Arquivo da categoria: Sem categoria

Entrevista com Jorge Gerdau: ‘governo federal precisa dar mais apoio ao RS’

O empresário gaúcho Jorge Gerdau Johannpeter, membro da família controladora do Grupo Gerdau, gigante do ramo do aço brasileiro, palestrou no evento Tá Na Mesa, promovido pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) nesta quarta-feira (24), em painel sobre os 200 anos da imigração alemã no Estado.

Em entrevista coletiva, antes do debate, afirmou que, neste momento de retomada econômica depois das cheias de maio, que devastaram o Rio Grande do Sul, o apoio do governo federal deveria ser proporcional ao tamanho da contribuição histórica do Estado para o crescimento do País.

“Eu acho que o projeto de retomada do Rio Grande do Sul deveria receber apoio do governo federal no mesmo tamanho que, historicamente, o Estado contribuiu para o crescimento do Brasil”, disse Gerdau. “É preciso receber mais apoio financeiro do governo federal”, completou.

O empresário, que tem família de origem germânica, também falou sobre a influência alemã, que completa 200 anos de imigração no Rio Grande do Sul. Gerdau ainda analisou o cenário da indústria do aço no Brasil. Ele respondeu aos questionamentos da reportagem do Jornal do Comércio e de outros jornalistas, que participaram da coletiva. 

Jornal do Comércio – Quais os legados da cultura alemã no Rio Grande do Sul passados 200 anos das primeiras imigrações?

Jorge Gerdau Johannpeter – Este é fenômeno interessante, a cultura portuguesa e, por consequência, o Brasil, tem uma capacidade de absorção da cultura dos povos. Essa integração cultural nos trouxe condições fantásticas de desenvolvimento. A influencia alemã é de disciplina, poupança, trabalho. No esporte, na educação e na cultura, vemos o dedo dessa imigração. A própria Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), assim como a Sogipa (Sociedade de Ginástica de Porto Alegre), teve influência germânica. No Rio Grande do Sul, somos muito privilegiados.

JC – O Rio Grande do Sul tem enfrentado momentos difíceis depois da enchente. A Gerdau avalia novos investimentos no Estado?

Gerdau – Recentemente terminamos um investimento de R$ 200 milhões (na unidade de Sapucaia do Sul), essencialmente no aspecto de  modernização da empresa. Nós trabalhamos com usinas regionais que reciclam sucatas. Temos usinas em vários locais do Brasil. E temos a maior usina em Minas Gerais, onde trabalhamos com minério e produzimos o aço. Metade do aço produzido no Brasil é de lá. Nós abrimos capital muito cedo, isso nos possibilitou crescimento significativo no Brasil e no mundo.

JC – Como empresário gaúcho, o que considera necessário para a retomada econômica após as cheias?

Gerdau – Eu diria que ainda não temos uma visão clara dessa catástrofe. Tem cidades que perderam 80% de toda sua estrutura. A capacidade financeira do Rio Grande do Sul está prejudicada há anos. É preciso receber mais apoio financeiro do governo federal. Na minha visão, esse trabalho precisa de mais mobilização em diversas frentes, como habitação, realocação de empresas. Em Porto Alegre, existe proteção contra cheias, mas em algumas cidades não há nenhuma estrutura. São investimentos enormes. É preciso uma concentração de esforços de todos. Nós temos um desafio de anos, mas a sociedade está se mobilizando.

JC – Como fazer isso?

Gerdau – Eu acho que o projeto de retomada do Rio Grande do Sul deveria receber apoio do governo federal no mesmo tamanho que, historicamente, o Estado contribuiu para o crescimento do Brasil. Deveríamos criar modelos parecidos com os da pandemia, em que recursos federais puderam ser aplicados aqui. O Rio Grande do Sul recebe de volta 30% do que recolhe para a União. Outros estados recebem acima de 45% ou 50%. O nordeste recebe mais do que arrecada. Eu acredito que deveríamos ter mais retorno nesse momento de calamidade. Eu acho que deveríamos receber de volta uns 60%, ou 70% do que recolhemos para a União. Isso ficaria num fundo para reconstrução. O Sul fez com que o Brasil, que era deficitário na balança comercial, se tornasse superavitário, então, é um reconhecimento. É preciso alguma medida nesse sentido. Isso é um processo político. Temos que nos harmonizar. Temos que unir a representação estadual e federal, com os sindicatos e o setor empresarial. Temos que unir forças, porque é uma reivindicação justa. Não tem cabimento sermos o segundo maior contribuinte na escala federal sendo que estamos precisando desses recursos aqui.

