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CSN Mineração registra lucro líquido de R$ 514 mi no 3º trimestre, recuo de 36,1%

A CSN Mineração registrou lucro líquido de R$ 514 milhões no terceiro trimestre de 2022, queda de 36,1% frente os R$ 804 bilhões registrados na comparação com o mesmo período de 2021.

Já o Ebitda ajustado avançou 2% no entre julho e setembro na base anual, chegando a R$ 926 milhões. A margem Ebitda ajustado ficou em 36,9%, 4,2 pontos porcentuais abaixo do registrado um ano antes.

No terceiro trimestre deste ano, a receita líquida ajustada totalizou R$ 2,509 bilhões, 10% inferior à registrada ante igual intervalo de 2021, quando registrou R$ 2,783 bilhões.

Já o resultado financeiro ficou positivo em R$ 63,1 milhões no terceiro trimestre deste ano, ante os R$ 138 milhões de um ano antes.

Ao final de setembro de 2022, a CSN Mineração possuía um caixa de R$ 9,7 bilhões e caixa líquido de R$ 1,2 bilhão, uma retração de aproximadamente R$ 550 milhões em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Por sua vez, o indicador de alavancagem medido pela relação dívida líquida/Ebitda ficou negativo em -0,23x.

Fonte: CGN

Nota do IABr sobre decisão do governo dos EUA de não renovar medidas de restrição a importações de aço

Em relação ao fim de parte das restrições à entrada do aço laminado brasileiro nos Estados Unidos, o Instituto Aço Brasil ressalta a importância do apoio do governo brasileiro pela derrubada dessas barreiras e considera a iniciativa um relevante movimento no sentido de permitir a retomada desse mercado.

A decisão, representada pela não renovação das medidas AD/CVD (Antidumping and Countervailing Duties), que haviam sido impostas pela Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (USITC, na sigla em inglês) em outubro de 2016, beneficia especificamente as exportações de laminados planos a quente aos EUA. Iniciativa semelhante já havia favorecido as vendas de laminados a frio ao mesmo mercado, em julho.

O acesso ao mercado americano, no entanto, ainda impõe forte restrição às exportações brasileiras desses produtos. Isso porque persistem os limites criados pelas cotas anuais previstas na Seção 232 (mecanismo de defesa do mercado dos EUA quando entendem existir risco à segurança nacional), de 130 mil toneladas, sendo 108,5 mil toneladas de bobinas laminadas a quente e 21,6 mil toneladas de bobinas grossas. Tais limites são considerados baixos em comparação aos níveis historicamente praticados, uma vez que, para seu estabelecimento, foram realizados, pelo governo americano, cálculos de médias de exportação que consideraram períodos nos quais já vigoravam medidas restritivas.

Assessoria de Imprensa do Instituto Aço Brasil
Samantha Lima
(21) 99715-7749

Fonte: IABr – Instituto Aço Brasil

Evolução macroeconômica do setor extrativo mineral brasileiro no período 2018-2021

Por Geraldo Góes, Mônica Monnerat Tardin Bastos, José Antônio SenaLigia Henriques Begot, Daniel Monte Cardoso, Cinthia de Paiva Rodrigues, Ana Elizabeth Neirão Reymão, Patrícia da Silva Pego, Alexandre Henrique Rene de Almeida Sussuarana e Fernando Ferreira de Castro

O objetivo desta Nota Técnica é apresentar os principais resultados macroeconômicos alcançados pelo setor extrativo mineral no período de 2018 a 2021, que envolveu o biênio pré-pandêmico e, em seguida, o da pandemia da Covid-19, seja pelas iniciativas tomadas no país como pela reação do mercado ao cenário econômico e geopolítico internacional frente à demanda e aos preços das commodities minerais. Apesar dos desafios que a pandemia do novo coronavírus impôs à indústria da mineração, em 2021 foram praticamente mantidos os níveis de produção mineral que o país e o mundo demandavam.

