro trimestre fiscal. A brasileira Vale divulga balanço após o fechamento do mercado.

Fonte: Bloomberg News

Lucro de mineradoras e siderúrgicas deve ter queda substancial no 3º trimestre

As mineradoras e siderúrgicas brasileiras devem sentir o impacto da queda de preços do minério de ferro e do aço durante o terceiro trimestre que, somada ao cenário de custos ainda elevados, deve resultar em uma queda substancial no lucro das companhias do setor.

As cotações do minério de ferro recuaram cerca de 25% entre julho e setembro, negociando próximas a US$103 por tonelada nos principais mercados. Segundo analistas consultados pela Mover, o movimento espelhou um cenário de arrefecimento da demanda na China, a maior consumidora de commodities do mundo, que foi negativamente afetada pela continuidade da chamada “política de Covid Zero”.

Em fases mais críticas, tal política levou ao fechamento de cidades com até 20 milhões de habitantes e à consequente redução do consumo de produtos siderúrgicos, cujo minério de ferro é a principal matéria-prima.

No mesmo período, os preços médios de aços planos e longos domésticos caíram 15% e 7% na base sequencial, respectivamente, segundo a Steel Business Briefing, indicando um cenário de menor demanda.

O consenso da Mover, calculado com base em projeções de bancos de investimentos e corretoras, aponta que a Vale deve registrar um lucro ajustado de US$2,66 bilhões no terceiro trimestre, queda de 31% na base anual, com a desaceleração nos preços do minério de ferro ofuscando uma melhora sazonal na produção da mineradora.

Já Gerdau, CSN e Usiminas devem sentir o impacto de menores preços realizados e “ventos contrários” nas linhas de custos, segundo o Santander Investment. “Os balanços devem reforçar nossa visão de que os resultados do setor atingiram o pico no segundo trimestre”, escreveram Rafael Barcellos e Arthur Biscuola, analistas do banco.

“Os custos serão o grande vilão do terceiro trimestre, uma vez que a queda das commodities leva mais tempo para refletir nos balanços das companhias, pressionando as margens neste trimestre de receitas mais moderadas”, disse Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter, em relatório.

De acordo com o consenso da Mover, a Gerdau deve registrar um lucro ajustado de R$3,06 bilhões, queda de 45% na base anual, em linha com o cenário de menores preços e alta de custos no Brasil. No entanto, para Thiago Lofiego, analista do Bradesco BBI, a divisão da Gerdau na América do Norte “deve sustentar as margens em níveis mais altos”.

A Usiminas, por sua vez, possivelmente terá “um trimestre para se esquecer”, disse Lofiego. Além de uma demanda mais fraca no canal de distribuição doméstico e uma queda de 25% nos volumes exportados, o analista prevê uma alta sequencial de 16% no custo-caixa de aço, impactado por preços mais altos de coque e placas.

A expectativa é que o lucro da siderúrgica mineira tombe 89% na base anual, para R$173,3 milhões, conforme calculado pela Mover.

Para a CSN, o consenso Mover prevê um lucro ajustado de R$539,7 milhões, queda de 59% em um ano. Se por um lado a divisão de aço do conglomerado siderúrgico de Benjamin Steinbruch deve enfrentar desafios semelhantes aos das rivais Gerdau e Usiminas, por outro, analistas aguardam uma aceleração do resultado operacional da CSN Cimentos, com a integração de ativos adquiridos da LafargeHolcim.

Já para a CSN Mineração, Carlos de Alba, analista do Morgan Stanley, espera um impacto negativo do recuo nas cotações e vendas do minério de ferro. O consenso da Mover aponta um lucro de R$340 milhões para a divisão, queda de 58% no comparativo anual.

A Vale inicia a temporada de balanços de mineradoras e siderúrgicas, reportando nesta quinta-feira, após o fechamento do mercado. Na manhã de sexta, chega a vez da Usiminas. Em 31 de outubro, reportam CSN e CSN Mineração após o fechamento do mercado. Por fim, na manhã de 9 de novembro, a Gerdau divulga seu balanço do terceiro trimestre.

Fonte: Traders Club