JC – Qual o cenário para a indústria do aço brasileira em 2024?

Gerdau – A condição siderúrgica do Brasil é moderna e competitiva, mas sofremos com os problemas estruturais  que todos os segmentos sofrem. Temos o maior índice de cumulatividade tributária do mundo. A reforma que estamos começando vai levar anos para funcionar. Energia, por exemplo, é um fator de competitividade, mas temos aqui um fator de cumulatividade, encargos de energia que não existem em outros locais, que oneram produtor e consumidor. O Brasil em termos de modernidade estrutural está atrasado. A capacidade do trabalhador brasileiro é fantástica, a produtividade interna é boa, mas o sistema tributário gerencial é medieval.

Fonte: Jornal do Comércio

Confiança dos empresários industriais do Sudeste caiu em julho, aponta CNI

Empresários industriais do Sudeste relataram baixa confiança em julho, segundo os Resultados Setoriais do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o indicador da região caiu de 50,5 pontos para 49 pontos na passagem de junho para julho e, ao ficar abaixo da linha divisória de 50 pontos, significa falta de confiança.

“O aumento na volatilidade da taxa de câmbio, possivelmente, afetou a confiança dos empresários do Sudeste, pois a região concentra a maior parte das indústrias do país e muitas estão ligadas ao mercado externo, seja exportando ou importando”, explica a economista da CNI, Paula Verlangeiro.

Também houve recuo do indicador no Centro-Oeste, que saiu de 53,4 pontos para 51,6 pontos, e no Norte, de 55 pontos para 53,4 pontos. No Nordeste e no Sul a confiança ficou estável com, respectivamente, 55,3 pontos e 47,9 pontos.

httpsss://www.youtube.com/embed/-uE9KWX7xJo?rel=0

Confiança por porte de empresa

O ICEI Setorial mostra leve queda em todos os portes de empresa na passagem de junho para julho. A queda maior foi de 0,9 ponto nas médias e grandes empresas. Nas pequenas empresas, o recuo do índice de confiança foi de 0,4 ponto.

Apesar desse resultado em julho, as médias e grandes empresas da indústria seguem confiantes, enquanto as pequenas empresas registram falta de confiança.

Indústria de celulose e papel apresenta aumento da confiança

Em julho, a confiança caiu em 18 setores da indústria e aumentou nos outros 11. Este mês, apenas o setor de celulose e papel mudou de status, pois registrou aumento de 49,4 pontos para 51 pontos.

O ICEI varia de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário e valores abaixo indicam falta de confiança do empresário.

Sobre os resultados setoriais do ICEI

O ICEI Setorial apresenta os resultados da indústria extrativa, da construção e de transformação. A publicação também disponibiliza índices de confiança para os três portes de empresa (pequeno, médio e grande) e para as cinco regiões do país.

Nesta edição, foram consultadas 1.792 indústrias, entre os dias 1º e 9 de julho.

Fonte: CNI

Siderúrgica japonesa Nippon Steel sairá de joint venture com empresa chinesa Baoshan

A siderúrgica japonesa Nippon Steel disse que vai se retirar da joint venture estabelecida com a companhia chinesa Baoshan Iron & Steel em busca de oportunidades em outros mercados.

O empreendimento foi formado 20 anos atrás para fabricar e vender produtos de aço a montadoras, tendo em vista o crescimento da economia chinesa na época.

As duas empresas chegaram a um acordo na terça-feira para encerrar a parceria em 29 de agosto, quando expira o atual contrato.