Durante o período analisado, o minério de ferro, cobre, ouro, alumínio, manganês e nióbio foram responsáveis por quase a totalidade das exportações minerais brasileiras, algo em torno de 94,7%. Portanto, essas substâncias minerais foram selecionadas para a elaboração desta Nota Técnica devida à sua expressiva participação no comércio externo brasileiro entre 2018 e 2021. Na evolução da produção física comercializada dos bens minerais selecionados observou-se que: i) o minério de ferro apresentou queda entre 2018 e 2020, retomando a trajetória de crescimento em 2021; ii) o minério de ouro tanto quanto o de alumínio (bauxita) apresentaram crescimento de produção desde 2019; iii) os minérios de manganês e cobre sofreram diminuição da produção comercializada desde 2019 e; iv) o minério de ferronióbio teve queda de produção em 2020 em decorrência da pandemia de Covid-19, com retomada em 2021.

Em relação à arrecadação da CFEM no período, dos minerais selecionados, apenas o minério de manganês teve contínua queda. E, quanto ao mercado de trabalho no setor, observou-se que o mesmo não acompanhou o mercado brasileiro, pois durante o período analisado, o setor extrativo mineral continuou a gerar empregos. Tal fato pode estar relacionado à sensibilidade do setor extrativo mineral brasileiro em relação às mudanças geopolíticas e econômicas mundiais, frente ao quadro geral de empregos no país.

– Acesse o texto completo

Fonte: IPEA

Minério cai 17% em outubro e tem menor preço em três anos

A fraqueza do mercado imobiliário na China, a piora das margens das siderúrgicas locais e sinais renovados de que Pequim não abrirá mão tão cedo da rigorosa política de “covid zero” levaram o minério de ferro a registrar 17% desvalorização em outubro, tocando o menor nível em três anos.

No ano, as perdas já superam 33% e, na avaliação de analistas, a demanda “sem brilho”, num momento de oferta sazonalmente mais forte, seguirá pressionando os preços da principal matéria-prima do aço. A China é a maior produtora de aço bruto no mundo.

Na segunda-feira (31), no norte do país asiático, o minério com teor de 62% de ferro recuou 2,5% frente ao preço de sexta-feira, para US$ 79,50 por tonelada, segundo índice Platts, da S&P Global Commodity Insights.

“A China deve seguir se movendo lentamente ao menos pelos próximos seis meses, uma vez que o impulso via crédito não foi estimulante e a política de covid zero deve ser mantida nesse período”, escreveram os analistas do Citi em relatório sobre commodities.

A expectativa do banco é que Pequim comece a flexibilizar as medidas contra a covid-19 a partir do segundo trimestre. “Isso, combinado à mudança na postura do Fed [em relação à política monetária], sustenta a nossa percepção de potencial recuperação dos preços dos metais no segundo semestre de 2023”, aponta o relatório.

Em outubro, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial medido pelo governo chinês caiu a 49,2, indicando contração da atividade e abaixo das expectativas de mercado. No setor siderúrgico, o desempenho foi ainda pior, com índice de 44,3.

Com a correção que se acentuou a partir da semana passada, os preços do minério de ferro no mercado transoceânico voltaram aos níveis de novembro de 2019. Desde o pico de US$ 162,75 por tonelada alcançado em março deste ano, as perdas acumuladas chegam a 51%.

Na avaliação do analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, a redução de US$ 16,45 por tonelada no preço do longo de outubro se deve a alguns fatores já conhecidos do mercado: a demanda não vai bem, o setor de propriedades na China não reage apesar dos estímulos e, mais recentemente, a produção de aço nas usinas chinesas vem caindo sequencialmente.

“Do lado da oferta, o segundo semestre é sazonalmente mais forte. No primeiro trimestre, as condições climáticas são desfavoráveis tanto no Brasil quanto na Austrália, mas isso se reverte na segunda metade do ano”, afirma.

Além disso, segue o analista, parecia haver entre participantes de mercado alguma expectativa de que a China pudesse dar algum sinal de flexibilização da política de “covid zero”, após o 20º Congresso do Partido Comunista Chinês, que se encerrou há cerca de dez dias. A mensagem não veio e nova rodada de restrições sanitárias foi adotada em regiões importantes, como Zhengzhou, o que traz preocupações com a dinâmica de crescimento no fim deste ano e no início de 2023”, observa Sasson.