A Nippon Steel venderá sua parte no empreendimento para a Baoshan por cerca de 36 bilhões de ienes, ou 230 milhões de dólares.

As montadoras japonesas são os principais clientes da joint venture, mas elas se deparam com quedas nas vendas na China, uma vez que os fabricantes locais de veículos elétricos estão ganhando maiores porções no mercado.

A Nippon Steel está mudando seu foco de negócios para os Estados Unidos, a Índia e o Sudeste Asiático. Atualmente, está em processo de aquisição da US Steel.

A empresa japonesa desempenhou um papel central na modernização da indústria siderúrgica da China. Forneceu assistência técnica na década de 1970, levando em conta a crescente cooperação econômica entre os dois países na época.

Fonte: NHK World

Produção mundial de aço fica estável no semestre

A worldsteel divulgou que a produção mundial de aço bruto alcançou 161,4 milhões de toneladas em junho de 2024, um ligeiro aumento de 0,5% em relação ao mesmo mês do último ano. A Ásia e a Oceania produziram 120,6 milhões de toneladas em junho, um aumento de 0,3% sobre junho de 2023. Apenas a China produziu 91,6 milhões de toneladas, 0,2% a mais que em junho do ano passado, enquanto a Índia produziu 12,3 milhões de toneladas no mês, um incremento de 6%. Japão e Coreia do Sul produziram 7 milhões e 5,1 milhões de toneladas de aço bruto em junho, respectivamente, com decréscimo de 4,2% e 7,2%. 

Os países do Bloco Europeu produziram 11,1 milhões de toneladas de aço em junho de 2024, ou 5,1% a mais que no mesmo mês de 2023, sendo que a Alemanha produziu 3,2 milhões de toneladas, um aumento de 8,9% sobre junho de 2023. Países europeus, como Bósnia-Herzegovina, Macedônia, Noruega, Sérvia, Turquia e Reino Unido, produziram 3,8 milhões de toneladas, um avanço de 2,1% sobre junho do último ano. A Turquia produziu 3,1 milhões de toneladas, 4,3% superior a junho do ano passado.

A África — Egito, Líbia e África do Sul – produziu 1,6 milhão de toneladas de aço bruto em junho e caiu 9,6%, na comparação com junho do último ano. Já os países da CIS produziram 7,4 milhões de toneladas, um aumento de 1,4%, com destaque para a Rússia, que teve um volume de produção estimado de 6 milhões de toneladas, mas caiu 4,1% no mês.

Os países do Oriente Médio – Irã, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos – registraram produção de 4,6 milhões de toneladas de aço bruto, 2,7% inferior na comparação com junho de 2023. O Irã produziu 2,6 milhões de toneladas, o que representa um decréscimo de 8,5% sobre o mesmo mês de 2023.

A produção na América do Norte caiu 1,9% em junho de 2023, somando 8,9 milhões de toneladas. Apenas os Estados Unidos produziram 6,7 milhões de toneladas, 1,5% a menos que em junho de 2023, enquanto a produção na América do Sul alcançou 3,5 milhões de toneladas, aumento de 4,1% sobre junho de 2023. A produção brasileira somou 2,9 milhões de toneladas e cresceu 11,8% em junho de 2024 na comparação com o mesmo mês do ano passado. No primeiro semestre de 2024, a produção global de aço bruto atingiu 954,6 milhões de toneladas, mantendo-se estável em relação aos seis primeiros meses de 2023.

Fonte: Brasil Mineral

Gerdau transforma lixo da enchente em matéria-prima para produção

Além de aplicar cerca de R$ 25,6 milhões em ações para a reconstrução do Rio Grande do Sul, a Gerdau está transformando veículos, equipamentos e máquinas danificados pela enchente em aço, seu principal produto.

A empresa compra itens que seriam destinados ao lixo, fazendo com que o material retorne à cadeia de produção. Desde o início de maio, a empresa já recebeu cerca de 30 mil toneladas de sucata em unidades no Estado, boa parte de resíduos gerados pela enxurrada.

Segundo o líder de metálicos da Gerdau, Denis Gomes, cerca de 70% do aço produzido pela empresa é feito de sucata, totalizando 11 milhões de toneladas recicladas por ano.