Na Bolsa de Commodity de Dalian (DCE), os contratos mais negociados, para entrega em janeiro, caíram 3,2% ontem, a 612 yuan (US$ 84,30) por tonelada.

Fonte: Valor Econômico

CSN: lucro líquido cai 35,5% e soma R$ 238 milhões no 3º trimestre

A Companhia Siderúrgica Nacional CSN (CSNA3)) registrou lucro líquido de R$ 238 milhões no terceiro trimestre de 2022, queda de 35,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em seu relatório de resultados, a companhia informa que o recuo se deu em função do menor desempenho operacional verificado no período em razão da queda nos preços internacionais, que acabou por compensar as menores despesas financeiras apresentadas no período.

O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 2,714 bilhões, queda de 37% na comparação com igual intervalo de 2021 e de 17% na comparação com o segundo trimestre deste ano.

A margem foi de 23,9%, o que representa uma contração de 5,7 pontos porcentuais em relação ao trimestre imediatamente anterior.

A receita líquida ficou em R$ 10,897 bilhões, alta de 6% em um ano e de 3% em relação ao segundo trimestre de 2022.

Ainda segundo a CSN, esse resultado é reflexo da maior atividade comercial e aumento no volume de vendas dos principais segmentos da empresa, mas parcialmente compensado pelos menores preços registrados para minério de ferro e produtos siderúrgicos.

A siderúrgica ainda anunciou que atualizou o seu guidance para o capex consolidado da companhia de R$ 4,1 bilhões para R$ 3 bilhões em 2022. A companhia também substituiu a projeção de alavancagem, medida pelo indicador dívida líquida/Ebitda ajustado, de 1x em 2022 para um patamar entre 1,75x e 1,95x entre os balanços anuais de 2022 e 2023.

A CSN também informou que projeta produzir um volume total de minério de ferro mais compras de terceiros de 34 mil quilotoneladas no fechamento de 2022, destacando que as informações divulgadas “representam estimativa” e “envolvem fatores de mercado alheios ao controle da companhia”.

“Portanto, não constituem promessa de desempenho por parte da companhia e/ou de seus administradores e, dessa forma, podem sofrer novas alterações”, pontuou a CSN.

Fonte: Infomoney

CSN investe para substituir aço oriundo da China

A Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) quer ocupar um mercado de aço de alto valor agregado que é atualmente atendido por material importado, a quase totalidade da China. Esse tipo de aço, qualificado como pré-pintado, é usado na fabricação de bens de linha branca, como geladeiras, freezers, máquinas de lavar e outros, e na construção civil como painéis de revestimento em fachadas de edifícios.

A empresa prepara um investimento estimado entre R$ 350 milhões e R$ 400 milhões para montar uma unidade de produção no Brasil, em local a ser definido ainda este mês ou até final do ano. A siderúrgica adquiriu, na Coreia do Sul, uma instalação completa de pintura das chapas, que terá capacidade anual de fazer 160 mil toneladas, informou ao Valor o diretor-executivo comercial da CSN, Luis Fernando Martinez.

Segundo o executivo, a instalação de pintura, com tecnologia japonesa da fabricante Chugai-ro, pertencia à siderúrgica sul-coreana Hyundai Steel e estava paralisada desde setembro de 2020. Já se encontra na fase de desmontagem e começa a ser embarcada para o Brasil ainda neste mês.

“A gente estava analisando esse projeto há algum tempo, visando agregar valor ao aço zincado da CSN”, afirma o executivo. Para fazer o pré-pintado a empresa utiliza bobinas de aço zincado de própria fabricação.

Martinez disse que há alguns potenciais sites onde a instalação será montada – Araucária (PR), onde já tem operações; Volta Redonda (RJ), junto à usina de produção de aço da CSN; em algum lugar do Estado de São Paulo ou mesmo em um site no Nordeste. Todas essas possibilidades, com mais ou menores chances, dependem de negociações de obtenção de incentivos, além da questão logística e pessoal capacitado.

A previsão da CSN é fazer o início de operação dessa unidade industrial no máximo em 18 meses, buscando acelerar a construção e iniciar vendas ao mercado no primeiro trimestre de 2024. Araucária e Volta Redonda têm a vantagem de já disporem de infraestrutura pronta. “Isso agiliza”, diz.

O executivo informa que o Brasil, no ano passado, importou 165 mil toneladas de bobinas de aço pré-pintado. “A princípio, queremos ocupar esse espaço, substituindo importações”, diz. Quase 95% do material é oriundo da China, com desembarques em portos de Santa Catarina. São Francisco do Sul, Imbituba e Itajaí respondem por quase 91%, conforme dados de importadores.

No Brasil, a CSN é a única fabricante de aço pré-pintado, com uma instalação de laminação em Araucária. Tem uma capacidade instalada de 120 mil toneladas ao ano. “Estamos operando no máximo da capacidade”, afirma Martinez, destacando que é um mercado em franca expansão.

O mercado brasileiro desse tipo de aço movimentou de 259 mil toneladas no ano passado, segundo dados do Instituto Aço Brasil e Ministério da Economia. Desse volume, 156,8 mil toneladas foram absorvidas pelo setor da construção civil e 45,1 mil na fabricação de utilidades domésticas e comerciais. Bens de capital, com destaque para bens eletroeletrônicos, respondeu por 33,2 mil toneladas. Automotivo, quarto maior mercado, teve um volume de 11,6 mil toneladas.

Entre os usuários de material pré-pintado no país, apurou o Valor, destacam-se empresas como Whirlpool, Panasonic, Metalfrio, Kingspan (painéis), Metalúrgica Barra do Piraí, Marko (telhas), Imbera, Panatlântica, Facchini (furgões), J. Paulatti, Fiat, Elevadores Atlas e Frigelar, dentre outras.

As importações no país tiveram um crescimento continuo nos últimos cinco anos: saiu de 73 mil toneladas em 2017, para 95 mil no ano seguinte, indo a 119 mil em 2020 e atingindo 165 mil no ano passado, conforme dados oficiais.

O diretor da CSN informa que vêm crescendo as aplicações de chapas pré-pintadas em vários setores, muitos dos quais não consegue atender. Ele menciona, por exemplo, implementos rodoviários, fabricação de furgões (que utiliza muito o concorrente alumínio), fachadas de edifícios que imitam madeira e muitas outras aplicações em arquitetura.

Segundo Martinez, no site de Araucária a CSN entrega o material aos clientes já cortado no formato pedido, pintado e embalado com filme plástico. Pronto para entrar na linha de produção. “Teremos condições, com a nova linha – que vai aumentar ainda a qualidade – de substituir o chamado aço pós-pintado [pintura feita no site do cliente ou prestador de serviço] com pré-pintado. Mais um mercado”, afirma o executivo. “Dos importados, chega muito material que não atende qualidade”, diz.

Fonte: Valor Econômico

Cenário para emprego é melhor no Brasil, diz OIT

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva assumirá seu mandato em janeiro em meio a perspectivas ainda positivas no mercado de trabalho no país comparado à piora na média global, de acordo com estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Globalmente, o número de ofertas de emprego deverá se reduzir e o crescimento das vagas de trabalho deverão se deteriorar sensivelmente no último trimestre deste ano, apontam os cálculos da OIT.

O desemprego e as desigualdades deverão aumentar por causa de múltiplas crises econômicas e políticas que a ameaçam a retomada do mercado de trabalho através do mundo, diz o “Observatório da OIT sobre o mundo do trabalho”.

Segundo as estimativas da OIT, neste terceiro trimestre o número de horas trabalhadas foi 1,5% menor na comparação com seu nível no quarto trimestre de 2019, antes da pandemia de covid-19. Isso equivale a um déficit de 40 milhões de empregos a pleno tempo.

Os efeitos das crises se fazem sentir pelo meio da inflação de preços dos alimentos e da energia, baixa real de salários, aumento de desigualdades, redução das opções de políticas e por um endividamento mais elevado nos países em desenvolvimento, nota a OIT.

Mas há diferenças importantes entre as regiões do mundo. As Américas constituem a região com melhor desemprego em termos de emprego em 2022, com horas trabalhadas que superam o nível de antes da crise de covid-19.