— A sucata não reciclada é um problema. Nosso papel é, por meio de uma matriz sustentável de produção, girar a economia, dar uma vida nova à sucata — afirma.

A Gerdau também ajudou na recuperação de cooperativas de reciclagem parceiras afetadas pela enchente, com empréstimo de máquinas e adiantamento de recursos.

Fonte: GaúchaZH

Vale: hubs industriais de baixo carbono devem ser desenvolvidos a partir do hidrogênio no Brasil

O desenvolvimento de hubs de baixo carbono da indústria siderúrgica no Brasil deve ocorrer a partir do uso do hidrogênio, afirma a diretora de Energia e Descarbonização da Vale, Ludmilla Nascimento.

A mineradora avalia a formação de clusters para viabilizar a fabricação de produtos da cadeia siderúrgica de baixo carbono, como “hot briquetted iron” (HBI, também conhecido em português como ferro-esponja). 

A Vale vai entrar nesses projetos com a construção e operação de plantas de briquete, que vão alimentar reatores de produção de HBI e outros produtos metálicos das empresas parceiras. 

“O Brasil não vai começar com gás natural, vai começar já com hidrogênio, é uma possibilidade pela competitividade da energia. A ideia é justamente criar esses hubs para produzir esse produto de baixo ou quase zero carbono e exportar como um adensamento”, disse a diretora a jornalistas no Fórum Brasil-União Europeia no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (23/7).

Além do Brasil, também são considerados projetos nos Estados Unidos e no Oriente Médio. 

Aço de baixo carbono

A companhia já assinou 50 memorandos de entendimento para levar as iniciativas adiante em diversos países. 

“A gente imagina que esses projetos vão avançar nos próximos seis meses a um ano”, disse Nascimento. 

As negociações mais adiantadas são para projetos na Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Omã. Esses primeiros hubs, no entanto, devem começar com o uso do gás natural, que depois deve ser substituído por fontes renováveis. 

A rota convencional de produção de aço utiliza minério de ferro e coque com base em carvão. Nesse modelo, a emissão é de 2 toneladas de carbono para cada tonelada de aço produzido. 

Com o uso de energia elétrica, as emissões podem cair pela metade, podendo ficar próximas a zero com a substituição do gás natural pelo hidrogênio verde. 

No Brasil, uma das parcerias anunciadas é com a produtora de aço verde H2 Green Steel. O memorando assinado com a companhia sueca também prevê estudos para o desenvolvimento de hubs na América do Norte. 

Nascimento destacou que os Estados Unidos têm alta atratividade para esses projetos devido ao grande potencial de geração renovável e aos incentivos dados pelo país para iniciativas de descarbonização. 

Fonte: EPBR

Após 25 anos de poder, chavismo tem, agora, poucas opções ante eleição na Venezuela

Cartazes eleitorais com um presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de tamanho gigante dominam a capital do país, onde mal se vê a propaganda da oposição. Ainda assim, as pesquisas de opinião pública preveem uma derrota esmagadora do líder autoritário.

O contraste entre o controle rígido do governo sobre o poder e a convicção da oposição de que, enfim, poderá vencer após 25 anos torna a eleição presidencial da Venezuela de domingo (28) particularmente tensa e imprevisível.

Ao contrário de outras eleições recentes, os principais grupos de oposição se uniram em torno de um único candidato, o diplomata aposentado de 74 anos Edmundo González. A esperança da oposição é que o forte desejo de mudanças na Venezuela leve a uma vitória tão grande que o governo não tenha escolha a não ser aceitar a derrota.

Apesar das tentativas de se reinventar como uma personalidade cheia de sorrisos nas plataformas de relacionamento social on-line, Maduro continua com profunda impopularidade, após presidir durante anos de crise econômica, repressão política e uma emigração de cerca de 25% da população.

A maioria das pesquisas de opinião aponta que a oposição esmagaria Maduro por uma margem de 20 a 30 pontos percentuais em uma votação limpa. Poucos, porém, acreditam que ele reconheceria facilmente esse resultado quando há tanto em jogo.

Os EUA sancionaram o presidente venezuelano e seu círculo íntimo e os indiciaram por tráfico de drogas. O Tribunal Penal Internacional (TPI) analisa abrir um caso de crimes contra a humanidade. Funcionários de alto escalão do governo venezuelano que se beneficiaram da corrupção desenfreada temem represálias.

“A esta altura, Maduro não tem boas opções”, disse Geoff Ramsey, especialista em Venezuela do centro de estudos Atlantic Council. “A menos ruim pode ser banir a oposição e seguir em frente com uma eleição fraudulenta, mas isso provavelmente provocará uma reação internacional.”

“Banho de sangue” e “guerra civil”

Nesta semana, Maduro elevou o grau de tensão ao falar de um “banho de sangue” e “guerra civil” caso a oposição vença, ao mesmo tempo em que também previu “resultados irreversíveis” dando-lhe a vitória na votação daqui a uma semana.

O general Domingo Hernández Lárez, comandante operacional das forças armadas, postou um vídeo na rede social X mostrando treinos de seus soldados com balas de borracha e gás lacrimogêneo.

González, um moderado sem carreira política anterior, tem tentado acalmar as águas políticas. Promete negociar uma transição ordenada se vencer e não buscar vinganças.

Muitos no partido governante, contudo, continuam temerosos quanto a María Corina Machado, a carismática líder da oposição, que escolheu González como seu substituto após ser impedida de concorrer. Machado moderou seu posicionamento, mas, no passado, foi uma crítica feroz do governo. Ela sofreu o assédio constante das forças de segurança e 21 membros de sua equipe de campanha foram presos.

Machado tem advertido que apenas uma “fraude monumental” poderia impedir a oposição de vencer.

Reação internacional

Forças internacionais esperam influenciar o resultado. Os EUA relaxaram algumas sanções em 2023 como sinal de incentivo para encorajar as eleições e sinalizaram por meio de conversas de bastidores com Caracas que “tudo está na mesa” se Maduro e seu círculo íntimo concordarem em deixar o poder após perder uma eleição, segundo fontes a par das conversas. Rússia, China e Irã — os principais aliados de Maduro — esperam a continuidade do status quo.

A contínua beligerância dos funcionários do governo venezuelano, que regularmente denunciam os opositores como fascistas perigosos, tornou o período eleitoral especialmente conturbado.

Não há garantias de que a eleição acontecerá conforme programado. Poderia surgir algum pretexto para adiá-la. O governo poderia banir González antes da votação ou manipular os resultados.

“Presumindo que as pesquisas sejam precisas, Maduro tem duas escolhas”, disse Mark Feierstein, que foi o principal assessor do ex-presidente americano Barack Obama para a América Latina. “Ou ele aceita a derrota […] ou lança uma ofensiva repressora, mas isso não é tão fácil quanto as pessoas pensam. Se a participação for tão alta quanto se espera, os resultados forem claros e as pessoas estiverem nas ruas comemorando, isso muda a dinâmica.”

Fraudar uma eleição traz outros riscos. Muitos no governo gostariam de ver as sanções levantadas e o fim do isolamento internacional da Venezuela, o que seria improvável com um resultado fraudado. Ninguém sabe se soldados mal remunerados seguiriam ordens para reprimir protestos ou se membros do círculo mais próximo de Maduro poderiam romper fileiras.

Poucos observadores acreditam que uma eleição contestada daria espaço a uma contagem tranquila e ao anúncio de uma vitória da oposição no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.

“O melhor cenário é que o governo interrompa a contagem em caso de vitória da oposição e comece a negociar”, disse uma fonte venezuelana com profundo conhecimento do sistema eleitoral.

No entanto, ela acrescentou que “isso está se perfilando para ser um choque de trens”. “Nenhum dos lados parece disposto a reconhecer uma vitória do outro.”

Fonte: Valor

S&P Global: PMI composto do Reino Unido sobe a 52,7 em julho, com ajuda de serviços e indústria

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto do Reino Unido, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu de 52,3 em junho para 52,7 em julho, segundo dados preliminares divulgados nesta quarta-feira, 24, pela S&P Global.