Fonte: Valor Econômico

Na economia, Lula terá que enfrentar dependência da China

Nos últimos dois anos, a cada R$ 10 que o Brasil por exportações, mais de R$ 3 vieram da China. É o patamar mais alto da história. Essa dependência brasileira da demanda chinesa será um dos principais desafios de Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato, a partir do ano que vem.

Neste mês, durante o vigésimo Congresso do Partido Comunista, o presidente da China, Xi Jinping, deixou claro que o vai manter o pé no freio em relação ao crescimento econômico. O movimento tem tudo para atingir em cheio a economia brasileira, já que reduz a importação de produtos brasileiros.

O líder comunista garantiu que vai manter sua política de Covid zero, que tem gerado a oscilação no funcionamento de comércios, portos e serviços em cidades inteiras, sendo apontada como uma das grandes responsáveis pela queda da atividade econômica.

“Colocamos a vida das pessoas acima de tudo”, disse, sem dar nenhum sinal de afrouxamento na testagem em massa obrigatória, na vigilância constante, nas quarentenas forçadas e na decretação de lockdowns regionais.

Buscar formas de reduzir o impacto disso nas contas brasileiras é essencial para quem ocupar a presidência nos próximos anos, tendo em vista que a exportação de matérias primas segue como o carro chefe da nossa economia.

O programa de governo do petista eleito neste domingo (30/10) não faz uma menção sequer à China, bem como o do seu adversário, derrotado, o atual presidente Jair Messias Bolsonaro.

Apesar de Bolsonaro ter alfinetado o principal parceiro comercial do Brasil, chegando a insinuar que a Covid-19 seria parte de uma guerra biológica, desde que ele assumiu o cargo, a participação da China no rol de importadores de produtos brasileiros aumentou mais de 15%.

Se hoje estamos no maior patamar da história, foi durante o mandato do ex-presidente Lula que a China teve o maior aumento percentual de sua participação nas exportações brasileiras.

Em oito anos de governo Lula, as exportações para a China passaram de 3,2% para 13,4% do total recebido pelo Brasil.

Os Estados Unidos, que hoje são o segundo maior comprador de produtos brasileiros, viram sua participação minguar na distribuição de produtos brasileiros enquanto a da China crescia.

Nos últimos 20 anos, as posições dos EUA e do gigante asiático no mapa de destino das nossas exportações praticamente se inverteram. Em 2021, os americanos responderam por 11,2% das exportações do Brasil.

A cada 10 toneladas de minério exportadas no ano passado, 6,5 foram para a China. A cada 100 barris de petróleo, 47 seguiram o mesmo destino.

Esse tipo de relação define inclusive o rumo da Bolsa de Valores, definido em grande parte pelas ações da Petrobras e da Vale, exportadoras de petróleo e minério de ferro, que têm a China como seu principal mercado.

A Vale é a empresa com maior representação no Ibovespa, sendo suas ações (VALE3) responsáveis por 14,8% do índice. Os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) respondem por outros 12,4%.

Fonte: Monitor do Mercado

Os nomes cotados para a Petrobras e o BNDES no governo Lula

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa a discutir a composição da equipe econômica e do comando das empresas estatais, como Petrobras e BNDES. O nome mais cotado hoje para assumir o comando da Petrobras é o senador Jean Paul Prates (PT-RN), enquanto o economista Gabriel Galípolo ganha força para o banco público. As duas posições são chave para sua tentativa de aumentar investimentos e gerar emprego rapidamente. Enquanto isso, diversos nomes aparecem na bolsa de apostas para a equipe econômica.

Especialista no setor, Prates foi um dos principais interlocutores de Lula para energia durante a campanha presidencial. Ao longo da campanha, ele fez mais de 30 encontros, mais da metade deles no segundo turno, em São Paulo e no Rio Janeiro, com mais de uma centena de agentes de mercado, analistas e gestores de fundos.

Coube ao senador acalmar o mercado financeiro sobre as políticas que Lula pretende adotar na empresa. O interlocutor de Lula garantiu a esses agentes que o petista não tomaria decisões sem ouvir as pessoas, garantindo que a Petrobras sob o PT iria compor soluções, sem atacar acionistas privados.

Nessas conversas, Paul tem reforçado que a estatal deve se aproximar especialmente do acionista conservador, como fundos de pensão, investimento e fundos soberanos, para traçar objetivos de médio e longo prazo.

Ele também defende ampliar a capacidade de produção de derivados do país, fazer parcerias com os setor privado para ampliar a atuação da estatal e transformar a companhia em uma empresa de energia, não só de petróleo — ele cita, por exemplo, a possibilidade de a empresa passar a produzir energia eólica no mar, chamada de offshore, diante da expertise da empresa nos oceanos.

Prates também descartou qualquer reestatização durante um governo Lula, e defende que a empresa fique mais “próxima” ao consumidor final. Na lista de ativos que a estatal vendeu está a BR Distribuidora, que mudou o nome para Vibra, além de refinarias e campos de exploração.

Novo papel do BNDES
Para o BNDES, um nome discutido no entorno de Lula é do economista Gabriel Galípolo, escalado durante a campanha para ajudar na interlocução com o mercado financeiro e empresários.

Tendo presidido o Banco Fator até 2021, Galípolo, hoje com 39 anos, é professor da UFRJ, pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e conselheiro da Fiesp.

Durante a campanha, ele atuou principalmente na análise das concessões e parcerias público privadas, além de defender a criação de garantias soberanas para investimentos privados em infraestrutura. Esse perfil combina com o que Lula espera para o banco público.

Lula quer que o BNDES volte a ter espaço como instrumento de indução do investimento pelas empresas e no financiamento de longo prazo de projetos. O discurso é que o foco estará nas micro, pequenas e médias empresas.

O PT entende que banco possui “papel decisivo” no âmbito da política industrial, do financiamento à inovação, da transição ecológica, do empreendedorismo, cooperativismo e na estratégia de inserção internacional das empresas brasileiras.

As garantias soberanas propostas por Galípolo permitem que o banco atue como garantidor do setor privado na tomada de empréstimos no exterior. Dessa forma, se amplia o investimento com menor comprometimento do balanço do banco e do orçamento público, que podem se voltar para o apoio às micro e pequenas empresas, além de temas como inovação e transição ecológica.

Como será a equipe econômica
A grande dúvida sobre Lula continua sendo a composição do Ministério da Economia. Hoje, a tendência é de um político assumir o cargo, que deve voltar a ser chamado de Ministério da Fazenda.

Na bolsa de apostas, estão nomes como o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), do ex-governador do Piauí e do senador eleito Wellington Dias, que é bastante próximo a Lula. Também estão na lista o governador da Bahia, Rui Costa e Fernando Haddad, derrotado na eleição para o governo de São Paulo.

Nos últimos dias, o ex-ministro Henrique Meirelles alinhou o seu discurso a Lula e passou a entrar na bolsa de apostas para o cargo — ele foi presidente do Banco Central durante os dois mandatos de Lula, entre 2003 e 2010.

Outro nome que pode fazer parte da equipe econômica é o do atual secretário de Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI). Embora faça parte da equipe de Rodrigo Garcia (PSDB), que trabalhou para a eleição de Jair Bolsonaro, Salto declarou voto em Lula ainda no primeiro turno.

Como o GLOBO mostrou, coordenadores da campanha e aliados de Lula estimam uma participação ativa de economistas liberais na transição de governo e mesmo na Esplanada dos Ministérios. Nas articulações da reta final do segundo turno, Lula enfatizou que seu governo não será gerido apenas pelo PT.

Fonte: O Globo

Economia de baixo carbono e retomada do crescimento são desafios do novo governo

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumirá o governo em 1º janeiro de 2023 com o desafio de acelerar o crescimento do país, promover a transição para uma economia de baixo carbono e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, os próximos quatro anos exigem união e diálogo entre setores público e privado e a sociedade para a necessária construção de uma política industrial moderna, pautada nos investimentos em inovação e tecnologia e na agenda do clima. Além disso, o presidente eleito precisa acelerar a agenda de reformas, principalmente, a de tributos.