Apenas o PMI de serviços do Reino Unido avançou de 52,1 para 52,4 no mesmo período, superando a projeção da FactSet, que era de ligeira alta a 52,2.

Já o PMI industrial britânico subiu de 50,9 em junho para 51,8 em julho, alcançando o maior nível em 24 meses e vindo também acima do consenso da FactSet, de 51,1.

Leituras acima da marca de 50 indicam expansão econômica.

Fonte: BOL

Pequenas empresas fecham trimestre com crescimento de 5,2%

As pequenas e médias empresas fecharam o 2º trimestre de 2024 com faturamento de 5,2% acima do registrado no período anterior (janeiro a março). Os dados são do Índice Omie de Desempenho Econômico, que mostra ainda um crescimento de 4,3% no semestre, quando comparado com os primeiros 6 meses do ano passado.

A curva foi puxada pelo setor da indústria, com avanço de 11,9%. Óleos lubrificantes, metalúrgica, impressão e reprodução de gravações, manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos registraram alta.

indústria: 11,9%;
comércio: 4,6%;
serviços: 0,6%;
infraestrutura: -4,6%.

Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, explicou que os empreendimentos se beneficiaram da evolução de renda das famílias e do ciclo de queda das taxas de juros.

No comércio, os resultados foram maiores para o atacado: livros e jornais, cimento e produtos de limpeza tiveram maior alta. No varejo, os produtos farmacêuticos registraram a melhor atuação. Já no setor de serviços, as atividades com maior alta foram as financeiras e de seguro, alimentação e educação.

Na divisão por regiões, o avanço do último trimestre foi puxado pelas empresas das regiões Sudeste (+ 2,2%), Nordeste (+9,5%) e Sul (+5,6%). Nas regiões Centro-Oeste e Norte, o índice apontou retração das pequenas empresas (-2,2% e -9,5%, respectivamente).

A expectativa para 2025 é de 2%, puxada pelos setores de serviço e comércio.

Fonte: Poder 360

Crescente avanço chinês incomoda a poderosa indústria de engenharia mecânica alemã

A indústria chinesa de engenharia mecânica avança cada vez mais nos mercados globais e, com o apoio da política industrial adotada pela China, está se tornando um concorrente mais forte para as empresas alemãs e europeias e do mundo todo. De acordo com um novo estudo realizado pelo instituto de pesquisa chinês Sinolytics, encomendado pela VDMA, a Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais, 61 por cento das 500 empresas ouvidas prevêem que só terão uma situação competitiva média ou mesmo fraca dentro de cinco anos, em comparação com 37 por cento das empresas atualmente.

“A indústria chinesa de engenharia mecânica está atualmente passando por uma nova onda de “tornar global”, caracterizada por produtos de maior qualidade e tecnologicamente avançados a um preço comparativamente baixo”, explica o presidente da VDMA, Karl Haeusgen. “E o enfraquecimento da procura no mercado interno é um motor adicional para a nova onda de internacionalização das empresas chinesas”, acrescenta. Além disso, a China prossegue com uma política de comércio livre expansiva que abrange agora 21 países e oferece às empresas chinesas condições comerciais e de investimento favoráveis ​​em importantes terceiros mercados, de acordo com o estudo “China going global: goals, measures, counter-strategies”.

ESTRATÉGIAS E SUBSÍDIOS – Este “tornar global” é particularmente desafiador porque as empresas chinesas operam de forma diferente das empresas americanas ou europeias. “Aceitam deliberadamente perdas a curto e médio prazos para ganhar participação de mercado a longo prazo e investem em enormes capacidades de produção antes de lançar um produto no mercado”, afirma o estudo. Por outro lado, a ascensão da indústria chinesa de engenharia mecânica continua a ser fortemente acompanhada pela política industrial chinesa. O objetivo do governo de Pequim é promover as exportações das empresas chinesas ao longo de toda a cadeia de valor e, assim, facilitar a sua ascensão em mercados terceiros.

“A maioria das empresas pesquisadas atribui grande importância aos subsídios para a competitividade das empresas chinesas de engenharia mecânica em terceiros mercados”, disse o presidente da VDMA, Haeusgen. De acordo com a pesquisa, as empresas chinesas de engenharia mecânica recebem tanto subsídios diretos de fontes de financiamento centrais e locais (em média cerca de 15,7 milhões de euros por empresa em 2022), como também subsídios indiretos, por exemplo, sob a forma de utilização favorável do solo, baixo preço de eletricidade e fácil acesso ao capital. O estado chinês também fornece subsídios específicos para permitir que as empresas entrem nos mercados internacionais em grande parte livres de custos e riscos. Estes incluem subsídios para participação em feiras de negócios no exterior, pedidos de patentes no estrangeiro, certificações de produtos e sistemas ou custos de marketing internacional.

SUBSTITUIÇÃO DE MERCADO – “A China é atualmente o segundo mercado de exportação e local de investimento estrangeiro mais importante para a engenharia mecânica e de instalações alemã e assim permanecerá no futuro próximo. Por outro lado, a China é o fornecedor de máquinas mais importante da Alemanha. Portanto, é ainda mais importante que promovamos os nossos próprios pontos fortes. A chave para uma posição de força é a nossa própria competitividade internacional, que podemos e devemos influenciar ativamente”, enfatiza o presidente da VDMA. Isso resulta em diversas opções de atuação para as empresas. Os mercados devem ser especificamente selecionados, defendidos ou mesmo perdidos.

“Temos que manter a nossa liderança tecnológica e repensar o nosso portfólio de produtos”, afirma Haeusgen, destacando que é particularmente importante enfatizar o serviço, a durabilidade e a confiabilidade. As alianças empresariais também podem desempenhar um papel no enfrentamento da concorrência chinesa. E, finalmente, pelo menos no mercado europeu, as empresas têm a oportunidade de iniciar instrumentos políticos para compensar parcialmente a distorção do mercado causada pelos concorrentes chineses, por exemplo, através de procedimentos anti-dumping e anti-subvenções.

SALVAGUARDA – Os políticos europeus com poder de decisão também são chamados pela VDMA a proteger o mercado interno da União Europeia (UE) contra distorções da concorrência por parte da China. De acordo com a entidade, devem ser implementadas medidas que estejam em conformidade com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). “A UE pode ajudar a criar condições-quadro adequadas nas quais a engenharia mecânica alemã e europeia possa diversificar. Para tal, devem ser celebrados mais acordos de comércio livre com países parceiros na Ásia e o acordo Mercosul deve finalmente ser implementado”, afirma Haeusgen. Devem ser criados mecanismos especiais para produtos provenientes da China que possam ameaçar a “segurança nacional” e devem ser garantidas condições de concorrência justas no mercado interno da UE.

CONTROLE DE EXPORTAÇÕES – A VDMA apela aos políticos alemães para que melhorem os controles das exportações para a China. Os regulamentos existentes já não são adequados aos atuais desafios estratégicos colocados pela China. Algumas restrições às exportações para a China já não fazem sentido, embora existam lacunas claras noutros locais. “Atualmente, o governo alemão está agindo caso a caso, o que leva a prazos inaceitavelmente longos para as licenças de exportação. É urgentemente necessária uma nova estratégia de controle das exportações para a China”, alerta o presidente da VDMA.

As atividades de desenvolvimento de mercado do governo alemão também poderiam ser melhoradas. “A China é insubstituível para a nossa indústria no curto e médio prazos e as exportações para o país proporcionam empregos bem remunerados e altamente qualificados na Alemanha”, alerta o presidente da VDMA. A política alemã também pode ajudar a abrir novos mercados de vendas fora da China com os seus instrumentos de financiamento. “Por exemplo, precisamos finalmente de um sistema funcional de seguro de crédito à exportação para encomendas de pequenos valores. As nossas empresas precisam de diversificar os seus negócios para reforçar a sua resiliência”, resume Haeusgen.

Fonte: IPESI