“Muitos dos problemas econômicos e sociais são antigos. Seus diagnósticos e soluções já foram exaustivamente discutidos. Precisamos, agora, concentrar esforços no enfrentamento dessas questões. Por isso, seguindo o exemplo dos países mais desenvolvidos, defendemos a adoção de uma visão de país de longo prazo, que tenha como objetivos centrais a inovação, os ganhos de produtividade e a maior inserção da economia brasileira no concorrido mercado internacional”, afirma o presidente Robson Andrade.

O caminho para um país forte, dinâmico e inovador está mapeado nos 21 documentos entregues à campanha do presidente eleito, que foram construídos a partir de sugestões de empresários e de representantes das federações estaduais e das associações nacionais setoriais da indústria.

As ações estão focadas na aprovação da reforma tributária sobre o consumo, bastante discutida na sociedade e no Congresso Nacional, para a criação de um sistema tributário eficiente e que estimule os investimentos produtivos e a criação de empregos.

Desafios na agenda de inovação e sustentabilidade

Além da solução para os obstáculos que há muitos anos dificultam o crescimento mais vigoroso da economia, o Brasil precisa se preparar para aproveitar as oportunidades abertas pela Indústria 4.0 e pela descarbonização da economia, duas revoluções que estão transformando as vidas dos brasileiros e vão determinar o futuro das empresas e o progresso das nações.

Os investimentos em pesquisa e inovação também são fundamentais para o país reduzir as emissões de gases de efeito estufa e ocupar uma posição de maior destaque no esforço global para conter o aquecimento do planeta. A indústria, que atualmente responde por quase 70% dos investimentos empresariais em pesquisa e desenvolvimento, é essencial para o país se beneficiar das mudanças trazidas pela digitalização das atividades e pela revolução verde.

“A agenda do clima é ampla e oferece possibilidades de negócios admiráveis em diversas áreas. Entretanto, exige novas tecnologias e a adoção de políticas apropriadas para a produção de energias renováveis e para o uso sustentável da nossa rica biodiversidade”, ponderou Robson Andrade.

Educação básica e ensino profissional para o futuro do trabalho

A revolução tecnológica que está em curso demanda um sistema educacional mais conectado com a era do conhecimento, assim, há desafios da educação e da formação profissional e técnica dos trabalhadores. Por isso, o novo governo deve dar prioridade à melhoria da qualidade da educação básica e oferecer aos jovens oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, para que se prepararem adequadamente para atender às exigências de um mercado de trabalho em constante transformação.

A retomada do crescimento e o aumento da produtividade exigem um sistema educacional que ofereça oportunidades a todos e esteja sintonizado com os avanços da sociedade, da ciência e da tecnologia. Sem isso, não serão ofertados aos estudantes as competências e as habilidades exigidas pela economia contemporânea que está delineando o trabalho do futuro.

Mais investimentos e melhora na qualidade da infraestrutura

Outro problema histórico do Brasil é a infraestrutura deficiente. Mesmo com os avanços alcançados com as concessões e as privatizações, ainda há muito a ser feito para adequar essa área às necessidades das empresas e da população. Entre as ações indispensáveis para ampliar e modernizar a infraestrutura, está a adoção de medidas regulatórias efetivas para promover a competição no mercado de gás natural, de combustíveis e de energia elétrica, e ampliar os investimentos em sistemas eficientes de transportes.

O Brasil precisa aumentar os investimentos em transportes em, pelo menos, três vezes para eliminar os gargalos que impedem o país de ser competitivo e tornar sua logística adequada para o escoamento interno de cargas, bem como para as exportações e importações. Atualmente, o país investe em infraestrutura de transportes apenas 0,65% do Produto Interno Bruto (PIB). O patamar ideal para modernizar a logística de transporte do país seria de 2% do PIB.

“Nossa expectativa é diálogo entre todos os setores da sociedade com o governo eleito. Estou convicto de que, com a interlocução aberta e democrática entre a iniciativa privada e o setor público, poderemos fazer as mudanças de que o Brasil tanto necessita para ter um futuro mais próspero, ambientalmente equilibrado e socialmente justo”, afirma Robson Andrade.

Fonte: CNI